Mundo de ficçãoIniciar sessãoLívia é uma jovem que leva a vida da forma mais pacífica e tentando ao máximo ser invisível. Ela odeia chamar a atenção. E é bem sucedida até sua vida mudar ao ser chamada para executar um serviço de limpeza numa casa isolada e sombria. Lucian um lobisomem poderoso, um rei Alfa, condenado à uma prisão que o mantém dormente numa escuridão sem fim, até que uma voz, a sensação de correntes elétricas em sua pele e um perfume inebriante o desperta de seu sono e o coloca em uma posição que ele jamais imaginara. Agora o destino dos dois está entrelaçado, como eles vão lidar com situações imprevisíveis: Lívia irá se ver numa situação onde ela se torna o centro das atenções e Lucian que nunca precisou de ninguém vai depender de Lívia para ser liberto de sua prisão e voltar à sua alcateia e seu posto de rei. Essa viagem de descobertas e mistérios irá surpreender a todos.
Ler maisPonto de vista de Lívia
Seus lábios sensuais tocam levemente a borda da xícara de café. Acompanho cada movimento — o modo como ele sorve o líquido, como a língua toca o canto da boca — e sem perceber, mordo o lábio inferior. Droga. O sorriso que ele dá logo depois, me faz ficar molhada. — A baba está escorrendo no canto da boca — sussurra Caroline, a secretária do Dr. Emanuel Valadares, bem no meu ouvido. Levo um susto e olho para ela. Caroline está sorrindo. Desde que comecei a trabalhar na Advocacia Valadares, ela se tornou uma amiga. A empresa é antiga, tradicional, e carrega o peso de um sobrenome respeitado. — Um dia você ainda vai se meter numa encrenca se o Dr. Augusto Valadares te pegar secando o filho dele desse jeito — provoca ela, tentando conter o riso. Suspiro, derrotada. Ela tem razão, e eu sei disso. Volto meu olhar para o Dr. Emanuel. Ele se levanta da cadeira e estende a mão para cumprimentar o cliente. O sorriso largo que ele dá mexe com tudo dentro de mim. Eu sei que não deveria alimentar esperanças. Um homem da categoria dele nunca olharia para mim. Mesmo assim, é impossível controlar o que sinto. Praticamente todos os meus sonhos são com ele — e todos eróticos. Sempre o imagino me pegando de forma selvagem sobre a mesa de trabalho. Deus... estou me tornando uma pervẹrtida. Forço-me a voltar ao serviço, tentando sufocar a fantasia. A janela de vidro da sala de reuniões nos permite ver tudo. Ele caminha até a porta, acompanhando o cliente. Parado ali, se despede. Dr. Emanuel parece um deus grego — olhos verdes, cabelos loiros, traços europeus, um terno perfeitamente ajustado ao corpo. Qualquer mulher se derreteria por ele. — Bom dia, senhoritas — cumprimenta, segurando alguns papéis nas mãos enquanto passa por nós, a caminho do escritório que acabei de limpar. — Bom dia, doutor — respondemos em uníssono. Assim que ele vira de costas, não resisto e deixo o olhar deslizar até a curva perfeita de sua bunda nas calças sociais. — Lívia! Comporte-se, menina! — Caroline me repreende. Abaixo a cabeça, corando. — Desculpe... vou evitar na próxima vez. Ela ri, divertida, e pousa as mãos nos meus ombros com um toque solidário. — Você está precisando sair um pouco com algum rapaz legal. Suspiro de novo. Como, se maļ tenho tempo pra respirar? Quando chego em casa, só quero a cama. E quando tenho uma folga, pego diárias extras para juntar um dinheiro e, quem sabe um dia, comprar meu próprio cantinho. Volto à vassoura, varrendo a recepção. Termino atrasada, claro — culpa das minhas fantasias com o filho do chefe. — Você ainda é jovem — diz Caroline, antes de atender o telefone que toca na recepção. — Vai conhecer alguém que goste de você e vice-versa. Ela coloca o fone no ouvido: — Advocacia Valadares, bom dia. Aproveito a deixa para escapar dali e seguir para o próximo setor afim de finalizar o cronograma de hoje. A manhã passa rápido. Hoje consegui uma diária extra pela empresa terceirizada. Era para o Fernando ir, mas o carro dele quebrou, e o serviço era longe. O pagamento era bom — e eu precisava da grana. Mais uma sexta-feira trabalhando até tarde. Faz parte. Sacrifícios trazem recompensas. Despedi-me de Caroline. O Dr. Emanuel já tinha saído para o almoço. No estacionamento, encontro meu xodó: meu Celtinha preto. Comprei de uma autoescola que estava trocando a frota. De segunda mão, cheio de marcas, necessita de uns reparos aqui e ali, mas nunca me deixou na mão. Destravo a porta com um empurrãozinho na lateral. Jogo a bolsa no banco do passageiro, abro a marmita e como ali mesmo, no carro. Depois de ligar o motor, sigo viagem até o endereço do meu serviço extra. A casa ficava fora da cidade — duas horas e meia de estrada. Diziam que era só lavar alguns cômodos e limpar a garagem. Mas “alguns cômodos” podiam ser muitos cômodos... Suspiro. Vai ser puxado. Pelo menos o carro é econômico — senão metade do pagamento iria em gasolina. Quando começo a me aproximar do local, um arrepio sobe pela espinha. A estrada é deserta, cercada por árvores dos dois lados. Nenhum carro, nenhuma alma viva. Por um instante, penso se o dinheiro vale o risco, logo me pego pensando nas histórias do canal de Investigação da Discovery. Então a vejo: uma casa imensa, quase uma mansão. Suspiro, já imaginando o trabalho que terei. No fim da estrada, há uma guarita. Um segurança me encara de dentro. Apesar do sol, o lugar está mergulhado em sombras — e ele usa óculos escuros e boné, o rosto quase invisível. Entrego minha identificação pela janela. — Siga em frente — diz ele, com uma voz rouca. Um arrepio me percorre. Ok, talvez eu esteja mesmo sensível demais. Da guarita até a casa, ainda dirijo por mais um minuto. Uma mulher vestida de prẹto me aguarda na entrada. Chapéu largo, óculos escuros — e uma postura que exala autoridade. Aponta o local onde devo estacionar. Obedeço. Assim que desço do carro, ela me examina dos pés à cabeça. Não gosto do que vejo no rosto dela: desagrado, mas logo entendo o porquê. — Me disseram que viria um homem — diz por fim, a voz baixa mas firme. — Odeio surpresas. Deviam ter me avisado dessa mudança repentina. — Foi um erro não terem avisado — respondo, já virando o corpo em direção ao carro. — Se quiser, posso voltar. O dinheiro é bom! Sim. Estou precisando? Sim. Mas não vim aqui pra ser tratada com desprezo. Ela suspira, soltando os ombros. — Já que está aqui... venha. Mesmo relutante, a sigo. — Meu nome é Victoria — apresenta-se, caminhando com tanta elegância que parece pertencer à realeza. Cada gesto, cada passo tem classe, o que me faz me sentir um pouco inferior. Paramos diante de um acesso lateral onde tem duas grandes portas — a entrada principal, talvez. Ela se vira para mim novamente. — O trabalho pode ser pesado demais para você, por isso... Interrompo antes que termine: — Olha, eu posso ser baixinha, mas dou conta do recado. — Ergo o queixo, sem me deixar intimidar. Victoria sorri de canto. — É o que espero. — E abre as grandes portas.Ponto de vista de Lívia Minha cabeça lateja. Gemo de dor. Meu corpo está travado, pesado, como se um caminhão tivesse passado por cima de mim. Sinto um calor estranho, uma pressão no ventre, uma mistura de dor e sensibilidade. Não me lembro quando adormeci, mas lembro em detalhes o sonho intenso e provocante que tive. Porém, ao olhar entre as pernas, meu coração dispara: os lençóis estão manchados de sangue e há algo pegajoso grudando na pele, secando em pequenas marcas esbranquiçadas. Minha respiração fica curta. “Graças a Deus hoje é domingo”, penso, tentando racionalizar. O quarto está inundado de luz — devo ter dormido com a janela aberta. Ao olhar meu corpo por inteiro, vejo marcas arroxeadas pelo pescoço e ombros. Chupões. O pânico me invade. Não foi um sonho. A confirmação vem quando viro o rosto e o vejo: um homem nụ, deitado ao meu lado, me observando com um sorriso satisfeito e cínico, os braços cruzados atrás da cabeça como se estivesse admirando sua obra. Dou um salt
Ponto de vista de LíviaA dor no meu peito aumentava, e o calor também. Eu já estava quente por causa do vinho, mas agora era diferente — como se um fogo tivesse acendido dentro de mim, queimando tudo por dentro, febril e descontrolado.As lágrimas escorriam, e, no meio do desespero, comecei a achar que estava tendo um infarto — que ia morrer ali mesmo, sozinha, no chão da cozinha, de lingerie e bêbada.Entre soluços e pânico, decidi pronunciar minhas últimas palavras — dignas de uma mulher desesperada, frustrada e um pouco trêbada:— Eu não quero morrer virgem… — soluço. — Queria tanto trẹpar ao menos uma vez! Sim, eu quero um sẹxo selvagem, bem louco, como nos filmes… quero ser possuída por um macho de verdade!— Seu desejo é uma ordem.Abro os olhos, atônita. Olho ao redor, tentando entender. Tenho certeza de que ouvi algo.Mas… o quê foi isso? Foi a voz de alguém? Ou será que o vinho finalmente subiu à cabeça?— Será que ouvi mesmo ou estou ficando louca? — murmuro tão baixo que m
Ponto de vista de Lívia Meu coração estava em frangalhos. Meu mundo parecia ter perdido a cor. A garganta se fechou, as têmporas latejavam, e uma vontade absurda de chorar tomou conta de mim. Virei o rosto para o lado, apertando os olhos com força, tentando impedir as lágrimas de escaparem. — Lívia... está tudo bem? — ele perguntou, com uma preocupação genuína na voz. Forcei o mesmo sorriso leve de sempre, aquele que uso para esconder o caos por dentro, e respondi que estava apenas emocionada. Mas a dúvida me atravessou com força. — O senhor disse que tinha algo a me pedir. Do que se trata, afinal? Ele sorriu, sem perceber o turbilhão que me engolia por dentro. — Preciso que você faça o serviço para nós hoje. — falou naturalmente. — Quero que nos sirva durante o jantar. Eu pagarei muito bem. Por um instante, achei que tivesse ouvido errado. Me virei de costas, tentando processar o que ele acabara de dizer. Era sábado à noite e ele me chamara ali apenas para trabalhar
Ponto de vista de Lívia “Enquanto o tempo acelera e pede pressa... eu me recuso, faço hora, vou na valsa...” Drọga...não... hoje é sábado! Desligo a ligação irritada. Onde eu estava mesmo? Ah, sim! — Isso, Emanuel... ahhh, que delícia... sua boca é tão gostosa, seus beijos, seus toques... quero você dentro de mim... — murmuro, enroscando o travesseiro entre as coxas, sentindo o pulsar em minha intimiḍade. “Enquanto o tempo acelera e pede pressa... eu me recuso, faço hora, vou na valsa...” O toque do celular recomeça. — O quê?! — atendo furiosa, arrancada mais uma vez dos braços do meu amado em nosso êxtase imaginário. — Oi, Lívia. Tudo bem? Espero não estar sendo muito inconveniente. Congelo. Reconheço a voz de imediato. Meu corpo desperta inteiro. — Eman... Dr. Emanuel? — pergunto só para ter certeza de que não estou sonhando. — Sim, sou eu — diz ele, e percebo um leve sorriso em sua voz. — O que... o que o senhor precisa? Afinal, ainda são nove horas da manhã de um sába
Ponto de vista de Lívia Ela era forte — mais do que eu esperava para uma mulher com aquele tipo físico — e as portas que empurrou rangeram como se fossem de madeira maciça. Achei que ela apenas sairia do caminho para eu passar, mas em vez disso, virou-se e me encarou diretamente nos olhos. — Contratamos seus serviços por conta da política de sigilo entre nossos clientes. Espero que o que fizer ou vir aqui, fique aqui. — A voz dela era firme, quase solene. Engoli seco. E imediatamente comecei a rezar para não encontrar nenhum corpo, nem ter que limpar sangue ou restos humanos. A empresa para a qual trabalho leva o sigilo muito a sério. Em alguns casos, é justamente por isso que pagam tão bem. Graças a Deus, nunca precisei lidar com nada realmente macabro. O caso mais esquisito foi de um homem que se vestia de boneca — e vestia uma boneca igualzinha a ele. Tive que limpar todo o local. Diziam que ele gravava vídeos bizarros, mas eu só vi as roupas, o que já foi o suficiente para m
Ponto de vista de Lívia Seus lábios sensuais tocam levemente a borda da xícara de café. Acompanho cada movimento — o modo como ele sorve o líquido, como a língua toca o canto da boca — e sem perceber, mordo o lábio inferior. Droga. O sorriso que ele dá logo depois, me faz ficar molhada. — A baba está escorrendo no canto da boca — sussurra Caroline, a secretária do Dr. Emanuel Valadares, bem no meu ouvido. Levo um susto e olho para ela. Caroline está sorrindo. Desde que comecei a trabalhar na Advocacia Valadares, ela se tornou uma amiga. A empresa é antiga, tradicional, e carrega o peso de um sobrenome respeitado. — Um dia você ainda vai se meter numa encrenca se o Dr. Augusto Valadares te pegar secando o filho dele desse jeito — provoca ela, tentando conter o riso. Suspiro, derrotada. Ela tem razão, e eu sei disso. Volto meu olhar para o Dr. Emanuel. Ele se levanta da cadeira e estende a mão para cumprimentar o cliente. O sorriso largo que ele dá mexe com tudo dentro de mim
Último capítulo