Mundo ficciónIniciar sesiónEm ‘Coração de Prata’, o amor proibido entre a humana Isabella Rossi e o lobisomem Alfa Kaelen Blackwood incendeia um mundo de fantasia e perigo. Prepare-se para uma romantasia onde a paixão é tão selvagem quanto as transformações sob a lua cheia. Com cenas sensuais que tiram o fôlego e lutas sangrentas que testam os limites da sobrevivência, Bella e Kaelen desafiam o destino em uma jornada de desejo, poder e a descoberta de um amor que pulsa no ritmo de um coração de prata.
Leer másIsabella Rossi sempre encontrou refúgio nas páginas empoeiradas de livros antigos e nas narrativas fantásticas que preenchiam sua imaginação. Em sua rotina diária, entre as estantes silenciosas da biblioteca municipal, onde o cheiro de papel envelhecido e tinta era seu perfume favorito, Bella sonhava com um mundo além do concreto e do previsível. Ela era uma alma romântica, com uma vida pacata que, para muitos, seria monótona, mas para ela, era um prelúdio para algo grandioso. Seu amor por histórias de amor épicas e criaturas míticas era quase uma ironia dramática, considerando o que o destino estava prestes a lançar em seu caminho.
Naquela noite, uma inquietação sutil a impulsionou para fora de seu apartamento aconchegante. Não era estresse, nem a necessidade de escapar de algo, mas sim um chamado inaudível, uma melodia antiga que parecia vibrar em seus ossos. A lua cheia, um disco de prata líquida suspenso no veludo escuro do céu, banhava a cidade com um brilho etéreo. Bella decidiu fazer uma caminhada, deixando-se guiar pelos caminhos sinuosos do parque que margeava a floresta, um oásis verde no coração da metrópole. O ar estava fresco, carregado com o aroma terroso de folhas úmidas e o doce perfume de jasmim noturno. Cada passo a levava mais fundo na atmosfera mística que a lua criava. Foi então que ela o viu. Uma figura masculina, imponente mesmo na penumbra, estava escorada contra um carvalho centenário, sua silhueta esculpida pela luz prateada. Havia algo selvagem e primordial nele, uma aura de poder contido que a fez parar. Ele estava ferido. Uma mancha escura se espalhava em seu flanco, e a respiração irregular denunciava a dor. Kaelen Blackwood, Alfa de uma alcateia que existia nas sombras há séculos, estava em sua forma humana, mas seus olhos, mesmo na escuridão, brilhavam com uma intensidade que Bella nunca havia presenciado. Ele havia se envolvido em um confronto menor com caçadores, um grupo insistente que se aproximava perigosamente de seu território, e uma bala de prata havia encontrado seu alvo. A ferida, embora não fatal para um lobisomem, era agonizante e a prata impedia a cura rápida, drenando sua força e expondo sua vulnerabilidade. Um arrepio percorreu a espinha de Bella, mas não era de medo. Era uma mistura de apreensão e uma compaixão avassaladora. Apesar do perigo evidente, sua natureza gentil a impulsionou para frente. — Você está bem? — ela perguntou, sua voz um sussurro na quietude da noite. Kaelen ergueu a cabeça, seus olhos encontrando os dela. Havia surpresa em seu olhar, e um lampejo de algo mais profundo, algo que ela não conseguiu decifrar. — Precisa de ajuda? — ela insistiu, aproximando-se cautelosamente. Ele hesitou, sua expressão indecifrável. A ousadia da humana o intrigava. Ninguém, em sã consciência, se aproximaria de um lobisomem ferido, mesmo em sua forma humana. Mas a bondade em seus olhos era inegável. Com um aceno quase imperceptível, ele aceitou a ajuda. Bella tirou um lenço de sua bolsa, um pedaço de tecido macio com um leve perfume floral, e o ofereceu. — Aqui, para estancar o sangramento.— Kaelen pegou o lenço, seus dedos roçando os dela. Uma corrente elétrica percorreu o braço de Bella, e ela sentiu um calor estranho se espalhar por seu corpo. Ele gemeu baixinho ao pressionar o lenço contra a ferida, e Bella sentiu uma pontada de dor em seu próprio peito. A tensão entre eles era palpável, uma energia quase eletrostática que os envolvia. Kaelen tentava manter uma barreira, uma distância emocional, mas a proximidade de Bella, sua inocência e sua preocupação genuína, o desarmavam. Ele sentiu o mate bond, a ligação de alma que unia lobisomens a suas companheiras, formando-se em seu interior, um reconhecimento primal que ele tentava desesperadamente ignorar. Era cedo demais, perigoso demais. Mas a atração era avassaladora, um ímã que puxava seus corações um para o outro. Bella, por sua vez, sentia uma conexão inexplicável, algo que ela nunca havia experimentado em seus romances de fantasia. Era real, visceral, e a deixava sem fôlego. De repente, com um movimento rápido e quase imperceptível, Kaelen se afastou. A ferida, embora ainda dolorosa, já começava a cicatrizar, a prata perdendo seu efeito. Ele não podia arriscar ser visto, nem podia permitir que essa conexão se aprofundasse ainda mais. — Obrigado — ele murmurou, sua voz rouca, antes de desaparecer na escuridão da floresta tão misteriosamente quanto havia surgido. Bella ficou ali, sozinha, com o coração batendo descompassadamente. Ele havia sumido, deixando-a com uma mistura de curiosidade, fascínio e uma pontada de decepção. Em sua pressa, ele deixou cair um pequeno amuleto, um pingente de prata com um lobo entalhado, que Bella pegou. O metal estava frio em sua palma, mas a imagem do lobo parecia vibrar com uma energia sutil. Era uma pista, um elo com o estranho que havia virado seu mundo de cabeça para baixo. Bella retornou para casa, sua mente fervilhando com perguntas. Sua vida pacata havia sido irremediavelmente alterada por aquele encontro sob a lua prateada. Ela não conseguia parar de pensar nos olhos intensos de Kaelen, na força de seu toque, no mistério que o envolvia. Algo fundamental havia mudado dentro dela, e ela sabia que sua vida nunca mais seria a mesma. O amuleto em sua mão era a prova de que não havia sido um sonho, e a promessa de que ela o encontraria novamente. A caçada havia começado, e Bella, sem saber, era a presa e a caçadora, atraída para um mundo de lendas que ela só conhecia nos livros.Três meses se passaram desde o resgate de Sarah, e o mundo havia começado a mudar de formas sutis mas profundas. Bella e Kaelen haviam estabelecido uma rede de "Guardiões da Possibilidade" - seres como Sarah que haviam passado por transformações traumáticas mas haviam encontrado um caminho de volta através da escolha e do amor.O palácio de luz cristalizada havia se tornado um centro de cura e aprendizado. Lobisomens de todo o mundo vinham buscar orientação, não para forçar evoluções, mas para entender melhor sua própria natureza e potencial.Kaelen caminhava pelos corredores, observando as mudanças com uma mistura de orgulho e admiração. Bella havia encontrado seu equilíbrio - ela usava seu poder imenso, mas sempre com sabedoria e compaixão. Mais importante, ela nunca havia perdido sua humanidade essencial.— Você está pensando alto novamente — disse Bella, aparecendo ao seu lado com um sorriso travesso.— Estava pensando em como você mudou o mundo sem dominá-lo — respondeu Kaelen, e
A aberração percebeu sua aproximação antes mesmo que eles chegassem perto. A massa de não-ser se virou na direção deles, e Kaelen sentiu sua alma gelar ao olhar diretamente para algo que não deveria existir. Era como olhar para um buraco na própria realidade, um lugar onde a existência havia sido não apenas destruída, mas negada.— Não olhe diretamente para ela — avisou Bella, sua voz tensa. — Ela se alimenta de observação, de reconhecimento. Quanto mais você a vê, mais real ela se torna.— Então como vamos combatê-la? — perguntou Kaelen, forçando-se a desviar o olhar.— Não vamos combatê-la — respondeu Bella, parando a uma distância segura da zona de aniquilação. — Vamos dar a ela algo para ser.Bella fechou os olhos e estendeu suas mãos. Imediatamente, energia prateada começou a fluir dela, mas desta vez era diferente. Em vez de criar diretamente, ela estava... oferecendo possibilidades.— O que você está fazendo? — perguntou Kaelen, sentindo o poder de Bella através do mate bond.—
Duas semanas se passaram desde a conversa que mudou tudo. Bella havia se retirado para meditação profunda, tentando encontrar um equilíbrio entre seu poder imenso e sua humanidade. Kaelen a observava de longe, respeitando seu espaço, mas sempre presente quando ela precisava de sua âncora emocional.O palácio de luz cristalizada havia se transformado novamente, desta vez refletindo o estado mental de Bella. As paredes pulsavam suavemente com energia contida, como se respirassem. Era belo, mas também um lembrete constante do poder que sua companheira carregava.— Ela está lutando — disse Elara, juntando-se a Kaelen na varanda que dava vista para o jardim onde Bella meditava. — Posso sentir a tensão na própria realidade ao redor dela.— Ela está aprendendo — corrigiu Kaelen. — Aprendendo a ser humana e divina ao mesmo tempo.— É possível? — perguntou Elara. — Alguém pode carregar tanto poder e ainda manter sua essência?Antes que Kaelen pudesse responder, Bella abriu os olhos no jardim a
A decisão do Conselho dos Anciões ecoou através do mundo dos lobisomens como um terremoto. Em vez de eliminar Bella, eles a reconheceram como uma nova força evolutiva. Mas reconhecimento não significava aceitação universal, e nas semanas que se seguiram, o mundo sobrenatural se dividiu em facções.Kaelen caminhava pelos corredores da nova estrutura que Bella havia criado - não mais um simples refúgio, mas algo que parecia um palácio feito de luz cristalizada e energia viva. Era belo, mas também alienígena, e ele às vezes se sentia como um estranho em sua própria casa.— Você está pensando muito alto novamente — disse Bella, aparecendo ao seu lado com aquela forma desconcertante que ela havia desenvolvido de se materializar do nada.— Desculpe — murmurou Kaelen. — Ainda estou me acostumando com... tudo isso.Bella parou e se virou para ele, seus olhos prateados brilhando com preocupação. — Kaelen, você pode me dizer qualquer coisa. Somos companheiros, lembra?— Somos? — perguntou ele,
O banquete começou em um silêncio tenso. Os membros do Conselho se sentaram às mesas que Bella havia criado, mas seus olhos nunca deixaram de observá-la. A força de execução permaneceu de pé, formando um círculo ao redor do evento, suas mãos prontas para sacar armas a qualquer momento.Aldric provou a comida com cautela, como se esperasse que fosse envenenada. Quando percebeu que era genuinamente deliciosa, sua expressão se tornou ainda mais desconfiada.— Poder de criação — murmurou ele. — Há quanto tempo você possui essas habilidades?— Alguns dias — respondeu Bella honestamente. — Desde que absorvi parte da energia da entidade primordial que derrotamos.A mulher severa, que se apresentara como Lydia, Segunda do Conselho, se inclinou para frente. — Você derrotou uma entidade primordial? Sozinha?— Não sozinha — disse Bella, olhando para Kaelen. — Com meu companheiro e nossa alcateia.— Impossível — disse um terceiro membro do Conselho, um homem de aparência jovem mas olhos antigos.
A manhã trouxe uma cena que ninguém poderia ter imaginado apenas uma semana antes. Quatro alcateias diferentes estavam acampadas no vale, não como inimigos, mas como... algo novo. Darius havia se tornado um defensor fervoroso da nova filosofia de Bella, ajudando a mediar conflitos entre as diferentes facções.Kaelen caminhava entre os acampamentos, observando lobisomens que historicamente eram inimigos compartilhando refeições e histórias. Era surreal, mas também profundamente perturbador. Mudanças tão drásticas em tão pouco tempo não eram naturais, mesmo no mundo sobrenatural.— Você está preocupado — disse Bella, aparecendo ao seu lado como se tivesse se materializado do ar.— Estou — admitiu Kaelen. — Isso tudo... é bom demais para ser verdade. Lobisomens não mudam assim, da noite para o dia.— Talvez porque nunca tiveram a oportunidade — sugeriu Bella, observando um grupo de filhotes de diferentes alcateias brincando juntos. — Talvez a violência e a territorialidade sejam apenas..
Último capítulo