— Você o está defendendo? Você o está defendendo? — gritei. Marius estava vermelho, seus olhos em um tom de vermelho mais escuro e ele respirou fundo. — Não. Eu a estou defendendo. Você vai atacar todas as pessoas que disserem que você transou com seu companheiro? Você quer morrer, Jane? — Isso é mentira dele. Eu não fiz nada com Demétrius! Você saberia, você sentiria em mim... — Eu não me importo. Fez, não fez, foda-se isso. Eu não me importo, Jane. — Sua voz era fria como aço, seus olhos distantes. Jane foi sequestrada por Marius Hawthorn — um lobo enigmático, possessivo e acusado de massacrar sua própria alcateia. Um lobo negro, de uma raça que jamais deveria existir. Durante esse ano, Jane descobriu que Marius não era o monstro que todos temiam. Ela se apaixonou perdidamente pelo lobo e Marius se tornou sua perdição. Para Marius, era impossível alguém amá-lo quando nem sua própria mãe foi capaz, o odiando até sua morte. Após Marius pular de um penhasco para salvá-la, meses depois ele retorna dos mortos. Mais sombrio, marcado e carregando o preço que pagou para voltar para a única loba que amou... apenas para encontrá-la ao lado de seu companheiro destinado: o príncipe rebelde Demétrius Eldryn, que deseja sua morte — e a extinção de toda a sua raça. Agora, entre o lobo que a salvou de todas as formas e o companheiro escolhido pela deusa, Jane precisará fazer a escolha mais cruel de sua vida: seguir o destino... ou o seu coração.
Ler mais— Jane do orfanato de Delister está inocentada das acusações contra a alcateia de Delister. — A voz do juiz soou alta e imponente, eu havia me levantado para receber a sentença, mas no instante que ela foi proferida, os gritos da Luna Clarisse que havia perdido seu único filho no massacre romperam o silencio no tribunal.
— Não! Ela não pode ser inocentada. Ela ajudou a matar o meu filho naquela clareira! Ele foi despedaçado pelo lobo negro namorado dela! — A Luna gritou, seu rosto estava com uma máscara de dor e ódio. Seus cabelos sempre tão impecáveis estavam secos e sem vida, seus olhos inchados. Aquele julgamento havia sido rápido, não passando de duas semanas. Quando ouvi a sentença, não senti nada. Não senti alívio, nem preocupação em ser executada. Uma parte de mim queria a execução. A Luna tentou avançar em minha direção mesmo estando no tribunal e os guardas e o Alfa tiveram que conte-la, enquanto eu sentia mãos ao meu redor tentando me amparar, como se eu tivesse que ser amparada. O macho me levou para fora da sala em direção ao corredor, e eu sabia que aquele resultado favorável para mim havia sido diretamente influenciado pelos vários advogados que o príncipe havia contratado para me defender. E sua influência sendo filho do rei alfa havia decidido tudo, ninguém, mesmo um juiz iria querer ir contra as vontades do príncipe rebelde, Demétrius Eldryn. Quando finalmente paramos no corredor, eu podia sentir o olhar do macho sobre mim enquanto eu bebia água. Eu sabia que ele esperava uma reação minha, de alívio no mínimo. — Você quer um café? — ele perguntou suavemente. Assenti, eu apenas queria que ele se afastasse, que parasse de me olhar daquela forma. “Ele apenas está preocupado conosco.” Disse Selene em minha mente. “Apenas cale a boca.” retruquei e ela rosnou para mim. O macho se afastou seguindo pelo longo corredor e eu me recostei na parede. Quando fechei os olhos por alguns segundos a imagens dos olhos de Jasper de Marius surgiram em minha mente como sempre acontecia e meu coração novamente se apertou. — Você realmente morreu? — sussurrei para mim mesma. De repente uma porta foi aberta interrompendo meus pensamentos, abri os olhos e meu olhar se cruzou com os de Clarisse. Seus olhos estavam injetados de ódio pelo resultado do julgamento, ela não deixou que os machos ao seu redor a contivessem, caminhando em minha direção com seus saltos altos e barulhentos. Eu não recuei, esperando-a para que ela liberasse sua fúria. Quando a fêmea chegou a centímetros de mim, a loba ergueu a mão em minha direção para desferir um tapa contra o meu rosto. Eu segurei seu pulso e desferi um tapa contra o dela. Tão alto e forte que ela cambaleeou para trás, perdendo o equilíbrio e caindo sentada no chão. A loba me olhou horrorizada e eu sabia a razão. Ela era companheira de um Alfa e estava acostumada a erguer sua mão contra todos e não ser rebatida. Seu lado esquerdo do rosto estava vermelho agora e um fio de sangue saiu de sua boca. Ela limpou com a mão horrorizada e levantou o olhar indignado em minha direção. — Como você ousa sua assassina nojenta? Sua puta de lobos negros! Daquela raça maldita! — ela gritou ficando histérica. Eu me inclinei até ela e retruquei: — Seu filho era um estuprador imbecil. Sem caráter exatamente como a mãe. Marius o matou rápido demais, ele devia ter sofrido mais. Eu não dei chance para que ela ficasse ainda mais histérica, me virando para sair do corredor. Logo a ouvi gritar e ter que ser contida por seus acompanhantes. Quando cheguei ao fim do corredor, encontrei Demétrius me esperando com um café, agradeci e ele me levou em direção ao carro. Coloquei meus óculos escuros e deixei que ele colocasse sua mão em meu ombro, assim que saímos do tribunal, os flashs dos fotógrafos e da imprensa explodiam em nossos rostos. Há semanas que saiam manchetes que o príncipe havia encontrado sua companheira, uma órfã de Delister. Uma ninguém. — Para a minha casa, Jane? — Demétrius perguntou. Respirei fundo. Eu havia estabelecido limites a ele desde aquela noite há semanas. Apenas um beijo, foi tudo que ele havia conseguido de mim. Quando me recuperei do choque de perder Marius, aceitei o emprego como rastreadora real e aluguei um apartamento na avenida 44. Mas isso não significava que o macho não tentasse sempre me levar para o seu quarto. — Para a avenida 44, Demétrius. — falei. “Ele é nosso companheiro e eu sei que você o deseja.” Selene retrucou em minha mente. “Não importa.” rebati. Demétrius suspirou pesadamente e ligou o carro, eu sabia que ele estava ansioso para que eu o aceitasse, para que deixasse que ele me marcasse. No momento que o macho parou em frente ao meu prédio, agradeci pelo apoio e me virei para abrir a porta, mas logo senti sua mão se fechar ao redor do meu pulso, me impedindo de sair. — Espere, Jane. — Ele disse, suavemente. Engoli em seco, a energia do seu toque percorrendo o meu corpo. Respirei fundo e voltei meu olhar para o macho. — Sim? — Já chega desse luto. Ele está morto. Apenas se entregue a mim. — Não há corpo. — falei e puxei meu pulso da sua mão, saindo do carro. Não olhei para trás, entrando no prédio e subindo as escadas correndo, sem sequer cogitar o elevador. Eu sabia que era irracional, mas uma parte de mim acreditava que ele poderia voltar. Ou tinha esperanças disso. Minhas mãos tremiam enquanto eu abria a porta, até que senti um aroma familiar. Um aroma que eu não sentia há muito tempo. Assim que abri a porta, vi a silhueta do macho sentado na poltrona perto da janela. O macho ligou o abajur na mesinha ao lado e sorriu para mim, seus dentes brancos e retos, seu corte de cabelo curto e impecável e seus olhos de Jasper astutos e maldosos. Não havia tempo para correr e eu não desejava isso. Puxei minha faca de prata do bolso de trás e encarei o macho que odiava a minha frente. — Quanto tempo não a vejo, Jane. Quem diria que a porra de uma órfã seria a companheira destinada do príncipe rebelde? — zombou Kilian Hawthorn.OV JANE Respirei fundo antes de retornar para o meu quarto. Demétrius estava parado na porta, suas mãos estavam no bolso e sua cabeça baixa. As palavras de Cassandra estavam rodopiando em minha mente, girando e girando, enquanto eu pensava no que ela havia me sugerido fazer. Estava claro para mim agora que Marius tinha um destino a cumprir, os olhos de Cassandra não deixavam dúvidas quanto a isso. Ele tinha uma missão para cumprir e a loba branca estava nessa missão. Engoli em seco, quando sentiu o meu aroma, o macho virou a cabeça rapidamente em minha direção. Quando vi o tormento em seus olhos, a dor neles, meu coração bateu mais devagar. Minha loba sentia a dor dele, eu sentia a dor dele. Eu o estava magoando por causa de Marius, porque no fundo, eu sabia que ele o mataria. — Jane... — o príncipe disse em um fio de voz. — Demétrius... — falei, escolhendo bem as minhas próximas palavras. Abri a boca ao mesmo tempo que ele e nós dois hesitamos ao falar. Por fim, Demétri
JANE Suas palavras ecoavam no ar entre nós, abrindo uma enorme distância entre mim e o macho escolhido pela deusa. Enquanto olhava em seus olhos azuis sufocantes, a única coisa que pensava era em Marius. Naquele instante percebi o quanto eu era egoísta. Aquele macho estava sendo destruído na minha frente pouco a pouco. O príncipe estava sendo arrastado para aquela situação sem qualquer escolha. Ele me desejava e de certa forma eu também o desejava, sua consciência disso tornava tudo pior. Demétrius ansiava cada vez mais de mim, a cada instante que meus instintos ameaçavam me trair, a cada dia que Selene tentava me dominar para ceder ao laço... Isso devia ser uma tortura para ele. Desejar... ansiando por algo que por direito e pelo destino, era seu. Respirei fundo, e minha expressão deve ter denunciado meus pensamentos e passos seguintes, porque o macho recuou um passo e balançou a cabeça negando. — Demétrius... — Jane! — uma voz feminina me interrompeu pegando nós dois de su
Jane Não, ele não poderia fazer aquilo. Me forçar daquela maneira me marcando a força? Como ele ousava fazer aquilo? Como poderia ser tão cruel e autoritário? Selene começou a se agitar ainda mais dentro de mim, meu sangue corria mais rápido e meu coração batia de modo descompassado. De repente todo o meu corpo começou a ficar cada vez mais ciente do peso do macho sobre mim. Do calor de sua pele e de sua respiração quente em minha pele. Todos os pelos do meu corpo se eriçaram naquele instante. Algo se acendeu em meu interior. Algo selvagem, um desejo cru e sem explicação me envolvia me fazendo suspira. O macho afastou seus dentes afiados da minha pele, seu rosto se afastando e seus lábios fazendo um caminho de fogo pela pele do meu pescoço. De modo involuntário, soltei um pequeno gemido com seus beijos no meu pescoço e logo em seguida eu o ouvi soltar um grunhido de prazer. Demétrius sabia perfeitamente o que estava causando em mim, sabia o efeito avassalador sobre o meu corp
Demétrius estava sem camisa e seus olhos verdes jade estavam agora de um azul gélido do seu lobo. Eu podia sentir seu ódio emanando e o sufocando. Seu rosto estava vermelho e suas narinas um pouco abertas demais. Seu coração batia de modo descontrolado e eu sabia que deveria pensar bem nas próximas palavras. O macho estava prestes a explodir. — Não estou fugindo. Vou fazer uma viagem, apenas isso. — falei lentamente. Quando tentei passar por ele, o macho bloqueou a porta com o seu corpo enorme. Ele parecia uma parede de músculos e por mais que eu não quisesse olhar em seus olhos, Demétrius segurou o meu queixo e o levantou para que eu o encarasse. — Está indo atrás dele? Depois de me convencer a deixá-lo vivo? Você me seduziu para deixá-lo vivo para depois fugir para encontrá-lo? Senti meu sangue começar a ferver a cada segundo que passava e ele segurava o meu queixo de maneira hostil. Até que Demétrius simplesmente me soltou e recuou alguns passos para o corredor. — Eu não en
TRISTAN Eu sentia que havia algo errado com Meg, mas o que eu poderia fazer para mudar as coisas entre nós? Como poderia aliviar o seu coração aflito? Meu lobo Ethan estava pressentindo que algo terrível poderia acontecer e por mais que eu tentasse tranquilizá-lo, ele estava inquieto em minha mente. As lembranças dos olhos cintilantes de Meg, do seu aroma diferente estavam se repetindo em minha mente. Eu precisava mostrar para ela que ela poderia ter uma boa vida depois daquilo, que ela poderia viver comigo. Me levantei da cama e comecei a me vestir, estava decidido a partir e a levar comigo. Assim que abri a porta do quarto, caminhei alguns metros pelo corredor, uma porta se abriu. Nádia se revelou saindo de um quarto, seus olhos se fixaram nos meus e foi quando notei que havia parado por alguns segundos. Para a minha surpresa, Lucian saiu de seu quarto e ao me ver, seus olhos se arregalaram. — Lucian? — falei. — Tristan... — sua voz continha preocupação, mas não vergonha. F
KEVIN VYRE Todo o meu corpo parecia prestes a explodir. Olhei para o cigarro na minha mão, eu não era fumante, mas havia algo de reconfortante em tragar aquela fumaça e deixar que a nicotina me desse o prazer que eu necessitava. As feridas pelas balas de prata lançadas por Alexandre podem ter se curado, mas o vazio e desespero que ele deixou ao levar Lucia para longe, aquilo estava me consumindo como se eu fosse um cadáver e os vermes estivessem comendo a minha carne. Me destruindo pouco a pouco. Traguei a fumaça, deixando que se espalhasse, em seguida a soltei e isso atraiu a atenção de César que estava dirigindo ao meu lado. Estava viajando de carro por todo o país, indo em casa esconderijo conhecido de Alexandre. César me olhou de soslaio por alguns segundos, eu sabia que ele estava olhando para as minhas mãos tremendo sobre a minha coxa. Eu sempre ficava assim após um pesadelo e em todos eles, Alexandre matava Lucia. Eu sabia que ele não a amava, mas eu sim. Havia algo nela
Último capítulo