Como filha ilegítima do Beta, Maria Pereira sempre soube qual era seu lugar na Alcateia Sangue. Ela estava acostumada a passar despercebida, mas tudo isso muda quando ela descobre a traição de seu noivo com sua meia-irmã. De repente, Maria se torna a vítima de bullying cruel e ataques ferozes que quase lhe custam a vida, até que o enigmático Alfa da alcateia, Samuel Martins, intervém para salvá-la. ... Minha boca se encheu de saliva, umedecendo-se, e senti o ar ao nosso redor ficar tenso com um tipo específico de tensão que sempre surgia em todos os nossos encontros. Sem confiar em mim mesma para usar palavras, acenei com a cabeça em resposta à sua pergunta e um brilho perigoso iluminou seus olhos, fazendo os pelos na nuca se arrepiarem em alerta. — Prove isso, então. — Ele me disse. E eu pisquei: — Desculpe? — Prove que você fala sério quando diz que vai obedecer a cada comando que eu te der.
Leer másPonto de Vista de MariaDevia ter cochilado, porque quando acordei sobressaltada no sofá, senti uma dor no pescoço que não estava lá quando inicialmente deitei minha cabeça. Havia também uma vaga sensação de que algum tempo tinha se passado.Por um momento, minha mente permaneceu prazerosamente vazia, alheia aos acontecimentos da tarde enquanto me sentava bocejando.Então, rapidamente tudo voltou: a pulsação na minha cabeça da memória ainda selada, que parecia mais imediata que meu próprio batimento cardíaco; e o fato de que eu precisaria localizar algo não identificável para finalmente me livrar dessa sensação.A ignorância era uma virtude, observei cansada enquanto me voltava para dentro de minha mente para encontrar Márcia bocejando ao despertar.Então, ouvi o som da fechadura da porta da frente girando, e imediatamente minha pele se arrepiou em alerta.Não havia como descrever a sensação que me invadiu quando Samuel entrou no apartamento. Tudo que eu podia dizer era que parecia abs
Kane fez uma pausa por um momento, e suas sobrancelhas se franziram pensativamente.— Eu... estava me perguntando quando finalmente entraríamos em contato com isso. Não pensei que seria tão cedo...Ele desviou o olhar de mim, e algo em sua expressão naquele momento disparou sinais de alerta em minha cabeça. Mas tentei manter a calma.Disse a mim mesma que, já que ele havia previsto esta Raiz, deveria haver uma solução, mas quando perguntei como nos livraríamos dela e ele não respondeu imediatamente, senti uma nuvem começar a pairar sobre meu otimismo.— Eu... não posso me livrar da Raiz por você, Maria. — Kane admitiu finalmente.Eu já sabia que era isso que ele diria, mas as palavras soaram como o último prego em meu caixão e fiquei surpresa com as lágrimas que imediatamente brotaram em meus olhos, embaçando minha visão.Uma onda de pavor e cansaço me envolveu, e naquele momento eu queria me levantar, ir até o quarto e me trancar lá pelo resto da eternidade. Kane devia ter percebido a
Ponto de Vista de MariaMal senti os braços de Kane me envolvendo para amortecer minha queda. Enquanto ele se ajeitava para me segurar melhor, a parte de trás da minha cabeça bateu no chão e tudo ficou escuro.Não sabia por quanto tempo fiquei desacordada, mas aos poucos comecei a voltar a mim, e minha consciência do ambiente foi lentamente voltando.Podia ouvir o som distante de vozes pairando sobre meu corpo deitado.— Ela está bem? — Perguntou alguém, uma loba.Kane praticamente rosnou sua resposta: — Vá buscar o médico da Alcateia agora!— N, não. — Murmurei fracamente, forçando minhas pálpebras a se abrirem. Não havia passado muito tempo, já que o céu estava praticamente da mesma cor de antes de eu desmaiar.Mesmo assim, franzi os olhos: — Estou bem. Só preciso... de espaço.Imediatamente, Kane me colocou na grama e me soltou. Por um momento, o mundo ao meu redor parecia girar num carrossel sem fim, mas quando o efeito passou, me senti muito melhor.Com cuidado, me sentei, gemen
— Como você está se adaptando à Alcateia Sangue? — Perguntei, tentando puxar conversa.Kane não respondeu imediatamente. Em vez disso, seus olhos se estreitaram, como se ele estivesse tentando decidir se minha súbita amizade era uma armadilha.Não o culpei por isso, e ele devia ter visto a sinceridade em meus olhos porque depois de um breve momento respondeu:— É parecida em muitos aspectos com a Alcateia Sombras Carmesim... mas também... diferente. Vi o ônibus escolar descer para buscar as crianças da alcateia. Não temos isso em casa.Seus olhos brilharam com saudade por um momento, e logo em seguida ele pareceu perceber que estava divagando, porque seu olhar subitamente voltou a se concentrar em mim.— É... revigorante.Eu queria insistir, mas não tive a oportunidade, porque Kane rapidamente pigarreou.— Está ficando tarde. — Disse ele. — Devemos começar a sessão de hoje.Não era mentira. O céu estava todo manchado de rosa e laranja enquanto o sol se punha, e quando olhei ao redor, p
Ponto de Vista de MariaKane e Anya continuavam a se encarar, avaliando um ao outro mesmo depois que a situação já tinha se tornado socialmente desconfortável, e ainda continuaram.Em algum momento, percebi que eles poderiam até ter esquecido que eu existia e estava presente. Era assim tão intensa a troca de olhares entre eles. Parecia que eu tinha interrompido um momento íntimo, e por um breve instante, fiquei confusa com a tensão que parecia crepitar entre eles até que, de repente, algo se encaixou.Tentei conter o suspiro, mas já era tarde, e quando percebi, Kane já tinha desviado o olhar da minha melhor amiga e voltado para mim.— Vou estar esperando você nos campos de treinamento. — Murmurou enquanto um rubor subia por suas bochechas, e então, com um último olhar para Anya, se virou e saiu apressado.Ao meu lado, Anya soltou um súbito suspiro de alívio, mas não reagi. Pelo menos não imediatamente.Em vez disso, esperei até ter certeza de que Kane estava fora do alcance da voz ante
Ponto de Vista de MariaAssim que as palavras saíram da minha boca, percebi que tinha cometido um grande erro, porque a expressão de Anya ficou tensa de desgosto.Seus olhos se estreitaram em minha direção e, por um momento constrangedor, fiquei ali paralisada, sem saber como responder ou como prosseguir.Então, mais rápido do que meu cérebro podia acompanhar, tudo mudou. Anya fechou os dedos até formar um punho, puxou o braço para trás e o lançou contra meu estômago.— Oof. — Exclamei.O golpe me tirou todo o ar, e enquanto me dobrava ao meio, lágrimas imediatamente brotaram em meus olhos, embaçando minha visão.Enquanto isso, Anya desabafava:— "Oi." É só isso que eu recebo depois de um mês passando medo constante do que tinha acontecido com você... só um "Oi", como se você tivesse saído para tomar um café e acabasse de voltar. Pela Deusa da Lua, Maria! Você consegue imaginar como foram as últimas semanas para mim?!Eu estava ocupada demais tentando respirar para dar qualquer tipo de
Último capítulo