Marlon (Bin)
Ai sim, caralho! Até que enfim cheguei na minha comunidade. Depois de cinco anos trancado, a lili cantou lindão, pô. Eu tô feliz demais, neguinho! Papo reto! O trem bala tá na pista de novo, para o terror dos invejoso. Quem riu na minha partida, vai se assombrar com a minha volta, neguinho. Abraça o papo porque o mal tá solto de novo para acabar com os filhos da puta atrasa lado!
Mesmo trancafiado, meu comando não parou, fi. Seguiu a milhão até onde nois tá fi. Blindadão e inabalável. Né segredo, fi...
Hoje eu sou considerado um dos maiores traficantes do RJ. O sistema está na minha mão e os malote só aumentando no bolso. Tenho vários corruptos ao meu dispor. Gente que manda e desmanda no sistema, agora faz o que eu quero. Por isso eu estou aqui de volta na minha favela. Mas uma vez entrando no meu lar dos prazeres.
Lugar onde eu sou cria, desde menorzinho. Herdei a gestão do meu pai e tô me saindo do mermo jeito ou até melhor que ele foi. Honrando seu legado de sagaz.
No tempo dele, além dos prazeres, ele tinha o morro do Turano também. Ele era respeitado e foi considerado por muito tempo. Mas uns anos antes dele morrer, ele se acomodou demais, desacreditou da maldade do invejoso e acabou morrendo na boca do lobo. Seu próprio irmão, invejoso, armou pra ele ser preso e ele acabou morto a dez anos atrás.
Infelizmente essa porra é o que mais acontece no nosso meio. Gente querendo nosso mal, armando para nos ver cair, mermo sendo do próprio sangue. Nego invejoso e traíra brota como praga desde as antigas. O único remédio é manter a desconfiança e o fuzil carregado para descarregar nos filho da puta.
Eu aprendi muito com meu pai. Tá ligado? O velho apesar de ter dado mole no final, ele era inteligente pra caralho. Sabia onde pisar, sabia como chegar e sair dos lugares, sem causar alvoroço e sempre enchendo o bolso.
Era considerado e respeitado em todo lugar. Até hoje se ouve fala do Binzão dos prazeres. O cara que sabia tratar todo mundo bem.
Diferente dele, eu não sou muito simpático. Não sou de mostrar meus dentes pra todo mundo e fico sempre ligeiro. Quem me conhece sabe que eu sou sistemático. Não dou papo pra qualquer um. Gosto de observar tudo de cantinho e agir na hora certa.
Não sou de me aliar com qualquer um. Pra esta do meu lado tem que ser sujeito homem de verdade que sabe sustenta a porra toda. Caozeiro não passa nem perto da minha gestão. Papo reto!
Eu dou muito valor à lealdade para os que correm comigo. Não sou um homem fácil de passar a lábia e gosto de olhar olho no olho. Não é qualquer um que anda comigo. Meus amigos aliado, são os que eu carrego comigo desde menorzinho. Alguns já se foram e serão eternos, mas os que estão vivos eu sei bem quem são...
Lógico que nessa vida do crime, confiança não é um prato que se come limpo. Mermo que o maluco senta na merma mesa que tu, ele pode ser um judas esperando pra te fuder.
Eu já vivenciei isso uma par de vez. Ter dinheiro e ostentação atrai muito rato, Zé povinho e alemão. Não é segredo!
Não ando pelo caminho certo, mas faço o que tem que ser feito do jeito certo. Pegou a visão?! Eu não sou de atrasar o lado de ninguém. Se entrar no meu caminho, não tem conversa. Cartucho pra matar comédia vacilão é o que nois mais tem. Frizo? É só vim quente que nois faz peneira. Não tem caô!
Eu sou um tipo de homem que não boto fé nem homem muito menos em mulher. Tá ligado?!
Eu tenho minha fiel do meu lado sim. Sou pirado nessa maluca, mas confiança mermo eu não tenho muito não, mano. Papo reto! Eu sei que ela fechou todos esses anos comigo e nunca vacilou. Tô com ela há mais de oito anos e nois dois já passamos altos perrengues juntos.
Já me acostumei com tudo que ela me proporciona, mas mermo assim eu não boto fé, tá ligado?! Uma hora ela pode querer me trair e fuder com a minha vida, que nem a vadia da Telma, minha ex.
Eu cresci junto com aquela filha da puta. O pai dela foi braço direito do meu pai e a desgraçada teve coragem de me trair e ainda meteu o pé junto com o filho da puta.
No tempo que eu estava com ela, eu não traia ela, tá ligado?! Geral sempre inventava uma par de neurose que eu metia o loco nela, mas era mentira. Eu sempre fui fiel aquela filha da puta e ela me tirou de otário. Pegou a visão? Antes eu não gostava de traição porque minha mãe sofria muito quando meu pai fazia isso, tá ligado? Várias vezes eu via ela chorar por causa dele e eu ficava mal. Ela me ensinou a ser fiel e me fez jurar que eu nunca ia trair, mas por causa dessa vadia, eu quebrei a porra da promessa.
Minha mãe morreu sendo fiel do meu pai, mas ele não sustentou a merma responsa. Ele tem mais um filho com outra mulher. Tato é o vulgo dele. Frente do Turano. No passado era mó guerra entre minha mãe e a mãe desse comédia. Sempre que elas se trombava o caô tava formado. Elas já brigaram e quase mataram uma outra.
Minha mãe era a fiel e a outra a amante número um do meu pai. Fora ela, ainda tinha algumas outras, mas minha mãe sempre foi a favorita dele. Tanto que eles morreram juntos no dia da operação há dez anos.
Eu cresci vendo esse caô todo e jurei pra minha mãe que nunca ia ter uma amante. Eu posso não ser cem por cento fiel, mas não tenho nenhuma amante. Eu já vacilei algumas vezes, porém, eu nunca deixei vadia nenhuma encosta, muito menos afrontar minha fiel.
Nem no tempo da minha ex eu deixava maluca nenhuma crispar. O papo é sem erro, se vir rosna pro lado da minha fiel, sobe na hora pro desenrolo e o pau come sem dó. Eu jurei pra minha mãe que eu nunca iria deixar mulher minha, passa a merma merda que ela passou.
Nesse meio é foda manter a fidelidade, mas sigo sendo "fiel" da melhor forma. Tá ligado? Eu não vou dizer que não amo a Luara porque seria hipocrisia. Eu gosto dela pra caralho. Reconheço que ela fechou comigo todo esses anos e os caralho, mas sentimento de amor como eu sentia pela puta da Telma, eu nunca mais quero ter. Tá ligado?!
Sempre que eu me lembro desse sentimento, eu me lembro de como eu fui otário com a Telma. Eu sempre fiz de tudo por aquela filha da puta, pra ela me trair e sumir do jeito que ela fez. Ela foi a primeira mulher depois da minha mãe que ganhou meu sentimento. Tá ligado?!
Eu fui maluco por ela mermo, dei tudo que ela quis, mas a vadia ainda teve a ousadia de me trair com um ex parceiro meu e nunca mais voltou. Me fez de chacota pra favela e graças a safadeza dela, geral me tacho de corno. Me fez de otário pra geral. Perdi o respeito...
Depois disso eu jurei que não ia amar mais ninguém nunca mais. Eu respeito a Luara, dou sempre uma atenção, mas nunca mais eu entrego o sentimento igual que eu entreguei pra queda filha da puta, safada. Sorte dela que eu não encontrei ela até hoje, porque se eu pegasse seria poucas ideias. Papo reto!
Eu ia tirar a cabeça dela e penduraria no alto da comunidade pra geral ver o que acontece com quem me faz de otário. Tá ligado? Dei tudo pra ela e ela vacilou comigo. Uma filha da puta, safada mermo. Até hoje eu ainda guardo meu ódio dela...
Se ela voltasse hoje, eu mataria ela e cumpriria a promessa de tirar a cabeça dela. Já sonhei com esse momento uma par de vez.
Ela me conhecia desde menorzinho, crescemos juntos. Os pais dela, eram amigos dos meus, ela vivia na minha casa. Meu primeiro beijo e minha primeira foda foram com ela. Aquela vadia tinha o melhor de mim e mermo assim me traiu.
Eu sei que ninguém é igual a ninguém, mas eu me desiludi pra caralho com esse lance de sentimento. Prefiro pensar que nois vive uma sociedade onde um fortalece o outro.
Luara não tem nada a ver com a Telma. Ela é bem mais amorosa, atenciosa e não é cheia de gracinha como a filha da puta era antes. Telma era mais fria e acostumada e ser bajulada por todos. Esse era o único defeito que ela tinha pra mim. Ela sempre foi muito mimada e orgulhosa demais.
Quando nois namorávamos, nós vivíamos brigando por coisas boba e eu sempre tinha que ir atrás dela. Ela nunca vinha falar comigo e eu como um otário pra sumária a guerra e nois fica de boa, sempre sedia. Gastava dinheiro com jóias, roupa de marca e presentes caros, tudo pra agradar a filha da puta ingrata.
Com Luara eu não preciso fazer nada disso. Tudo que eu dou pra, ela aceita que nem criança. Fica toda felizinha, mermo sendo um bagulho simples. Ela nunca exigi nada de mim, além de atenção.
Ela faz os corre dela e se mantém linda e gostosa com o seu próprio dinheiro. Ela é uma mina foda. Eu a admiro por isso. Por esse motivo ela é minha fiel. Eu não tenho problema nenhum com ela. Só dá problema quando as puta ficam me rondando, daí b**e a neurose e o caô tá formado. Isso é a única coisa que deixa ela surtada.
Ela é a única que me desafia. Filha da puta! Mexe com a mente do vagabundo de uma forma que não tem como correr. Ela tem uma carinha de anjo, um olhar inocente que me instiga, mas quando tá bolada o seu olhar é diferente. Chega ser até hipnotizante, papo reto!
Desde a primeira vez que nois ficou, o que me instigou nela foi isso. Ela é autêntica e não tem medo de fazer o que quer. Ela tem um sorriso encantador, um olhar magnético de um jeito sexy que me alucina. Sua voz é delicada, não muito fina nem grossa, mas tem um tom envolvente que sempre me acalma.
Eu gosto de tá junto com ela, tá ligado? Nesses oito anos juntos, eu me acostumei com seu jeito meigo sempre me tratando bem sem segundas intenções. Ela sempre busca me agradar de todas as formas. É carinhosa, cuida de mim com dedicação e eu curto muito isso.
Às vezes ela me estressa pra caralho, tá ligado? Fico bolado quando ela vem de neurose, querendo me cobrar as coisas ou quando fica de manha demais. Daí eu perco a paciência, fico puto, xingo e ela fica triste. Às vezes ela até chora e eu fico mal. Não gosto de fazer ela chorar, mas eu não sei falar calmo, sou escrotão demais com as palavras.
Eu não sou um cara romântico, nem curto esses bagulhos. Sou um cara mais na minha, gosto de trocar ideia na postura, sem ter muita intimidade com ninguém. Com ela eu ainda ultrapasso alguns limites e dou atenção no que eu posso sem melação.
No início que nois se envolveu, ela não queria nada sério comigo. Se fazia de maluca, não querendo compromisso, mas sempre que estava comigo vivia de amorzinho. Fazia massagem em mim, me seduzindo com sua voz gostosa e mãos macias que me deixavam doido. Depois sentava na minha pica com emoção e se perdia toda. Por isso eu não resisti e botei ela no meu nome, mermo ela não querendo.
Ela me viciou e eu não deixei ela fugi. Sei que não sou o melhor pra ela, mas não abro mão de ter minha loirona do lado. Filha da puta é de para o trânsito. Deixa os maluco tudo louco e eu cheio de ódio desse filho da puta alandelon, talarico do caralho!
Mermo na mancada eu não largo dela, mano. Papo reto! Essa gostosa vai ser minha sempre. Ela é minha única 00 e eu não pretendo ter outra. Já dei algumas mancadas, sem deixar ela saber, mas quase sempre eu me arrependo. Sei que ela não merece isso, mas fazer o quê? Eu sou bandido, maluco e problemático. Faço o que eu quero sem me ligar pra nada. O que tiver que ser vai ser mano. Né segredo!
Tem hora que eu nem sei o porquê faço essas merdas, mas faço. Sempre que eu tô junto com a rapaziada sem ela da merda. Muita droga, bebida e vadia em cima, deixa a mente do vagabundo fraca. Ainda mais que eu já não confio nesse lance de amor.
Eu tenho um pé atrás de que uma hora, ela vai fazer comigo o mermo que a outra fez e por isso meto o loco. Mermo ela sendo diferente e boa demais pra mim, eu perdi a fé nesse bagulho e ninguém faz minha cabeça do contrário. Ninguém ama ninguém de verdade. Um dia ela vai descobrir isso...
Amor é só de mãe mermo, o resto é conversa. Ninguém entra na balada por ninguém. Todo mundo quer viver o que é melhor pra si, sem importa com porra nenhuma. Por isso eu vivo como quero e ninguém tem nada haver com isso. Julgamento eu só aceito do céu, na terra eu quero que geral se foda!
Fecho com quem fecha comigo. Quem corre comigo tem conceito, quem não corre eu quero mais é que se foda! Papo é esse!
Começo a subir o morrão e a rapaziada vem de encontro com as motos, fazendo resenha enquanto no céu estoura o fogueteiro. Geral comemorando a minha volta.
Abro o vidro do carro e subo cumprimentando a rapaziada. A menorzada me segue acelerando as motos. Uns sobem empinado, dando grau, outros dão tiro para o alto, tirando onda e alguns acompanham em cima das caminhonete ou dentro do carro bicho.
Farofa — Aae paizão, caralho! Finalmente o mais brabo voltou, porra. Saudade de tu mano! _ Ele pega na minha mão, sentando na garupa do N2.
— Coé, rapaziada! É nois porra. Tá tranquilo?
N2— Melhor impossível chefia. Tá tudo fluindo naquele pique. Mó paz!
— Ai sim, porra! Tá tranquilão...
Farofa — Vai brotar no pagode que nois arma pra tu, pai?
— Ainda, cria? Mais tarde tô brotando por lá. Vou dá uma descansada primeiro. Dá um talento e depois nois brota!
Farofa — Já é chefe! Vamo tá te esperando por lá com a rapaziada... _ Faço o dois com os dedos, balançando a mão pra eles enquanto esboço um sorriso torto.
Tô animadão pra caralho. É bom demais estar de volta, vendo os cria festejando desse jeito. Pelo caminho até em casa, reconheço algumas pessoas. Muitos pivete já tão grandão. Tempo tá voando demais, cê é loco.
Chego em casa e a rua ta fechada de maluco. Meus crias da segurança, cercam todos os lados e os meus amigos se aproximam do carro.
Alan — E aí meu mano! Até que enfim, irmão, a lili cantou! O brabo tá pista... _ Diz vindo me abraçando e eu sorrio retribuindo o abraço camarada.
— Qual foi, irmão! Tá suave?
Alan — Melhor impossível, pai! Hoje é dia de festa. Tu tá com nois, porra!
Gato preto — É isso aí, cumpadi! Boara comemorar a volta do rei do RJ. Até que enfim o homem chegou... _ Ele faz o toque de cria comigo e eu assinto de forma reservada, sem ser frio.
— Tamu junto, cria! É nois! Bora entrar que eu tô louco pra tomar uma chuveirada...
Gato preto — Sinta se a vontade, irmão! A carne já tá na braza e a gelada estúpida, naquele pique. Só esperando tu chega...
— Valeu, cria! Deixou fortão... Hoje a resenha é por minha conta!
Alan — Só fé pai! _ Diz com empolgação e eu pego na mão de mais alguns parceiros, antes de entrar em casa.
Passando pela porta da sala, eu sinto o cheiro da comida vindo da cozinha. Os cria vem logo atrás de mim seguindo para o fundo de onde vem o cheiro. Quando entro na cozinha, ninguém menos que minha loira, está de avental mexendo na panela de arroz grandona. Eu sou viciado nesse arroz maluco que ela faz.
Só de sentir o cheiro, minha boca saliva. O bagulho é bom de mais... Eu me aproximo por trás dela, pego a colher do lado dela e encho a palma da minha mão com uma porção do arroz e levo até a boca... O gosto me faz ficar ainda mais com fome.
Luara — Não faz isso, amor! Espera eu terminar primeiro... _ ela repreende com o cenho franzido enquanto eu mastigo e pego mais...
— Tá bom pra caralho! _ Digo com a boca cheia e ela aperta os olhos.
Luara — Porquinho. Vai tomar banho, depois você vem comer...
— Bora tomar comigo? Tô precisando daquela sua atenção... _ Digo com malícia no seu ouvido, fazendo ela sorrir.
Luara — Sem vergonha. Vai subindo que eu já vou! Só vou colocar o milho e a batata palha... _ Sorrio de lado e dou uma pegada na sua bunda, fazendo ela se afastar, ameaçando me atacar a colher de pau.
— Gostosa! Tô te esperando... _ Digo indo para a sala e os cria estão tudo lá fora. Subo direto para o meu quarto, sentindo o cheiro de casa limpa e cheirosa.
É bom demais está de volta, mano. Agora que eu voltei ninguém me segura mais não. Pega a visão!