Minha vida sobrenaturalPT

Assim como minha mãe, eu me expressava pelos meus quadros, adorava pintar, adorava desenhar, era a minha forma de me sentir conectada com minha mãe, eu sentia que era algo meu e dela.

- Verona e Felícia já estão chegando do salão, aqui está seu vestido, eu disse a todos que você é reservada e não ficaria muito tempo em sua festa, tire essa tinta do corpo e se ajeite, sua sorte é que haverá máscara, então não tenho que me preocupar que ninguém a veja, Ruffos está vindo do salão com as meninas, pedi para que ele faça um coque nesse seu cabelo, ele é longo demais, me incomoda. No mais é só isso, não fale com ninguém, não nos envergonhe, seja simplesmente invisível, não estrague tudo para a Verona, hoje é o dia dela brilhar, ela está interessada no filho do prefeito, então vou fazer com que tudo saia perfeitamente bem.

Estamos entendidas Aurora ?

- Sim tia Ágatha.

- Querida vá tomar banho para poder se arrumar, sabe como sua madrasta é, eu só quis passar aqui antes para te dar um abraço, essa semana é a minha folga, vou visitar minha irmã, com o buffet todo pronto e sua madrasta tendo contratado mais gente para ajudar, posso ir aliviada de nada sobrar para você.

- Báh não se preocupe comigo, não vou demorar lá embaixo, vou somente cumprimentar as pessoas, depois volto para o meu quarto, minha madrasta está transformando o meu dia no dia da Verona, mas tudo bem também, não conheço metade das pessoas que virão e nunca gostei de festa.

- Sabe filha, tenho uma coisa para te entregar, sua mãe deixou essa caixinha comigo e disse para eu te entregar somente quando completasse 17 anos, eu nunca abri, então não sei o que tem dentro, vou te deixar a sós, te amo.

- Te amo também Báh!

Quando abri a caixa saiu uma luz reluzente, fiquei encantada na hora, era um lindo cordão, que era perfeito para usar está noite, e na caixa também havia uma pequena carta...

" Minha pequena Aurora, se está lendo está carta, eu infelizmente não estou com você no momento mais importante da sua vida. Mas assim como eu, quero que você vá atrás da história da nossa família, não confie em ninguém, você pode não saber mas é muito poderosa, vive em dois mundos e seu dever é junta-los.

Mais uma coisa, não deixe que ninguém diga o que tem que fazer, você é mais poderosa do que pensa, siga sua intuição.

Com amor, mamãe "

Eu chorei tanto, senti minha mãe ali do meu lado, que falta ela me faz, algumas coisas não entendi mas tinha a sensação de que logo descobriria...

Ruffos fez uma maquiagem bem leve e fez um coque, em seguida fui por o vestido horrendo que Agátha tinha escolhido, não combinava nem com a minha máscara.

Foi aí que decidi, não ia usar meu cabelo preso, não ia usar esse vestido horrível, pus o colar que minha mãe me deu, soltei meu cabelo que assim como os da minha mãe eram longos, até que me lembrei do vestido que guardei da minha mãe, abri a caixa e lá estava o vestido mais lindo que eu já havia visto...

Lá estava eu perto da escada, quando apareci todos os olhares se redicionaram para mim, avistei Ágatha que me olhava enfurecida, do outro lado Verona, meu pai me olhava, mas não entendi o que seu olhar dizia.

- Minha filha, eu tinha me esquecido do quão parecida você é com sua mãe, e isso me enoja. Nunca mais tente se parecer com sua mãe, depois dessa noite arrume suas coisas.

Engoli o choro, não podia acreditar no que meu pai estava me dizendo, como pode meu próprio pai me tratar desta forma...

Segui em direção ao jardim, havia uma parte em que só eu ia, lá era o meu refúgio.

Me sentei no balanço e fiquei ali, pensando no que havia acontecido, nunca vi meu pai tão furioso, minha madrasta não deixaria isso barato, com toda certeza me castigariam, se meu pai mandou eu arrumar minhas coisas sabe se lá pra onde me mandaria.

Foi então que levantei, eu tinha que fugir, comecei a correr em direção ao portão, sem idéia do que faria ou pra onde iria, mas eu tinha que sair dali.

De repente tirando a máscara, sem enxergar, acabei esbarrando em alguém, e caímos no chão, era um rapaz. Por um segundo ficamos ali olho no olho, sentindo a respiração um do outro, parecia que já nos conhecíamos, até que ele tocou em meu rosto, fechei meus olhos e nos beijamos.

- Bonito não é dona Aurora, saia imediatamente de cima desse rapaz, sua desavergonhada.

- Meu filho, o que foi que você fez, não era para ela que eu iria lhe apresentar, onde estão seus modos.

- Não o repreenda prefeito, não vê que essa desavergonhada se jogou para cima dele, eu é quem devo desculpas, ela puxou a mãe, não sei o que seria de meu marido sem mim.

Eu vou dar um jeito em você mocinha...