Nascida entre dois mundos, desprezada por aqueles que deveriam amá-la. Sendo rotulada como “defeituosa”, “incompleta”, à impura. Sofrendo repetidas e constantes perseguições. Como poderia acreditar na felicidade? Seu coração tinha sido bombardeado por inúmeras injurias no decorrer destes anos em sua alcateia de origem...mas contrariando os revezes da vida, ela continuava determinada a superar todos os obstáculos e provar que ela não era fraca e sim, “única”, como seu pai sempre afirmava. Seu sangue de Bruxa não diminuía em nada a sua coragem...Porém, ultimamente estava se sentindo estranha... sonhando todas as noites com um homem, ou melhor dizendo, com a silhueta dele. A força que ele emanava era aterradora, como um ser do submundo mais gelado, sem alma...a fazendo duvidar de sua real existência e da sua própria sanidade...mas por que, mesmo sentindo um terror que paralisava seu corpo, não conseguia esquecer a tristeza que via em seus olhos? Eles imploravam...pelo quê? Alguém? Um amor? ser resgatado? ... Quem era aquele “Deus” que vivia na escuridão? Seu semblante, lhe passava a sensação de reconhecimento, ele não era totalmente estranho para a sua alma... mas ao mesmo tempo, tinha certeza absoluta que nunca o tinha visto... seu sangue esquentava e seu coração batia mais rápido... O que significava tudo isso? Seria tudo fruto dos seus anseios por seu companheiro que foi dito, que jamais viria? ou realmente teria algum outro significado? Eu precisava descobrir...
Ler maisD. V. de Lyanna Ravem Stone. Eu estava deitada em uma linda relva, próxima da cachoeira da alcateia Dawn Moon. Olhava encantada para a queda d'água, deixando que o som suave das águas preenchesse meus ouvidos. O cenário à minha frente era tão sereno e magnífico que meu coração se sentia em paz. Enquanto contemplava a majestosa queda d'água, minha mente se perdia nas memórias das muitas transformações que ocorreram desde a última vez que estive aqui. Era como se a própria natureza estivesse refletindo minha jornada pessoal. Lembro de Luckyan mergulhando na cachoeira, suas costas musculosas brilhando sob os raios da lua que atravessavam as copas das árvores. Naquele momento, uma sensação de estar sonhando e incerteza invadiu meu coração. Ali, naquele ambiente idílico, nós nos entregamos ao nosso amor, pela primeira vez. A grama verde e macia foi o leito onde compartilhamos a nossa intimidade, deixando marcas profundas e únicas, em nossos corpos e corações. Aquela experiência inten
D. V. de Lyanna Ravem Stone. Eu estava em choque, completamente atônita diante da cena que se desenrolava diante dos meus olhos. E o primeiro sentimento que me invadiu foi a ira. Aquela desgraçada, m*****a feiticeira dos infernos! Ela realmente tinha minha mãe em seu poder durante todos aqueles anos. Todo o meu corpo tremia enquanto observava a mulher que flutuava e que, sem sombra de dúvidas, era minha mãe! Ravena Ravem, Princesa primogênita do clã Ravem, Luna da alcateia Dawn Moon. Era difícil acreditar no que estava presenciando com meus próprios olhos. Depois de anos desaparecida, finalmente havia encontrado seu paradeiro. Sem hesitar, decidi voltar à minha forma original. Com um gesto rápido da minha mão, reverti a transformação e me vi novamente como humana. Conjurei rapidamente um conjunto de roupas negras. Vesti um manto com capuz, cujas cores eram um misto de preto, verde e fios prateados. Sempre atenta àquela desgraçada, que aparentemente tinha ficado sem ação. Eu vou
D. V. de Lyanna Ravem Stone. Após jurar a morte de Neverha, meu lindo companheiro, iniciou sua transformação. Ele foi envolvido por uma energia selvagem e poderosa. Suas formas se distorceram, os músculos se expandiram, e os pelos brotaram de sua pele. Num instante, ele se tornou uma criatura de força inimaginável, um lindo e poderoso licantropo. Eu percebi o espanto e o receio estampados nos olhos dos lobisomens presentes, principalmente quando Luckyan se prostrou ao meu lado. Dois licantropos diante deles. Dois seres lendários, prontos para iniciar uma batalha. Realmente deveria ser assustador! Os vampiros, claramente não entendiam por que eles estavam tão espantados com essa forma diferenciada, mas logo iriam compreender que a nossa força, agilidade e ferocidade eram totalmente diferentes de outros lobos que eles já tinham enfrentado. Eles estavam diante da própria morte, sem saber. Em meio aos rosnados, grunhidos e gritos, olhávamos para todos que nos espreitavam. O ar estava
D. V. de Lyanna Ravem Stone. Olhei estarrecida para tia Irina. Seu rosto mostrava sinais de dor e angústia, mas mesmo assim, ela fazia um esforço para me transmitir uma mensagem. Ela se ergueu e arrastou-se para perto da parede, que estava logo atrás de onde estávamos. Seria possível que ela estivesse tentando me avisar sobre o paradeiro de Luckyan? Apenas o pensamento de que ele poderia estar ali, e em perigo, me fez estremecer. Com cuidado, aproximei-me de tia Irina e segurei suas mãos trêmulas. — Tia, calma! Deixe-me te auxiliar e fale devagar. Quem são eles? Você está se referindo a Luckyan e a algum enviado dos Ravem? Mesmo olhando para os lados, auxiliei a tia Irina na cura de seus ferimentos, da melhor forma possível. Ela balbuciava algumas palavras incompreensíveis. Enquanto eu tentava ouvir os termos que ela falava, sentia meu coração repleto de rancor com os gritos ensurdecedores, os deboches cruéis, as palavras de baixo calão e as risadas malignas dos capangas da m***
D. V. de Lyanna Ravem Stone. Seu tom de voz é carregado de malícia, e não consigo evitar sentir uma mistura de temor e raiva. Como ela ousa desejar o que é meu? Aqueles que estão sendo gerados, dentro de mim? Mas ela não para por aí. Seu olhar gélido e determinado, revela suas verdadeiras intenções. — Eu terei seus poderes, e seus filhos, como meus subordinados, servindo em meu exército, de guerreiros extraordinários — ela diz, enfatizando cada palavra. — Totalmente, subjugados a mim! – gargalhando, ela finaliza aquela fala grotesca. Quem ela pensa que é? Minha mente se enche de pensamentos conflitantes. Como posso proteger aqueles que ainda nem nasceram? — O que foi que você disse? — Pergunto estarrecida, com tamanha crueldade. Aquela cretina, ainda consegue me surpreender, com o seu nível de maldade. Tento erguer minhas mãos para alcançá-la, mas os grilhões de prata, não me permitem. Sinto uma fúria incendiar meu peito, um instinto protetor que se sobrepõe a qualquer outra em
D. V. de Lyanna Ravem Stone. A minha consciência retorna aos poucos, e um arrepio percorre todo o meu corpo. O ambiente ao meu redor é carregado de uma atmosfera sombria e repulsiva. O cheiro pungente de mofo, esgoto e sangue invade as minhas narinas, enchendo o ar de uma sensação opressora. Estou presa! Aprisionada em uma maca, mas não de forma convencional. Estou suspensa verticalmente, como se fosse um objeto a ser estudado, uma peça de um quebra-cabeças macabro. Meus pulsos, mãos, pernas e tornozelos estão envoltos por uma corrente de metal cruel, que queima implacavelmente a minha pele. A dor é intensa, ardente como brasas incandescentes, cada elo se torna um elo a mais no tormento que me é infligido. Parece que aqueles que me raptaram tinham conhecimento dos meus segredos. Sou uma bruxa Ravem, sim, mas também, sou uma criatura metade lobisomem. Aquela era claramente uma armadilha preparada especialmente, para mim. — Desgraçados! Isso doí. Assim que eu sair daqui vocês todo
Último capítulo