Ponto de vista de Lívia
Minha cabeça lateja. Gemo de dor. Meu corpo está travado, pesado, como se um caminhão tivesse passado por cima de mim. Sinto um calor estranho, uma pressão no ventre, uma mistura de dor e sensibilidade. Não me lembro quando adormeci, mas lembro em detalhes o sonho intenso e provocante que tive.
Porém, ao olhar entre as pernas, meu coração dispara: os lençóis estão manchados de sangue e há algo pegajoso grudando na pele, secando em pequenas marcas esbranquiçadas. Minha respiração fica curta.
“Graças a Deus hoje é domingo”, penso, tentando racionalizar. O quarto está inundado de luz — devo ter dormido com a janela aberta. Ao olhar meu corpo por inteiro, vejo marcas arroxeadas pelo pescoço e ombros. Chupões.
O pânico me invade. Não foi um sonho.
A confirmação vem quando viro o rosto e o vejo: um homem nụ, deitado ao meu lado, me observando com um sorriso satisfeito e cínico, os braços cruzados atrás da cabeça como se estivesse admirando sua obra.
Dou um salt