“Uma proposta que pode tirá-la da miséria, mas a um preço que talvez ela não esteja disposta a pagar.” Amara Wild já teve uma vida confortável, sonhos e o amor de sua mãe. Mas tudo isso desmoronou com sua morte, deixando-a sem ninguém e sem um teto para chamar de seu. Agora, ela é apenas uma mendiga vagando pelas ruas de Nova Jersey, onde cada dia é uma luta pela sobrevivência. Certa noite, enquanto revirava o lixo de um restaurante em busca de comida, Amara testemunha uma cena : uma mulher abandona quatro homens poderosos e influentes, deixando-os furiosos. Mas antes que possa desaparecer nas sombras, um deles percebe sua presença. Domenico Beltron, o mais velho e implacável dos irmãos, vê nela uma oportunidade—algo que o instiga. Em vez de ignorá-la como todos os outros fazem, ele lhe faz uma oferta impossível de recusar: uma casa, segurança e uma vida de luxo. Em troca, Amara deve pertencer a eles. Ser sua. Submeter-se a cada desejo, cada regra, cada ordem. Mas o que começa como um acordo logo se transforma em algo muito mais sombrio. Ela não é apenas um capricho passageiro—Amara se torna a nova obsessão dos quatro irmãos Beltron. Um jogo de desejo e possessividade toma conta deles, e agora, cada um quer uma parte dela. Desesperada e faminta, Amara sabe que esta pode ser sua única chance de escapar da miséria. Mas ao entrar nesse jogo perigoso, ela descobre que a liberdade tem um preço. E os Beltron não aceitam recusas. Quando eles querem algo não param até conseguir.
Ler mais༺ Amara Wild ༻
A noite está quieta e fria em Nova Jersey. Estou agachada ao lado do restaurante, remexendo os sacos de lixo como sempre, buscando qualquer sobra de comida que aliviasse a fome. Meus dedos já estão acostumados a puxar embalagens meio abertas, caixas engorduradas e restos abandonados sem dar muita importância para a sujeira. Foi quando, com sorte, achei meio sanduíche, amassado, mas ainda com um pedaço de queijo grudado. Dei uma mordida generosa, quase fechando os olhos de tão bom que parecia. De repente, ouvi vozes alteradas, perto da porta de entrada do restaurante chique. Olhei na direção das vozes, curiosa. Uma mulher linda e elegante estava parada ali, encarando quatro homens que pareciam rodeá-la. — Eu não aguento mais isso, Luca! — ela gritou, cruzando os braços. — Esse relacionamento com vocês todos está me sufocando! Preciso de espaço, de liberdade, e vocês não entendem! Luca, o mais alto, ergueu as sobrancelhas com uma expressão de surpresa. — Liberdade? — Ele soou quase ofendido. — Nós só queremos cuidar de você. Amamos você. É difícil entender isso, abelhinha? Ela riu amargamente. — Cuidar? Vocês pensam que podem decidir tudo sobre a minha vida, Domenico, Pietro, Enzo… — Ela foi apontando para cada um deles, um de cada vez, como se estivessem em um tribunal. Pietro, o rapaz com um jeito arrogante, passou a mão pelos cabelos e revirou os olhos. — Ah, para com isso, Serena. Você é importante para nós. Não pode simplesmente sair assim. Vamos para casa conversar… Ela deu um passo para trás, respirando fundo. — Não posso? Olha só o que posso fazer! — E, num gesto teatral, ela tirou o anel que tinha no dedo e o jogou no chão, no meio dos quatro. — Não quero mais isso. Nem quero mais vocês. Gosto de outro. Para mim, essa relação já acabou. Enquanto isso, eu observava a cena, mastigando meu sanduíche, quase hipnotizada. Que confusão! Se fosse uma novela, seria o capítulo principal. Enzo, o mais jovem, parecia inconformado. — Está nos trocando por quem, Serena? Quem é melhor do que nós quatro? Ela ergueu o queixo com um sorriso desafiador. — Uma cara que não me sufoca. Me dá liberdade e espaço para ser quem sou… Arrume outra idiota para se sujeitar a isso, quem sabe aquela mendiga ali. Engasguei com o sanduíche e tentei me recompor. Levantei o meio sanduíche, quase como se estivesse brindando. — Ei, nada contra. Eu aceito o “cargo” se for preciso e se pagarem bem — comentei, dando uma mordida e me esforçando para não rir. Eles se viraram para me encarar, mas minha fome era tanta que continuei mastigando, assistindo ao show deles sem me importar. Estou ali, mastigando o que restava de um sanduíche, quando a discussão deles começou a esquentar de verdade. A mulher parecia decidida. Ela gesticulava intensamente, o rosto em chamas de raiva. — Chega, Luca! Estou cansada disso. Eu não quero mais esse relacionamento! Vocês não vão me fazer mudar de ideia. Estou apaixonado por outro, como disse — ela disse, sua voz cortando o ar frio da noite. Soltei uma risada baixa, porque, apesar da situação, a coisa toda possuía um toque dramático que até me distraía da fome. Dei mais uma mordida no sanduíche, de olho na cena. — Apaixonada por outro, Serena? Você realmente está falando sério? — Luca perguntou, parecendo mais chocado que bravo. Serena ergueu o queixo, sem hesitar. — Sim, Luca! Me apaixonei por outro, e quer saber? Ele me trata com o respeito que vocês nunca me deram! Sempre me tratando como um pedaço de carne pronto para ser abatida. Quase engasguei. Aquilo estava ficando melhor a cada segundo. — Você não pode fazer isso conosco, Serena! — gritou o tal do Domenico, com uma expressão de dor que nunca havia visto em muita gente largada na rua. Mas, ao invés de responder, Serena apenas mostrou o dedo do meio, com a maior cara de desprezo, e fez sinal para um táxi que se aproximava. Em poucos segundos, entrou no carro e foi embora, deixando os quatro ali, parados como estátuas, desolados. Dei de ombros e voltei a revirar o lixo de novo. O sanduíche já estava quase no fim, e a fome continuava. — Que novela… — murmurei, rindo sozinha. De repente, sinto uma presença atrás de mim. Meu corpo enrijeceu no mesmo instante e, quando me virei, lá estavam eles, os quatro, com as expressões sombrias e cheias de uma mistura de frustração e raiva. Meu coração começou a acelerar fortemente, porque tenho ideia do que caras assim podiam fazer com pessoas como eu. Já vi esse tipo de olhar antes quando queriam descontar a raiva em alguém, e, quase sempre, escolhiam os mais frágeis. — Então… está tudo bem, rapazes? — perguntei, tentando soar despreocupada, embora cada fibra do meu ser me alertasse para sair dali o mais rápido possível. Estava pronta para dar o fora, mas um dos caras o tal do Luca deu um passo à frente e disse, com um sorriso meio amargo: — E aí, estava gostando do show, senhorita? Parecia se divertir de longe. Tentei disfarçar, mas a verdade é que meu rosto estava com um sorriso sarcástico estampado. — Ah, eu… bom, não fiz por mal. Só… foi impossível não notar a novela acontecendo bem na minha frente. — Dei de ombros, mordendo o pedaço de pão meio duro que encontrei. Ele arqueou uma sobrancelha, mas antes de responder, Domenico o que parecia ser o mais velho, e ter o ego bem ferido, virou para os outros três e falou com um ar meio misterioso: — E se a gente fizesse… Os outros olharam para ele, confusos, e Luca soltou um suspiro exasperado. — Ah, Domenico, você não está pensando nisso, está? Nem continue com isso. Domenico ergueu as mãos, como se o plano que tivesse na cabeça fosse a coisa mais brilhante do mundo. — É sério! Não me digam que nunca pensaram… quero dizer, já que a nossa “amada” foi embora… — Ele lançou um olhar aos outros, esperando alguma aprovação. Ouvindo tudo isso, só conseguia pensar em uma coisa: esses caras perderam a noção. Mas antes que pudessem perceber minha expressão de total descrença, dei mais uma mordida no pão, tentando parecer alheia. — Olha, pessoal, vou indo, certo? — disse, enquanto dava alguns passos para trás, torcendo para não me encherem mais o meu saco. No entanto, claro, eles perceberam. Enzo, o mais jovem, ergueu a mão para me parar, olhando para mim com um sorriso que não sabia se era de diversão ou desafio. — Ei… Para onde pensa que vai? Olhei para os quatro, agora me cercando com uma curiosidade que me fazia querer evaporar dali. Mas, como fugir só iria atiçar mais o interesse deles, engoli em seco e mantive o tom o mais casual possível. — Ah, vocês sabem… tenho compromissos importantes com aquele lixo ali. — Fiz um gesto na direção das latas de onde havia tirado o sanduíche. — Fome não espera, né? Eles se olharam, trocando olhares que eu não conseguia decifrar, mas percebia uma coisa: esses caras estavam interessados em mim por um motivo que eu ainda não havia entendido. Porém, não pretendia ficar para descobrir.༺ Enzo Beltron ༻Se torna tão engraçado ver Amara desconcertada. Domenico sempre teve razão, ela era diferente de muitas garotas que passaram por nós. No começo, fui contra a ideia dela vir para a mansão.Achei que seria só mais uma distração temporária, uma que traria problemas, como aconteceu com Serena. Mas agora era tarde demais para negar. Estamos cada vez mais envolvidos com ela.No entanto, sabia que precisamos ser cuidadosos. Não podíamos repetir os erros do passado. Serena foi uma lição amarga, e eu não estava disposto a ver tudo desmoronar de novo.Enfio as mãos nos bolsos e observo Amara por um momento, apreciando o jeito que ela tenta disfarçar o desconforto. Sorrio de lado e decido acabar com aquilo.— Será que posso conversar com você?Ela me olha, surpresa, mas não responde de imediato. Os outros três percebem o clima e se afastam, me deixando a sós com ela.— Podemos ir até o meu quarto? — pergunto, sem tirar o sorriso do rosto.Ela parece se enrijecer, hesitando.— Pa
༺ Amara Wild ༻Estou terminando de ajeitar meus cabelos diante do espelho, quando ouço um barulho vindo do andar de baixo me faz parar de pentear meus cabelos. A princípio, penso que seja uma conversa qualquer, mas as vozes se intensificam, e reconheço o tom ríspido de Enzo misturado com a voz aguda de uma mulher que não conheço.Meu coração acelera. Deixo a escova de lado e saio do quarto apressada, parando no topo da escada. Me inclino levemente para ouvir melhor.— Você não tem nada aqui, Serena! — a voz de Enzo ecoa, carregada de irritação. — O que era seu, você já levou.— Não é bem assim! — retruca a mulher, a voz cheia de veneno. — Tenho direito de pegar minhas coisas! Se vocês me deram, são minhas!Pietro intervém, sua voz firme e sem paciência:— Para com isso, Serena! Você não tem o direito de invadir nossa casa e exigir nada após ter sido uma traidora!A palavra “traidora” me faz prender a respiração. Ela voltou atrás deles de novo.— Eu não vim só pelas roupas e joias — a
༺ Amara Wild ༻O lençol continua enrolado ao meu corpo enquanto observo Luca se vestir. Ele age com uma naturalidade quase irritante, como se o que acabamos de fazer não tivesse sido nada de mais.Seus músculos se movem sob a pele dourada quando ele puxa a calça jeans e a ajusta na cintura. Cada gesto dele é carregado de uma confiança despreocupada.Ele pega a camisa e joga sobre o ombro, se aproximando com esse sorriso malicioso que já conheço bem. Inclina-se e me dá um beijo leve, mas provocante, como se ainda quisesse mais.— Foi gostoso. Espero repetir isso em breve — diz ele, com a voz rouca e preguiçosa.Soltei uma risada baixa balançando a cabeça.— Você realmente tem um fogo incontrolável.Ele dá de ombros, sem um pingo de culpa no olhar.— Fazer o quê? Não mando você ser tão gostosa.Me beija novamente, dessa vez mordendo de leve meu lábio inferior, antes de se afastar com um sorriso travesso. A porta se fecha atrás dele, e me jogo de volta na cama, afundando a cabeça no trav
༺ Luca Beltron ༻Amara estava ali, debaixo de mim, entregue totalmente. Seus olhos estavam semicerrados, as bochechas coradas, os lábios entreabertos, deixando escapar gemidos que me deixavam cada vez mais louco. Sonhei com esse momento tantas vezes que perdi a conta. Agora, finalmente, ela era minha, e eu não iria desperdiçar um segundo sequer.Minhas mãos deslizaram por seu corpo macio, traçando cada curva como se eu quisesse gravá-la em minha memória para sempre. A pele dela queimava sob meu toque, e o jeito que ela se arqueava, implorando por mais, me fazia perder o controle.— Você é perfeita — digo contra seus lábios, antes de tomá-los em um beijo faminto, cheio de desejo e posse.Ela gemeu contra minha boca quando empurrei mais fundo, sentindo o aperto quente e molhado dela me envolver completamente. O som rouco que escapou de sua garganta fez meu pau pulsar dentro dela, e eu sabia que não conseguiria ser gentil por muito tempo. A desejo há tempo demais para ser paciente agor
༺ Amara Wild ༻Luca segurou meu rosto entre as mãos, forçando-me a encará-lo, sua expressão era de pura devoção.— Quero que confie em mim — pediu, deslizando os polegares pelas minhas bochechas.— Eu confio… — respondi, a voz falhando levemente.Seus olhos brilhavam em desejo enquanto ele descia seus lábios pelo meu busto, parando em meus seios. Sinto o calor da sua boca envolver um deles, chupando-o com intensidade, enquanto a outra mão acariciava meu corpo. Um gemido escapou dos meus lábios e ele pareceu gostar, pois sorriu contra a minha pele.— Tão gostosa… — murmurou, antes de voltar a me beijar. — Minha.Seus beijos se tornaram mais urgentes, mais famintos, e me entreguei a eles totalmente. Ele explorava cada canto da minha boca com sua língua, enquanto suas mãos apertavam minhas coxas, puxando-as para mais perto.De repente, ele se afastou, deixando-me com um anseio ainda maior. Seus olhos encontraram os meus, e um sorriso malicioso brincava em seus lábios.— Abra para mim —
༺ Amara Wild ༻Dias depois...Uma semana havia se passado enquanto tentava me encaixar nessa loucura que virou minha vida morando com esses quatro. Estou terminando de espalhar o hidratante pelo corpo, quando a porta se abriu sem aviso.Me virei de súbito, surpresa ao ver Luca entrando no quarto como se fosse dono do lugar. O roupão escorregou um pouco pelos meus ombros, e apressei-me em ajeitá-lo antes de encará-lo com um misto de confusão e alerta.— Precisa de alguma coisa?O seu olhar deslizou lentamente por mim, carregado de uma malícia descarada.— Sim — respondeu, com um meio sorriso. — Preciso de você.Franzi a testa, sem entender de imediato, até o ver girar a chave na fechadura e trancá-la atrás de si.Meu estômago revirou com um misto de nervosismo e expectativa.— O que você está fazendo?Luca deu mais um passo à frente, seu olhar predatório fixo em mim.— Só quero um pouco de privacidade com você.Engoli em seco, recuando um pouco, mas sem muito para onde ir.— Mas… Preci
Último capítulo