6

 Marlon

Sinto seu corpo relaxando, assim como o meu da merma forma. Aperto mais seu corpo no meu, deslizando uma mão na curva da sua bunda, mantendo minhas mão na sua cabeça.

Ela ergue suas mãos no meu rosto e afasta minha boca ofegante. Encaro seus olhos e a frieza de antes sumiu. Tá mais tranquila...

— Pronto? Já acalmou? _ Aperto meus olhos, ele faz bico marrenta.

Luara — Acalmou de que? Eu não estou brava. Só chateada. Tem hora que você é frio demais comigo. Isso me deixa chateada. Eu acho que você nem me ama e eu sou só uma idiota iludida, como um brinquedo na sua mão. Você nem liga pra mim de verdade... _ Diz chateada e seus olhos cabisbaixo manejam, mas ela vira seu rosto, piscando rápido e afastando as lágrimas...

— Papo reto? Tu viaja nas ideias tem hora. Sem neurose. Só porque eu não mostro o que eu sinto por você, igual a você faz pra mim, tu me julga assim, pô? Coé? Tá de sacanagem...

— Ninguém é igual a ninguém não, pô. Desde quando você me conheceu, cê tá ligada que eu sou assim. Bruto e marrento! Não sou de demonstrar o que eu sinto, mas isso não quer dizer que eu não sinto nada por tu, pô. Cê é a minha fiel. Tá comigo há oito anos. Como que eu não vou senti nada por tu, mano? Te trata como um brinquedo? Ó as ideia sua... _ Digo inconformado, com o cenho franzido e ela me olha com um brilho de esperança no seus lábios olhos cor de mel.

Luara — Mas é o que parece. Você nunca responde nada quando eu falo com você, daquele jeito. É sempre frio e distante... Como que eu vou ter certeza que você me ama se você nunca fala? Já faz oito anos, mas você nunca demonstra nada. Nem mesmo agora que você saiu da prisão e eu te esperei. Parece que nada que eu faço faz sentido pra você... Por isso que eu me sinto um brinquedo que você usa quando tem vontade e não tem menor sentimento... _ Sinto a insegurança na sua voz e algo dentro de mim balança.

— Ah, coé? Tu vai fica marolando com essa porra mermo? _ Pergunto com sarcasmo e ela não responde.

Sorrio de lado, colocando uma mecha do seu cabelo, atrás da sua orelha. Esquadrinho seu rosto de boneca, com algumas bolinhas de suor ao redor do nariz e na sua testa. Suas bochechas estão coradas e sua boca, depois do nosso beijo está com os lábios vermelho, levemente inchados.

— Coé, lora? Tu acha mermo que tu ia ta do meu lado, se eu não amasse você? Chata desse jeito eu já teria metido o pé faz tempo. Tá maluco. Só neurose maluca... _ Digo apertando seu queixinho marrento e ela pisca seus olhos ficando com as bochechas coradas...

Luara — Então diz todas as palavras olhando nos meus olhos. Diz que você me ama de verdade e vai ficar comigo pra sempre? _ Ela aperta minha camisa, olhando dentro dos meus olhos com olhar esperançoso.

Engulo seco e sinto meu coração dar uma leve acelerada. Olho para os lados e de repente me sinto um pouco tenso. Não sei por quê, mas sinto um calafrio no peito e um pouco sem jeito de fala essas paradas abertamente. Mas como ela está de neurose, eu resolvo dizer o que ela tanto quer. Só para ficar em paz...

— Eu te amo minha lora! Amo tu pra caralho e vou ficar contigo, pra sempre! Tá bom assim? _ Digo sentindo meu coração acelerado, sentindo uns Zé povinho me olhando, mas nem olho na direção pra não me estressar. Tá ligado? Ter que fala esses bagulho, me deixa nervoso...

Luara — Como você fica fofo tímido. Tá com as bochechas coradas que nem eu... _ Ela sorri com os olhos, parecendo uma menininha levada e eu fecho a cara.

— Tá vendo o porquê eu não falo desse bagulho? Tu fica de sacanagem, pô. Fofo é meu pau, porra! _ Digo bolado, fazendo ela rir e abraçar meu pescoço.

Luara — Seu bobo. Não precisa ficar bravo. Eu não estou zoando você, só estou falando a verdade. Eu te acho fofo quando está marrento. Nunca na minha vida eu iria debochar de você. _ Diz com mansidão e me dá dois selinhos, ficando nas pontas dos pés...

Luara — Eu te amo de verdade. Mesmo chateada com o que aconteceu no quarto, eu tô feliz que você tá aqui. Livre, curtindo com os seus amigos. Só por isso que eu vim... Eu não fui pra perto de você, pra você ficar mais à vontade com seus amigos. Mas eu tô de olho em você. Eu sei que você também está me olhando... _ Diz pendurada no meu pescoço e eu envolvo meus braços no seu corpo.

— Tu tá é de sacanagem, isso sim, pô! Tá dançando gostosa desse jeito, fazendo os vagabundo ficar de olho em tu, comigo longe... Já já eu faço uma chacina nessa porra! _ Digo bolado e ela dá risada.

— É... Tá rindo? Quando eu começa a mete bala em todo mundo, tu vai ver. Filha da puta! _ Aperto sua bunda e ela ri mais, mostrando seus dentes brancos alinhados, seus lábios vermelhos esticados, expressando carinho.

Luara — Se olhar fosse o mesmo que tocar, eu mesma faria isso no seu lugar. Eu mataria qualquer um que sonhasse em me tirar de você, porquê isso nunca vai acontecer. Sabia? O máximo que eles podem fazer é isso ver de longe o que é seu. Me olhar, me desejar, mas me toca e ter meu amor é só você quem pode, meu lindo! _ Diz e me dá dois selinhos dengoso.

Luara — Meus olhos, meu sorriso, meu corpo é só você quem tem, mas ninguém. Eu sou só sua, meu bandidão gostoso... _ Ela diz com sorriso sapeca e olhar apaixonado que me deixa extasiado...

Passo a minha língua no canto da minha boca, sorrindo convencido. Puxo ela para o meu colo, pegando-a de surpresa e ela acaba rindo, abraçando meu pescoço com receio de cair.

Luara — Marlon! Seu louco. Me põe no chão... _ Vejo seu rosto corado e uma par de curioso nos olhando surpreso.

— Coé? Tá com vergonha de que? Em casa, quando eu faço isso contigo, tu não acha ruim...

Luara — Mas aqui tem um monte de gente olhando. Se você me deixa cair, vai ser micão do ano... _ Diz tensa, apertando os dentes e eu acho graça...

— Tá me chamando de fraco? Incapaz de sustentar minha mulher? Isso mermo? _ Aperto meus olhos pra ela que fica ainda mais vermelha.

Luara — Claro que não! Mas eu sei que eu sou pesada. Tô com 72kg... _ Ela diz com insegurança. Antes dela terminar de justificar, eu a jogo no meu ombro, abraçando suas pernas e ela se apavora.

Luara — MARLON!! AI MEU DEUS, ME PÕE NO CHÃO... SEU LOUCO! O QUE VOCÊ TA FAZENDO? ... _ Ela b**e nas minhas costas, rindo envergonhada, mas eu nem ligo.

— Hoje tu vai ficar comigo. Não vai fica sozinha no meio desse bando de alandelon safado querendo o que meu. Minha mulher tem que ficar comigo...

Luara — Você só pode tá maluco. Me põe no chão, Marlon... _ Ela balança as pernas e eu dou um tapão na sua bunda, fazendo ela soltar um gritinho contido...

Levo ela desse jeito pra onde eu estava, vendo os curiosos nos olhando; uns rindo com deboche, inveja e alguns com desdém...

Tô me fudendo com esses arrombados. Hoje eu quero ela do meu lado e que se foda o resto. Chego aonde está a rapaziada e eles nos olham com sorriso no rosto.

Se tem maldade eu não sei, mas se tiver malícia, exemplo não falta pra quem sonha em mexer com ela. Alandelon comédia não cola na minha...

Coloco ela no chão e ela sobe suas mãos na cabeça, ajeita seu cabelo com seu rosto todo vermelho de vergonha e olhar puto. Acho graça e tento ajudar ela a ajeitar o cabelo, mas ela b**e na minha mão bolada...

Luara — Não põe a mão em mim, seu louco. Quase me fez vomitar em você! Pra que me trazer assim? Tá me achando com cara de prêmio pra ser carregada? _ Ela enruga a testa, fazendo bico marrenta.

— Coé! Deixa de frescura que tu gostou! Fica ai me cobrando de ser frio, daí quando eu resolvo te dá uma atenção, tu ainda reclama? _ Ironizo arqueando uma sobrancelha e ela pisca seus olhos, acanhada, olhando para os lados.

Luara — Essa sua atenção me fez sentir um saco de batata. Idiota! _ Reclama sem jeito e eu acho graça.

Puxo ela para o meu peito e beijo sua cabeça. Ela relaxa seu corpo me abraçando também.

— Se ficar puta já sabe? Faço até pior... _ Digo rindo no seu ouvido e ela aperta minha cintura com a unha. — Aí, filha da puta! _ Me afasto, afilando onde ela apertou e a filha da puta ri.

Alan — Coé paizão. Preciso troca uma ideia contigo. _ Olho pra ele do meu lado e pelo jeito que ele me olha o papo é sério.

— Fala aí? _ Ele olha pra Luara e na hora eu entendo. — Chega de canto ali que eu to indo... _ Ele assente e se afasta. Luara olha pra mim. — Vou desenrolar com ele e tu fica aqui. Já é? _ Ela assente sorrindo.

Luara — Tá bom! Eu to com sede. Vou comprar uma água e já volto.

— Fica aqui que eu mando o menó buscar... O NEGUINHO! Trás umas garrafa d'água pra minha mulher... _ Dou o papo no menó sem camisa, com fuzil nas costas e cabelo vermelho.

VN — Já é chefe! _ Ele sai ligeiro e eu olha pra minha lora, mas tranquila.

— Fica aqui que ele vai trazer pra tu. Não quero tu perto de vacilão. Se liga! _ Digo apertando os olhos, ela concorda fazendo careta e eu me inclino e lhe dou um selinho.

Quando me adianto vejo as duas malucas, Dada e Samela se aproximando com mais duas. Nem rendo papo com elas e vou atrás do Alan que está me esperando no canto com a cara nada boa...

— Qual foi? _ Franzo o cenho e ele respira fundo tirando o celular do bolso.

Daleste — Olha quem apareceu atrás de tu? Tá lá na boca. _ Diz e desbloqueia o celular me mostrando a tela.

Quem eu vejo faz meu corpo tensionar. Meus olhos se tornam frios e sombrios. Então essa filha da puta voltou?

— O que ela veio fazer aqui? _ Entrego seu celular, sentindo a raiva crescendo no peito.

Daleste — O que cê acha? Ela veio atrás de tu. Disse que tem um papo sério pra fala com você. Fez mó barraco na frente da boca exigindo falar contigo. _ Tensiono meu maxilar sentindo meu peito comichando e tenso por dentro. O que essa filha da puta quer comigo?

Daleste — Pode mandar matar ela? Tô achando que ela veio arruma problema pra tu. Visão...

— Essa filha da puta só pode tá de sacanagem mermo. Mas eu quero saber o que ela tá querendo, antes de matar ela. Isso eu mermo quero fazer, não vou mandar ninguém,...

Daleste — Se tu quiser um conselho, melhor nem ouvir o que ela tem para fala pra tu viado. Papo reto! Tu sabe que tua mulher é problemática. Telma não deve tá pura. Certeza que ela veio na intenção de mexer com sua mente de novo. Isso pode dar merda. Papo reto! _ Ele diz em tom de alerta e eu travo meu maxilar pensativo.

Eu sei que se ela apareceu, só pode ser por isso. Essa filha da puta nunca pula sem ter certeza aonde vai cair.

Minha mente trava uma guerra interna do sim e não. A curiosidade pede pra averiguar e ver coé a dela antes de mata e a razão me diz pra sumir com ela de uma vez, sem nem olhar pra evitar problema.

Olho na direção da lora e vejo ela sorrindo, agora mais tranquila e sem marra. Se ela sonha que a Telma tá por aqui, o caô tá formado. Ela com certeza vai querer ir junto comigo ou não vai aceitar me ver falando com ela.

Esse assunto sempre deixa ela insegura. Se ela souber, não vai dá bom, vai dar ruim com certeza...

Agora que nois tá de boa, essa filha da puta aparece. É do Satanás mermo. Toma no cú!

— Deixa ela trancada na boca. Não deixa ela sair pra lado nenhum e ninguém pode saber também. Depois que eu leva a Luara pra casa eu vou lá falar com ela. Quero saber coé a dela. O que deu coragem dela aparecer assim do nada querendo fala comigo...

— Se ela se aliou com algum alemão, hoje mermo a cabeça dela vai subir no alto do morro. Vai virar poleiro de urubu. Papo é esse. Dá o papo pros cria, prender ela e não deixar vazar pra ninguém...

Daleste — Tu que sabe chefia... Vou passar a visão pros amigos então... _ Ele tira o radinho do bolso e passa a visão.

Dentro de mim, algo se agita. Não sei se é ansiedade por vê-la depois de tantos anos e finalmente poder cobrar pela merda que ela fez, ou se é curiosidade para entender o que lhe deu coragem de aparecer agora, depois de tanto tempo. O que essa vadia está aprontando?

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