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Flávio (Tato)

Solto o balão do meu baseado, olhando minha favela do alto. O dia tá lindo, clima de paz no meu morrão. Só lazer pros cria.

Fico marolando nas ideias que vem, quando de repente me vem à memória, que hoje o comédia do meu irmão vai sair da prisão.

Última vez que eu vi ele, foi quando meu pai estava vivo a 10 anos atrás. Diretamente eu não tenho guerra nenhuma contra ele. Só a indiferença por conta das nossas mães. Por isso nois dois não se bica.

Meu pai tinha a mãe dele como fiel e a minha mãe como segunda. Cada uma delas viviam nas duas duas favelas deles. Prazeres e aqui no Turano. Nenhuma delas se bicavam nas antigas. Sempre que trombavam a treta era certa. Meu pai ficava puto e manda nois dois segurar as duas. A mãe do Bim era mais tranquila, mas a minha era o terror do RJ. Papo reto!

A velha era terrível. Aqui na favela mermo já me deu várias dor de cabeça. Não podia olhar torto pra ela que a velha já pulava pra cima dos outros querendo arrumar briga. Ela gostava da malandragem e tinha respeito. Meu pai era louco por essa marra dela, por isso ele a mantinha ela como fiel também.

Ela era maluca de tudo e piorou depois que ele morreu. Ela acabou entrando em depressão e morreu dois anos depois dele.

Ela não aceitava a ideia que a mãe do Bin tinha morrido com meu pai. Ela falava que ela roubou meu pai dela e queria ir de todo jeito atrás deles. Dizia que nunca ia aceitar que a mãe dele tivesse meu pai só pra ela. Na cabeça dela, ela também tinha direito de ficar com ele, mesmo sendo a segunda.

Vai entender esse lance de amor. Cê é louco! Deixa a mulherada tudo louca. Eu mermo nem me envolvo com essas parada. Tá ligado?! Já vivi meu momento de emocionado na adolescência, mas hoje eu prefiro a putaria. Pego uma, pego outra sem compromisso. Quando enjoo, boto pra andar e toco o foda-se. Não gosto de mulher grudenta.

Eu me considero um cara tranquilo. Cuido da minha gestão, ganhando meu dinheiro sem atrasar o lado de ninguém. Fortaleço os moradores e busco não ter guerra com ninguém. Tá ligado?

Eu posso não ser um cara certo, mas totalmente errado também, eu não sou. Eu faço o que posso pro bem estar da minha favela. Evito confronto com os verme e os alemão, pra manter a paz. Minha favela é uma das mais tranquila do RJ. Prezo pelo respeito dos moradores e eles respeitam a minha gestão. Agressor e estuprador, aqui na minha favela esses comedia viram peneira facinho. Né segredo!

Mas não é porque eu corro pelo certo que eu sou bobinho, tá ligado? Não me confunda com um cara bonzinho, porque eu não sou. Eu sei ser camarada com quem eu fecho, mas sei ser extremamente frio com meus inimigos. Eu não tenho família além dos meus amigos que correm comigo.

Não penso em expandir meu comando. Só o Turano já tá suave pra mim e ele eu vou proteger até a morte.

Meu pai foi assim. Ele conquistou o comando dos Prazeres e Turano. Ele levava a gestão das duas comunidades com suavidade. Geral dos dois lados considerava a gestão dele como a melhor por ele ser um cara mais tranquilo como eu.

Depois que ele morreu, me passou o comando do Turano e os prazeres pro mané do Bin. Eu sigo tranquilo com meu morrão, já o outro conseguiu expandir mais.

Eu não me importo que ele consiga o domínio do RJ inteiro se ele quiser. Pode invadir a favela que ele quiser, mas do meu morrão eu só saio morto. Eu não entro em confronto com ele, mas se precisar eu quebro a promessa que eu fiz para o meu pai de não mexer com ele e vou pra cima. Só fé!

Neto — E ae, chefia! Já tá sabendo que o outro já saiu? Me passaram a visão que ele já tá em casa. Vai até rola um pagode em homenagem a ele... _ Diz com um sorriso debochado, se aproximando de mim.

— Eu tô sabendo.

Neto — Não vai lá dá boas vinda pro seu irmãozinho? Fazer uma confraternização de familia? _ Tira onda, rindo provocando e eu contraio meus lábios, prendendo a fumaça e nego com a cabeça.

— Toma no seu cú, porra! Vem encher meu saco uma hora dessa? _ Digo com a voz presa e em seguida solto o balão pra cima e o desgraçado continua rindo.

P.A — Quem foi buscar ele foi a Luara. A cada dia que passa e eu vejo uma foto dela eu fico pirado, mano. Papo reto! Mina gostosa demais. Se no tempo que ela morava aqui eu soubesse que ela ia ficar gostosa desse jeito, eu tinha pegado ela no tempo da escola que ela gostava de mim. Tá ligado? Botava ela no porte e hoje nem de casa ela saia. Papo reto! _ Olho pra ele sentado do meu lado, relaxadão...

— Papo de maluco! Vai trancar a mina em casa pra que?

P.A — Pelo o óbvio, porra! Tu já viu uma mina mais gostosa do que ela atualmente? O que eu mais vejo é bagaço se achando laranja. Umas mina feia pra caralho, pioienta, se achando gostosa, vindo atrás de nois, enquanto o safado tem um filezão em casa e ainda mete o loco... _ Diz inconformado e eu sorrio de lado, negando...

P.A — Se eu tivesse no lugar dele, até um altar eu fazia pra ela. Papo reto! Cinco anos que ele tá preso e ela linda daquele jeito, continuou fiel. Mina assim hoje em dia tá fraco irmão. Quem tem, tem que dar valor neguinho. Hoje em dia não tá fácil pra bandido ter fiel boa não, fi! Tá osso! Quem tem, tem que ser ligeiro pra não perder o olho e ser corno como eu, que além de corno ainda perdi meu carro pra aquela filha da puta da Soraya... _ Diz puto e eu acabo rindo. Esse cara é maluco mermo. Não leva nada a sério...

Neto — Naquele tempo ela nem era bonita. Eu me lembro do tempo que ela usava aquele capacete na cabeça, pra acertar os dentes. Geral zuava ela. Lembro que o Guizão chamava ela de boca de égua. _ Ele ri girando a aba do boné na cabeça para trás...

P.A — Ha ha, pior. Era mó resenha. Os cara pegava no pé dela. Depois disso ela ficou gordinha. Antes dela ir embora pros prazeres, ela estava mais magra, mas eu nem me ligava nela. Tava com a piranha da Soraya... Hoje b**e um arrependimento. Se eu tivesse esperado um pouco mais... _ Não falo nada, mas na mente vem a lembrança da última vez que eu vi ela aqui no morro.

Eu nunca contei pra ninguém, mas eu e ela já ficou comigo uma vez. Foi no baile de domingo. Ela tava locona e se jogou pra cima de mim. Naquele tempo ela era mais tímida e eu nunca deixei de ser um maluco esperto. Ela tinha ido no baile com as amigas e bebeu demais. Como eu também tava locão, eu acabei ficando com ela e arrastei ela pro beco. Queria fuder com ela ali mermo, mas do nada ela começou a passar mal e até desmaiou.

Vomitou pra caralho e eu perdi o tesão na hora. Fiquei com pena de ver ela daquele jeito e levei ela pra casa dela. As amigas dela sumiram e eu não ia ser cuzão de deixar ela jogada no beco, correndo risco de ser abusada por alguém.

Eu entreguei ela pra vó dela, praticamente desmaia e depois nunca mais a vi. Fiquei sabendo que ela se mudou para os prazeres uma semana depois. Eu nem sei se ela se lembra. Eu não tinha interesse nela. Na verdade, se eu não tivesse chapado, eu acho que nunca tinha ficado com ela. Tá ligado?

Eu sempre gostei das mais brabas. Que são safada e maluca. Mulher tímida nunca fez meu forte. No maximo uma foda e já era.

Até hoje eu nunca botei uma fiel, porque eu ainda não achei uma que conseguisse entrar na minha mente e eu quisesse botar ela no meu nome. As que eu pego são só por diversão. Nada mais...

Neto — Mas e aí? Tu vai mermo fazer aquela missão em búzios? Vai se arriscar sozinho? _ Fico sério,batendo a ponta do meu dedão no baseado e tirando suas cinzas.

— Se não for eu, vai quem? Tu? Peidola desse jeito?

Neto — Coé paizão? Assim tu me desmerece, pô! Se tu quiser eu vou junto e te ajudo a convencer os maluco a fechar com nois...

— Não! Tu vai ficar aqui mermo, porquê cê fala merda demais... Eu já tenho meu esquema me esperando por lá. Se tudo der certo, eu vou dar um tempo por lá antes de voltar. Tô precisando de férias...

Neto — Ah, coé mano? Me leva junto, pô! Nois brota em algumas boates, pega algumas puta, bebe whisky com gelo e fica de lazer...

— Se liga, caralho! Já falei que eu vou sozinho. Não gosto de ninguém perturbando minhas ideias. Deixa eu eu resolvo essa porra e tu foca na cobrança das boca. Visão! _ Ele resmunga, mas não retruca.

Neto é um cara maneiro, mas tem hora que eu tenho que dar uma segurada nele. Quer sempre tá comigo em todo canto, mas eu preciso dele me ajudando com a responsa daqui também.

Semana que vem eu tô indo pra Búzios, fala com uns fornecedores de armas. P.A vai comigo com mais uns crias. O bagulho tem que ser desbaratinado pra não dá merda. Tô afim de tirar um lazer por lá também. Então eu vou ficar fora por uma semana. Vou precisar dele por aqui...

Depois que eu voltar, vai ser só alegria, mané. Os cria vão está tudo armado, pesadão com fuzil novo. Só fé!

Marlon

Entro no pagode com a rapaziada. Vários amigos me cercam querendo trocar ideia comigo. Fico no canto cercado pelos meus homens enquanto o grupo de pagode cantam um samba animado pra geral. Troco ideia com os caras, mas meus olhos não saem da lora no meio de uma roda de mulheres sambando.

Ela continua me ignorando desde casa e eu tô fazendo o mermo com ela também. Toma no cú! Muito cheia de gracinha, sem neurose. Diz que tá feliz porque eu voltei e fica nessa? Fico bolado com uns bagulho desse, papo reto!

Vejo ela sambando na ponta dos pés, movendo os braços mermo no ritmo com um sorriso no rosto. Ela parece uma passista do samba, com seu cabelão solto, balança nas costas, enquanto sua bundona se move com malemolência.

Filha da puta dança pra caralho! Domina a pista como se fosse dela. Vejo algumas mulheres olhando para ela de cara feia, olhar de inveja, mas ela nem liga. Ta fazendo o mermo que tá fazendo comigo. Ignorando como se nada pudesse atingi-la.

Vejo até uns maluco de olho e uns que não devem saber que ela é minha mulher, cobiçando. Fico puto e aperto meus punhos com olhar de maldade. Ela não olha nenhuma vez na minha direção. Isso tá me deixando com uma neurose fudida. Perco até a vontade de curti o pagode com ela assim. Papo reto!

Ela está junto com as amigas dela. Já tem quase duas horas que nois tá aqui e nada dela me dá uma atenção. Isso tá me deixando pirado. não vai ter jeito...

— O neguinho! Tu mermo. Manda minha mulher vir pra cá. Fala que eu mandei ela vim aqui agora. _ Dou o papo de cara fechada, ele se adianta indo na mesma hora.

Fico observando até ele chegar nela ganhando sua atenção. Ele dá o papo, ela olha na minha direção arqueando uma sobrancelha afrontosa. Faz carão e me dá as costa novamente, voltando a sambar e me ignora de novo.

— Filha da puta! Eu vou atrás dela... _ Deixo os cria falando e vou aonde ela tá, cheio de ódio.

Quando eu me aproximo ela se vira e perde o sorriso, fechando a cara.

— Tá me ignorando assim por quê, carlho? Tá pagando de maluca se exibido pra filha da puta? _ Digo bolado, parando de frente com ela. Quem tá perto nos observa curioso.

Luara — Ué! Quem tá querendo falar comigo é você, não eu. Por que eu tenho que sair daqui pra falar com você? _ Paga de maluca, cruzando os braços e me olhando com serenidade.

— Papo reto Luara, tu vai continuar nessa mermo, pô? Qual foi? O que foi que eu fiz pra tu, porra? _ Digo com frieza e ela sorri e responde com ironia.

Luara — Nada. Você não fez absolutamente nada. Tá satisfeito agora? Eu posso voltar a dançar? _ Seu olhar desdenhoso me incomoda e me faz ranger os dentes.

Fico encarando-a com raiva, mas a filha da puta me ignora e tenta me dar as costas outra vez. Fico puto e seguro seu braço, puxo-a para o meu peito e beijo sua boca, prendendo ela em mim. Enfio uma mão na sua nuca e deu um beijo possessivo, sem me importar com os filho da puta nos olhando.

Ela aperta meu peito com suas duas mãos, querendo se afasta, mas eu não deixo. Chupo seus lábios com voracidade, sentindo o gosto da sua boca gostosa. Ela não resiste e retribui, intercalando sua língua na minha boca, me chupando manhosa do jeito que me deixa pirado e calmo ao mermo tempo. Mó neurose o poder que essa filha da puta, safada tem sobre mim. Fico doido...   

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