A vida de Aria vira de cabeça para baixo após um término inesperado e uma noite de bebedeira que mudará seu destino para sempre. Quando Alexander a abandona sem qualquer explicação, Aria, devastada, busca conforto em um bar, tentando afogar sua mágoa em copos de bebida. É nessa noite que ela encontra Caelum, um homem enigmático e sedutor que capta sua atenção e faz seu coração ferido bater mais rápido. O que Aria não sabe é que Caelum é um lycan híbrido, destinado a se tornar o futuro rei do reino de Veridiana. Ele está ali para aproveitar sua última noite de liberdade antes de ser forçado a casar com Seraphina, uma feiticeira fria e calculista com planos sombrios para o reino de Veridiana e sua terra natal, o reino moribundo de Syltirion. Após uma noite de paixão avassaladora, Aria e Caelum seguem caminhos opostos, mas o vínculo que criaram jamais será esquecido. Para Aria, essa noite resulta em gêmeos, o que ela descobre apenas depois que ele desaparece de sua vida. Cinco anos mais tarde, Seraphina, desesperada para garantir um herdeiro para Caelum, descobre a existência dos filhos de Aria e sente sua posição ameaçada. Agora, o destino de Aria e Caelum está prestes a se cruzar novamente. Será que o amor e a lealdade serão suficientes para enfrentar os perigos que se aproximam, ou Seraphina conseguirá manipular o futuro a seu favor?
Ler maisMinha respiração está ofegante, sinto os braços firmes e fortes de Alexander abaixo de mim, me abraçando pelos ombros.
Deito minha cabeça em seu peitoral, me sentindo segura e feliz com esse momento após o sexo. Nada poderia ficar mais perfeito do que isso. O quarto exala a nossa paixão, eu observo a luz da tarde invadindo pela cortina, dançando pela cama bagunçada.
“Aria, eu preciso conversar com você” Alexander diz de repente, sua voz grossa e rouca, soa com pesar.
Levanto o meu corpo e giro minha cabeça para olhá-lo, percebo em seus olhos azuis-escuros iguais o oceano de madrugada, profundo e misterioso, carregar algo que o está correndo.
“Sim, meu amor, o que foi?” incentivo, passo a mão por uma mecha do cabelo castanho ondulado dele, algo que sempre me trouxe paz de fazer.
Porém, Alexander segura a minha mão e afasta do seu rosto, ele senta na cama e respira fundo, eu olho para ele com preocupação, sem entender o que está acontecendo.
“Não está dando certo, Aria” Alexander anuncia com a voz fria e séria. Arqueio minhas sobrancelhas na sua direção, sem compreender o que ele quer dizer com aquilo.
“ O que não está dando certo, Alex?” pergunto confusa. Alexander gesticula para nós, o espaço que há entre mim e ele.
“Isso, a gente. Eu achei que poderia melhorar, mas não tem acontecido…” Alexander responde com a voz cheia de calma e frieza.
Fico sentada na cama e puxo o lençol para cima, tentando cobrir não só o meu corpo, mas também o meu coração que está se quebrando agora.
“Você está terminando comigo? Por quê? O que está de errado? O que eu fiz?” pergunto com um nó na garganta, sentindo meus olhos queimarem com as lagrimas se formando.
Alexander levanta da cama, me deixando ainda mais ferida com o seu afastamento. Ele começa a vestir a cueca e eu apenas observo, tentando processar o que está acontecendo.
“Alexander, por quê? Vamos conversar, tentar resolver o que está te incomodando,” insisto, me levantando também e enrolando o lençol no meu corpo.
“É tarde demais, Aria. A gente não combina mais, sei lá, apenas preciso que você vá embora, okay?” Alexander responde, ele anda pelo quarto pegando as peças de roupas que jogamos com tanta paixão.
“Você não me ama mais? Existe outra pessoa?” Questiono com ansiedade na voz, meu coração acelera com o medo de que exista outra pessoa que Alexander goste.
Alexander me entrega as minhas peças de roupas de forma rápida, me deixando ainda catatônica com a forma que ele está lidando com a situação.
“Aria, não precisa complicar mais as coisas, apenas não está dando certo, okay?” Alexander responde por fim, já totalmente vestido.
Fico parada no meio do quarto, segurando o lençol e a minha muda de roupa, sem saber o que pensar ou dizer. Alexander olha para mim com seus olhos profundos de oceano que sinto que poderia me afogar, sua expressão é de pena e compaixão, mas há algo a mais que eu não consigo decifrar.
“Por que você está fazendo isso?” pergunto outra vez, sem conseguir entender. A gente acabou de fazer amor, algo que sempre foi incrível para nós dois.
“Porque não está mais dando certo, isso acontece, Aria. Pessoas terminam e seguem em frente,” Alexander responde, desviando o olhar e dando de ombros. “Vou deixar você sozinha para se trocar, quando eu voltar, por favor… não esteja mais aqui, por favor.”
Abro a boca para argumentar, para insistir, até avanço um passo na direção do Alexander, porém, ele se esquiva e sai do quarto, fechando a porta atrás de si. Fico sozinha no quarto sem saber o que fazer. Lagrimas começam a cair pelo meu rosto e sinto tudo ao meu redor ficar pequeno e sem foco. Coloco as minhas roupas em meio a soluços e tremedeira no corpo inteiro.
Meu mundo parece desabar e eu não sei o que fazer. Olho para o quarto pequeno do apartamento do Alexander, há fotografia nossas espalhadas que fico tentada em jogar no chão. Por fim, sem saber quanto tempo passou, eu resolvo sair do quarto.
O pequeno loft de Alexander está vazio, ele saiu e nem disse para onde ia. As minhas chaves estão em cima da bancada da cozinha, com a minha bolsa. Olho uma última vez para o local, tentando memorizar tudo antes de ir embora. O sofá azul que eu e Alexander ficávamos várias noites apenas aconchegados vendo algum filme, a cozinha onde eu preparava a maioria das nossas refeições. Tudo começa a se transformar em memórias doloridas, uma saudade e despedida que se misturam e machucam.
Eu pego somente a minha bolsa e deixo a minha cópia da chave a onde está. Fecho a porta atrás de mim e sinto uma onda de confusão me invadir. O que eu faço agora?
A noite já começa a cair do lado de fora do prédio de Alexander e eu não quero voltar para a minha casa, minha mãe fará perguntas e eu não quero respondê-las, porque na realidade eu não sei como respondê-las. Ando pela calçada de forma automática, sem ter rumo para onde ir, esbarro nas pessoas com pressa e percebo que as lagrimas já pararam de cair e no lugar dela o meu corpo declara que preciso comer algo.
Sem prestar atenção, eu entro no primeiro bar que encontro aberto e peço uma porção de fritas e duas canecas cheias de cerveja.
“Dia difícil?” o barman pergunta e eu apenas confirmo com a cabeça.
Apoio meus braços no balcão e sinto a onde de choro querer voltar, mas eu me controlo. Não farei o papel da namorada carente que tomou pé na bunda e chora em lugares públicos. Manterei o mínimo de dignidade que me resta.
O bar começa a ficar cheio, a música começa a ficar mais alta e eu começo a ficar mais bêbada a cada caneca que eu finalizo. O álcool começa a deixar dormente o meu coração e gradualmente vou esquecendo o motivo que me fez começar a beber.
“Está sozinha?” uma voz masculina grave pergunta de repente.
Levanto meu olhar na direção da voz e encontro um homem alto, com mais de um metro e noventa e cinco, os cabelos são loiros escuros penteados para trás que se alinham com a barba cheia com dois tons mais claros que o cabelo. Os olhos verdes parecem duas pedras preciosas que me olham com desejo e curiosidade.
“Para sua sorte, sim,” respondo um pouco alegre demais.
“Duas doses de tequila,” o homem ordena para o barman que logo o atende. Ele oferece uma dose para mim e eu aceito de bom grato. “O que você está fazendo aqui sozinha?”
“Estou esperando por você, gostosão. Você demorou um bocado, sabia?” respondo com humor, que faz o homem soltar uma risada.
“Desculpa, o trânsito. Vim o mais rápido que consegui,” ele entra na brincadeira e eu me sinto feliz por isso.
“Eu só te perdoo se você me fizer companhia até amanhecer,” sugiro com malícia na voz.
Quero esquecer de Alexander, do seu tanquinho definido, do seu sorriso bobo, dos seus olhos oceanos e a forma como ele me beijava. Quero esquecer tudo sobre ele e esse homem a minha frente, com certeza pode fazer isso por mim.
“Desafio aceito,” o rapaz responde com um sorriso malicioso nos lábios. A presença dele me causa desejo e tesão, misturado com o alto teor de álcool que já percorre as minhas veias.
A conversa fluiu com malícia e com muita bebida. As horas percorrem até que o barman declara que precisa fechar o local.
“Ainda falta algumas horas para o dia chegar, quer ir para a minha casa?” eu o convido.
“Com certeza, linda! Faço até questão de pagar a sua conta!”
“Que cavalheiro!” respondo com uma risada enquanto me levanto. Sinto o mundo girar por alguns segundos até sinto a mão grande e firma do rapaz me segurar pela cintura.
“Tudo certo, princesa?” ele pergunta com a voz baixa perto do meu ouvido, me fazendo sentir um arrepio por todo o meu corpo.
“Tudo perfeito!” respondo com um sorriso safado para ele.
Minha casa está silenciosa, minha mãe já deve ter ido para a cama dela. Assim que chegamos em meu quarto, o homem que parece um deus grego avança para me beijar. Seus lábios são finos e macios, sinto a aspereza da sua barba contra a minha pele, mas isso não me incomoda. Minhas mãos são ágeis e eu logo começo retirando a camisa dele, sinto todos os gominhos do seu peitoral com as minhas unhas. O deus grego beija o meu pescoço e suas mãos grandes e macias são ágeis e ele logo me pega no colo. Cruzo minhas pernas em sua cintura e minhas mãos em volta do seu pescoço, sentindo os fios dos seus cabelos sedosos se enroscarem em meus dedos.
Assim que ele me deita na minha cabeça, eu tenho uma noite confusa e, ao mesmo tempo, incrível. Os pensamentos do meu coração partido desaparecem quando os lábios do deus grego me beijam por todo meu corpo. A forma como ele me causa orgasmo é sublime. Durante as horas que o sol ainda não se levanta, eu e o deus grego exploramos o corpo um do outro que me faz sentir nas nuvens.
Mas o dia finalmente chega e quando acordo, o deus grego já partiu, deixando apenas um bilhete que dizia: desafio cumprido, princesa.
A ressaca junto com a saudade e a dor do Alexander chegam para perto de mim como uma nova inquilina. Uma noite com um desconhecido apenas serviu para adiar a minha dor pós termino. A lembrança da noite anterior começa a ficar nebulosa e o rosto do homem com quem me deitei já vai ficando distorcida em minha mente.
Observo Caelum balançar Alex com tanto cuidado e ternura que chega a me emocionar. Ele o embala como se carregasse o tesouro mais precioso do mundo, movendo-se suavemente enquanto canta uma canção de ninar que parece preencher todo o quarto com uma calma quase sobrenatural. O som de sua voz é baixo e melodioso, carregado de uma doçura inesperada que o torna ainda mais fascinante. O ambiente ao nosso redor é acolhedor; o quarto de Alex é decorado em tons suaves de azul e cinza, com móveis de madeira clara e uma poltrona ao lado do berço. Pequenos detalhes, como o móbile com estrelas pendurado acima do berço e as prateleiras com livros infantis, fazem do espaço um refúgio de tranquilidade.Meu coração se aquece ao vê-los juntos. Caelum tem sido mais do que eu jamais imaginei. Durante toda a gestação, ele foi o meu porto seguro, minha rocha em meio às ondas de incertezas e desafios que me cercavam. Agora, com Alex em seus braços, ele prova novamente que é tudo o que meu filho e eu precisa
Acordo com alguém me chamando, a voz carregada de urgência e as mãos quentes balançando meu ombro com insistência. É Aria. O quarto está mergulhado na penumbra da madrugada, com apenas o luar tímido atravessando as cortinas entreabertas, iluminando seu rosto tenso e marcado pela dor.“Caelum… o bebê está vindo!” A voz dela sai trêmula, ofegante, como se cada palavra fosse uma luta. “A minha bolsa estourou.”Num instante, minha mente desperta por completo, o sono abandonado como se nunca tivesse existido. Levanto em um salto para fora da cama, o coração disparado como se estivesse prestes a entrar em uma batalha. Minha primeira reação é ajudá-la a sentar-se na poltrona próxima, as mãos segurando seus braços com cuidado, embora minha mente esteja em alerta absoluto, cada fibra do meu ser se concentrando na segurança dela e do bebê.“As contrações estão vindo de quanto em quanto tempo?” pergunto, tentando manter a voz calma, mas o tom denuncia minha preocupação.Aria está ainda usando a
“O que vocês querem de presente de aniversário?” pergunto para os gêmeos assim que eles chegam da escola.Os olhos deles, idênticos na forma, mas com personalidades tão diferentes, brilham em uníssono com a pergunta. Eles trocam olhares cúmplices e, antes mesmo de articular uma resposta, abrem um sorriso idêntico e gritam juntos:“UM DRAGÃO!”A empolgação na voz deles é tão intensa que quase me convence de que isso é uma possibilidade real. Aria e eu não conseguimos conter o riso. Sua risada é um som leve e contagiante, como se uma brisa quente tivesse atravessado a sala. Ela está sentada em sua cadeira de balanço favorita, o tecido do moletom que veste se estica suavemente sobre a curva proeminente de sua barriga de sete meses de gestação. O bebê mexe de vez em quando, como se estivesse respondendo ao caos controlado que sempre parece cercar nossa família.O brilho que antes havia nela tem voltado a cada dia, aos poucos. Os pesadelos diminuíram, agora consigo contar nos dedos as noi
O consultório é pequeno, com paredes brancas que refletem a luz fria e impessoal das lâmpadas fluorescentes. Aria está deitada em uma maca coberta por um lençol de papel, que estala suavemente sob o peso dela. A barriga está exposta, a pele parda contrastando com o ambiente estéril ao redor. Sua expressão é estoica, mas seus olhos trazem um cansaço profundo.Os exames de sangue confirmam a gravidez rapidamente. Seis semanas. A notícia é como um choque elétrico no meu sistema. Sinto um turbilhão de emoções — empolgação, surpresa, talvez até um pouco de medo — tudo misturado e difícil de processar. Tento conter a felicidade, consciente de que o bebê não é meu, mas não consigo evitar. Um sorriso involuntário brota no meu rosto.Aria, por outro lado, permanece inexpressiva. Seus olhos se fixam em algum ponto distante, como se estivesse presa em seus próprios pensamentos. Ela não reage, não sorri, nem demonstra qualquer vestígio de alegria. Isso me corta, mas eu sei que o tempo dela é dife
A sala de jantar está iluminada por velas delicadamente posicionadas sobre a longa mesa de carvalho.Elowen, com seus cachos dourados reluzindo sob a luz, levanta os olhos curiosos do prato para me encarar. Sua voz doce quebra o silêncio.“A mamãe não vai vir jantar com a gente?” Elowen pergunta curiosa.Eu e Lyra trocamos olhares rápidos, cúmplices e preocupados, acima da mesa. Tento encontrar a resposta certa, algo que alivie sua preocupação sem expor completamente o peso da situação.“Não, minha princesa. Ela está cansada, talvez amanhã…” Digo com suavidade, inclinando-me ligeiramente para que minha voz alcance Elowen como um sussurro reconfortante.Elowen parece aceitar a resposta com um aceno de cabeça leve, voltando a focar em seu prato. Para ela e Thorne, a guerra e a perda de Alexander parecem ser apenas eventos distantes, como um sonho ruim que já começou a se desvanecer na memória. A compreensão deles sobre a morte ainda é superficial, quase inocente. Eles sentiram a ausênc
Observo a cena paralisado, incapaz de desviar o olhar do sofrimento diante de mim. Aria está ajoelhada sobre o corpo imóvel de Alexander, os braços apertando-o como se sua força pudesse trazê-lo de volta à vida. Seus soluços ecoam pelo ar, cravando-se na minha alma como tiros. Ela chora de forma histérica, cada lamento carregado de uma dor tão profunda que parece reverberar pelo campo devastado ao nosso redor.O caos que dominava o campo de batalha começa a desaparecer lentamente. Criaturas malignas evaporam em sombras, desaparecendo no ar com uivos estridentes, como se o próprio universo as estivesse puxando de volta para o vazio do qual vieram. Malakar foi enviado de volta ao reino proibido, e a escuridão que o acompanhava começa a ceder lugar a uma tênue luz cinzenta.Apesar dos gritos de vitória que explodem ao meu redor, celebrando o fim do tormento, meu foco permanece inabalável na cena à minha frente. Não consigo ouvir nada além dos soluços de Aria e do som abafado das batidas
Último capítulo