Arthur sempre acreditou que amor e liberdade eram direitos — até o dia em que descobriu que sua vida já estava vendida em um contrato. Filho de um dos empresários mais poderosos do país, ele é surpreendido com a notícia de que terá que se casar com Rebeca Almeida, herdeira de uma família rival, para selar uma aliança bilionária entre as empresas. O problema? Ele ama Sofia. A mulher que conheceu em segredo. A única que o faz sentir vivo. A que não tem um sobrenome nobre, mas carrega seu coração por inteiro. Preso entre o dever e o desejo, Arthur se vê obrigado a lutar contra um sistema que o trata como peça de xadrez — e não como um homem. A cláusula do contrato é clara: um casamento obrigatório, um filho por conveniência… e nenhuma chance de recuar sem perder tudo. Rebeca também tem seu próprio segredo. Um amor escondido. Um coração dividido. E uma escolha impossível. Quando sentimentos colidem com imposições familiares, quem pagará o preço? Será o amor forte o suficiente para sobreviver à pressão de um império? Ou os dois herdeiros serão obrigados a se unir por nome, enquanto seus corações pertencem a outros? Prepare-se para um romance arrasador, cheio de alianças forçadas, segredos proibidos, heranças sufocantes e escolhas dolorosas. Em um mundo onde o poder dita as regras, amar… é um ato de rebeldia.
Leer másA tarde estava ensolarada. O verão trazia consigo altas temperaturas. Os dias durante essa estação pareciam ser mais longos que as noites, fazendo Arthur ter a sensação de que sempre estava vivendo o mesmo dia.
O jovem de cabelos loiros espreguiça seu corpo musculoso e ao virar-se, vê um corpo nu em uma cama de motel. Ele sorri ao ver sua amada ao seu lado. Ele acaricia os longos fios de Sofia enquanto a jovem dormia tranquilamente. Seu coração ficou quentinho ao ver que sua amada estava ao seu lado. Com cuidado, ele levanta-se e vai ao banheiro tomar um banho rápido, pois ao ouvir o barulho de seu celular, sem precisar olhar para a tela do aparelho, já sabia que seu pai estaria ligando. — Meu amor, que susto eu levei. Pensei que você havia ido embora e me abandonado. — a jovem fala, manhosa. — Jamais faria isso, minha vida. — o loiro falou, dando um selinho na moça. — seu sogro está me ligando. Hoje mais cedo disse que tinha uma reunião importante e que eu deveria estar presente, e eu acabei me esquecendo. — Não sei porque meu sogrinho me detesta. — Ele não lhe detesta, Sofia. Já lhe disse isso. — Arthur informou, enquanto se vestia. — Mas não apoia nosso namoro. — Meu amor, eu já lhe disse que vou me casar com você. E ele não pode mudar isso. — Então me assume logo de uma vez. — a loira insistiu, chateada. — Eu vou te assumir, mas no momento certo. — Você deve estar com outras, por isso que me trata assim. — Outras? — ele riu, incrédulo. — Sofia, você foi minha primeira namorada, foi com quem eu tive minha primeira vez, com quem eu compartilho meus sonhos e planos. Acha mesmo que eu tenho outras? — Desculpa docinho, você sabe que eu morro de ciúmes de você. — E você sabe que eu morro ainda mais de ciúmes de você. Principalmente quando você está com o… — Eu já lhe disse que Isaque é apenas meu primo. — a jovem falou, cortando a fala do loiro. —Ele veio de outra cidade, não conhece ninguém. — Hum, entendi… — Você deixe esses ciúmes bestas, porque Isaque e eu somos da mesma família. — ela falou, levantando-se da cama e indo em direção ao banheiro. Ambos já estavam devidamente vestidos. E como sempre, Arthur saia pelas portas dos fundos com seus óculos escuros e um chapéu maior que sua cabeça. Motivo? Simples! Ele era filho único de uma renomada família que trabalhava no ramo de tecidos. Os fotógrafos viviam em sua cola, mas o rapaz nunca deixou que escapasse nada sobre sua vida pessoal. (...) Arthur chega no escritório às pressas. E ao entrar, dá de cara com a secretária de seu pai, que o olha com um olhar reprovador. — Senhora Alves… — o loiro fala com a velha senhora, que apenas balança a cabeça. — O senhor Marcelo não está na sala de reuniões. — a mulher informou, com sua voz séria. — A reunião já acabou? — o rapaz perguntou, preocupado. — Não. Eles estão reunidos na sala do patrão. — Na sala do meu pai? — ele perguntou, confuso. — Se eu fosse você, correria, pois está com 1hr de atraso. Sem dizer nada, Arthur vai em direção a sala de seu pai. Chegando no local, da duas leves batidas e espera a resposta. — Pode entrar! — a voz potente de Marcelo fez com que o loiro ficasse um pouco amedrontado. Ao adentrar na sala de seu pai, achou estranho o fato de além de sua mãe estar, a família Almeida também estava. O clima estava descontraído. As mulheres conversavam enquanto Marcelo e Ricardo falavam alto sobre jogos de basquete. — Bom dia a todos! — Arthur cumprimentou todos os presentes. — Boa tarde! — disse Ricardo, olhando para seu relógio de pulso. O rapaz praguejou-se mentalmente por ter errado o horário. Sorriu sem graça para o senhor Almeida — aquele homem lhe dava medo. — Pai, o senhor me chamou para uma reunião, mas vejo que está ocupado, então voltarei assim que finalizar a conversa. — o rapaz falou, virando-se rapidamente. Tudo o que ele queria era sair daquela sala depois do vexame que deu. — Arthur, pode ficar, eles vieram exatamente para a mesma reunião que você — Marcelo informou, sério. O loiro assentiu e sentou-se no sofá, próximo a sua mãe. — Como quem faltava chegou, vamos direto ao ponto. — Marcelo começou — Estive conversando com Ricardo e nós decidimos que você e Rebeca se casaram para a unificação das empresas, já que nós somos o número um em fabricação de tecidos e eles os maiores exportadores de linho e algodão. — o homem falou, como se estivesse falando de um jogo. Ao ouvir tudo, o rapaz fica pasmo e se levanta em um rompante — Pai, você endoidou de vez? Só pode. — o loiro falou, desesperado. — Eu estou namorando a Sofia e a amo, como vou me casar com Rebeca? — Simples, termina — diz Ricardo, dando os ombros — e quanto ao amor, vocês podem desenvolver com o tempo. Não é pelo fato de Rebeca ser minha filha, mas ela é uma moça linda e bem educada. Além de ser de uma boa família, é claro! Viu aí, quantas qualidades minha princesa possui? Não poderia querer algo melhor para você. — O patriarca Almeida fala, com desdém. — Mas pai, é da minha vida que vocês estão falando, e não simplesmente de uma droga de empresa. — o loiro fala, nervoso. — Meu filho, Ricardo, está certo. Rebeca é uma pessoa maravilhosa, e você terá um ótimo casamento… — Então case você com ela! — disse o rapaz, cortando a fala do pai. — Já chega, Arthur! Respeite o seu pai — diz Carla, depois de ter dado um tapa na face do filho. Ele com os olhos cheios de lágrimas olha pra mãe, decepcionado. — Como posso ter respeito quando não sou respeitado? Quando minha vida é sentenciada sem ao menos me perguntarem o que acho?. Carla nada responde. Arthur desvia o olhar para todos à sua volta, ali havia uma mistura de surpresa e conformidade, a não ser por uma pessoa que o destino também estava sendo decidido, nele o olhar estava aflito, susto e medo — Você está de acordo com isso? — o loiro pergunta a Rebeca, após vê-la próxima a janela, imóvel, sem dizer uma palavra. Rebeca sentiu seu coração acelerar ao ouvir o nome dela ser mencionado. Ela sempre soube que as decisões de sua família eram firmes, que a união entre as empresas era uma prioridade, mas ouvir Arthur expressar sua revolta a deixou sem palavras. Ela se virou lentamente, os olhos grandes e expressivos refletindo uma mistura de emoções. — Arthur… — começou a jovem, sua voz suave quase um sussurro. — Eu… não sabia que isso estava acontecendo. Marcelo olhou para a filha de Ricardo, tentando parecer impassível, mas sua expressão traiu um leve desconforto. A sala estava tensa, e todos os olhares estavam voltados para a jovem Almeida. Rebeca sempre fora a mais tímida entre os membros de sua família, mas havia uma força dentro dela que começava a emergir. — Eu não quero que você se sinta obrigado a nada, Arthur. — ela disse, finalmente encontrando coragem nas profundezas de seu ser. — Se você ama a Sofia, então isso deve ser respeitado. Ninguém deve forçá-lo a se casar comigo.Rebeca fechou os punhos, mas permaneceu em silêncio. Sabia que lutar ali, naquele momento, era em vão.— Era somente isso que o senhor queria me mostrar?— Não. Vim lhe avisar do segundo passo de vocês. Certo que Arthur já deve ter sido fotógrafo na joalheria. — Ricardo falou, observando seu relógio de pulso. — Daqui a dois dias você irá aparecer com um anel de noivado, em um jantar. E como quem não quer nada, você irá deixar seu dedo à mostra, segurando uma bola ou até mesmo seu celular.— Mais alguma coisa? — Por enquanto é só. Você já pode ir.Rebeca balançou a cabeça em concordância, virando-se em direção a saída.— Rebeca… — a voz potente de Ricardo a fez parar, olhando-o por cima do ombro. — nem pense em estragar tudo encontrando-se com aquele pé rapado do Isaac. Ela nada disse, apenas abriu a porta e saiu, com o coração despedaçado.Rebeca caminhava com o olhar fixo em lugar nenhum. Cada passo era uma luta contra a vontade de gritar. A vontade de correr, sumir, rasgar aquele
Na manhã seguinte, o dia havia amanhecido nublado. Rebeca espreguiçou-se ainda deitada em sua cama. Olhou para o relógio e viu que ainda eram seis horas da manhã. Olhou pela janela e viu tudo escuro, ainda parecia noite. Fechou seus olhos e deu um longo suspiro, tentando organizar seus pensamentos.Mas quando ela menos espera, é tirada de seu momento de paz pelo toque de seu aparelho celular. Ela olha para a tela e não reconhece o número que estava ligando. Não atendeu, decidiu deixar tocar até cair na caixa portal. Mas a pessoa do outro lado da linha era insistente, e voltou a ligar, deixando-a curiosa.— Alô?! — a jovem falou, após atender a ligação.“Rebeca?!” — A voz do outro lado falou, meio rouco.— Arthur? — Ela perguntou, surpresa.“Sim. Desculpa, eu te acordei?”— Não, eu já estava acordada. Como você conseguiu o meu número?“Você me deu ontem a noite, esqueceu?” — Ele perguntou, soltando um riso abafado.— Verdade. Que pergunta mais idiota essa que eu fiz.“Te liguei pra te
O dia passou arrastado. Rebeca passou horas trancada em seu quarto, sem saber como se preparar para um jantar onde a encenação seria mais importante do que qualquer prato servido. Ela pensava em como havia deixado sua vida escapar por entre os dedos. Desde pequena sempre foi moldada para obedecer, sorrir, agradar. Mas agora, mais do que nunca, sentia que estava vivendo em um palco. Já Arthur tentava manter o contato com Sofia restrito. Ele não queria que ela sofresse mais do que já estava sofrendo. Passou a tarde no escritório da empresa, fingindo trabalhar enquanto mentalmente ensaiava as mentiras que teria que contar diante das câmeras. Às 19h em ponto, o carro preto com vidros escuros estava estacionado em frente a mansão que Rebeca morava. Pelo horário, Arthur já deveria estar nele. A vida de fachada começava oficialmente naquela noite. Ela desceu as escadas com um vestido vermelho de cetim, justo na cintura e com um decote sutil, o suficiente para chamar atenção sem parecer f
Ela acariciou o rosto dele com ternura, mesmo com os olhos marejados.— Mas é isso que temos. E é melhor do que nada. Eu prefiro te ter em segredo, do que não te ter de jeito nenhum.Ele a puxou para um abraço apertado, desesperado, como se pudesse protegê-la do mundo — ou de tudo o que viria depois daquela escolha. E então, como quem sela um pacto que jamais deveria ter sido necessário, Arthur sussurrou contra seus cabelos dourados:— Então me promete que será só minha. Mesmo se eu estiver preso a outra por fora… por dentro, meu coração será inteiro seu. Me promete isso.— Eu prometo. — ela respondeu, com a voz baixa. — Mas você também tem que me prometer uma coisa.Ele se afastou um pouco, confuso.— O quê?— Que, no fim disso tudo… nós vamos ficar juntos. Que essa dor vai valer a pena. Que, de alguma forma, você vai me tirar dessa sombra. Que um dia, eu poderei ser sua esposa, sem esconderijos.Arthur assentiu, com os olhos marejados. Pegou as mãos dela, entrelaçando os dedos com o
Arthur estava imóvel. As palavras, o contrato, o destino desenhado por mãos que não eram as dele... tudo girava em sua mente como um redemoinho. Seu peito subia e descia com dificuldade, como se respirar fosse um esforço sobre-humano. A sala estava silenciosa, todos esperando sua reação. Mas Arthur apenas encarava o contrato, ainda aberto sobre a mesa. Seus punhos cerrados tremiam ao lado do corpo. Ele queria gritar, quebrar tudo, fugir dali com Sofia e nunca mais voltar. Mas não podia. Não agora.— Isso... isso é prisão. — ele murmurou, sem encarar ninguém. — Vocês me prenderam sem grades. Com papéis.— Não fale besteira, Arthur. — Marcelo disparou. — Se você tivesse responsabilidade com sua posição, jamais falaria isso.— Responsabilidade? — Arthur deu um riso nervoso, quase histérico. — É isso que chamam de responsabilidade? Jogar a vida do próprio filho num papel assinado com sangue? Vocês deviam se envergonhar!Ricardo, impassível, recostou-se na poltrona com um leve sorriso.— A
Ricardo franziu a testa, claramente desaprovando a postura da filha. Marcelo, por outro lado, pareceu um pouco mais receptivo.— Rebeca, você não deve se colocar em primeiro lugar, é uma questão de negócios. — disse Ricardo, com um tom de autoridade.— Mas, pai, isso não é só sobre negócios. É sobre vidas, sentimentos. — Rebeca respondeu, sua voz se firmando.Arthur sentiu um nó se formar em sua garganta ao ouvir a coragem com que Rebeca falava. Nunca havia se interessado por ela de verdade, mas ali, pela primeira vez, enxergou algo além da imagem frágil e moldada por aparências. Ela estava lutando — não só por ele, mas por si mesma. Isso o tocou.— Rebeca, isso é um absurdo. Você não devia ser forçada a isso também. — disse o loiro, se aproximando alguns passos da janela, ainda em choque com tudo que acontecia.— Ninguém aqui está sendo forçado. — cortou Ricardo, irritado. — Estamos apenas cumprindo um dever. Vocês são jovens, não entendem ainda o que está em jogo. Mas um dia, agrade
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