Capítulo 05.

O dia passou arrastado.

Rebeca passou horas trancada em seu quarto, sem saber como se preparar para um jantar onde a encenação seria mais importante do que qualquer prato servido. Ela pensava em como havia deixado sua vida escapar por entre os dedos. Desde pequena sempre foi moldada para obedecer, sorrir, agradar. Mas agora, mais do que nunca, sentia que estava vivendo em um palco.

Já Arthur tentava manter o contato com Sofia restrito. Ele não queria que ela sofresse mais do que já estava sofrendo. Passou a tarde no escritório da empresa, fingindo trabalhar enquanto mentalmente ensaiava as mentiras que teria que contar diante das câmeras.

Às 19h em ponto, o carro preto com vidros escuros estava estacionado em frente a mansão que Rebeca morava. Pelo horário, Arthur já deveria estar nele. A vida de fachada começava oficialmente naquela noite.

Ela desceu as escadas com um vestido vermelho de cetim, justo na cintura e com um decote sutil, o suficiente para chamar atenção sem parecer forçado. Seus cabelos estavam soltos e a maquiagem leve realçava sua beleza natural. A tonalidade do vestido combinava perfeitamente com a pele alva da jovem, e os seus longos cabelos negros fazia com que ela ficasse parecendo uma boneca de tão perfeita que estava. A jovem arrumou discretamente sua franja enquanto descia as escadas.

Saiu da mansão caminhando a passos curtos. Não estava com pressa. O motorista abriu a porta de trás do automóvel e Rebeca entrou, encontrando seu novo pretendente.

Arthur já estava esperando no carro. Vestia uma blusa social branca com as mangas levantadas até a metade do braço e uma calça jeans. pesar de ser simples, estava muito bonito. Rebeca olhou de lado e pôde perceber o quanto Arthur era forte. Nunca havia reparado, mas o porte atleta do rapaz combinava perfeitamente com ele, já que o loiro tinha quase dois metros de altura. Ao contrário dela, que tinha apenas um e cinquenta e seis.

— Você está linda. — ele disse, com honestidade.

Ela deu um meio sorriso.

— Obrigada! Você também está muito bonito.

O caminho até o restaurante foi feito em um silêncio tenso. Rebeca mexia nos dedos. Arthur observava a rua, mas não via nada de fato. Estavam em mundos paralelos dentro do mesmo carro.

Ao chegarem ao restaurante, tudo parecia já coreografado. Uma hostess os levou até uma mesa reservada em um canto elegante e discretamente iluminado. Ao redor, clientes conversavam com elegância contida — muitos deles, rostos conhecidos da mídia.

Arthur puxou a cadeira para Rebeca, sentou-se à sua frente e tentou sorrir. A moça retribuiu o gesto, mesmo que seus olhos gritassem “isso é mentira”.

Os pratos foram servidos, vinhos foram oferecidos e recebidos. Eles mal tocaram na comida.

— Você acha que já estão aqui? — Rebeca perguntou, olhando discretamente para os lados.

— Provavelmente sim. Talvez já tenhamos saído em alguma live de bastidores. — Arthur respondeu, segurando uma taça de água.

Rebeca soltou um suspiro.

— Eu sei que você não me ama. E sei que seu coração está com Sofia. Mas obrigada por tentar fazer isso de forma respeitosa. Eu sei que está se doando mais do que devia.

Arthur baixou o olhar.

— Eu não odeio você, Rebeca. E isso é o mínimo que posso fazer. Mas, acredite, se eu pudesse escolher, estaria em outro lugar.

Ela assentiu.

— Eu também.

E quando eles menos esperam um fotógrafo fingiu ser um cliente e passou próximo à mesa. Arthur imediatamente segurou a mão de Rebeca sobre a mesa e sorriu para ela como se estivessem falando de coisas doces.

— Temos plateia. — ele sussurrou.

— Então vamos dar o show que eles querem. — ela respondeu, apertando de leve sua mão.

Mais cliques. Flashes discretos.

Eles passaram a conversar sobre banalidades, sorrisos forçados, olhares trocados. À primeira vista, pareciam um casal comum — bonito, elegante, apaixonado. Mas se alguém prestasse atenção, veria os olhos pedindo socorro.

Ao final do jantar, mais fotógrafos estavam do lado de fora. Quando saíram, Arthur envolveu Rebeca pela cintura, fingindo protegê-la dos flashes, como se quisesse esconder algo. Caminharam rápido para o carro, onde o motorista os esperava.

O plano havia começado. Manchetes em construção. Tudo havia saído conforme o planejado.

(...)

Sofia estava deitada em sua cama assistindo a um filme qualquer quando viu a porta do seu quarto ser aberta com brutidão.

— O que foi dessa vez, Isaac? — A loira perguntou, sem muita emoção.

— Acabei de me encontrar com Rebeca, e ela quis terminar comigo. — O homem falou, com ódio.

— O que? Mas você não permitiu, né? — Sofia perguntou, nervosa.

— Lógico que não! Fiz meu show e consegui reverter a situação.

— E aquela songa monga queria terminar com você porque?

— Me disse que o pai envolveu ela em um contrato de casamento.

— Contrato de casamento?

— Exatamente!

— Arthur veio com a mesma história. Será que eles dois irão casar?

— Vão! — Isaac falou, sem rodeios. — Segundo ela, o casamento será com o seu namoradinho, Arthur Carvalho.

— Maldição! — A loira gritou, furiosa. — Olhe aqui, você trate de fazer com que essa semana ela fique louca de amores por você.

— Mais do que ela já é? — O homem perguntou, convencido.

— Ela é tão apaixonada que nem transar com você ela transa. Ainda continua virgem.

— Rebeca tem toda aquela ladainha de que quer casar virgem e blá, blá, blá…

— Que garotinha idiota.

— Falando em idiota, aquele babaca do Arthur ainda acha que eu sou seu primo?

— É óbvio que sim. Eu faço a linha boa moça com ele. — Ela falou, piscando o olho para seu amante.

— Já que você faz a linha boa moça com ele, vem agora fazer a linha perversa comigo. — Isaac falou, puxando Sofia pela cintura.

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