Mundo ficciónIniciar sesiónAos 19 anos, Lauren viveu uma noite intensa com um desconhecido, uma noite que ela mal lembra, mas que mudou sua vida para sempre. Cinco anos depois, criando a filha sozinha e precisando desesperadamente de estabilidade, ela aceita trabalhar como babá interna para uma família rica em um bairro luxuoso da cidade. Na mansão dos Lancaster, Lauren conhece , Otávio, um menino sensível e encantador, que parece se apegar a ela desde o primeiro instante. Há algo nele que toca Luna de um jeito estranho… familiar… impossível. E quando ela finalmente conhece o pai da criança, Enrique Lancaster um homem poderoso, frio e imprevisível, Lauren sente o chão desaparecer. O passado que ela tentou esquecer desperta como uma sombra. Enrique, acostumado a controlar tudo ao seu redor, não esperava que a nova babá balança seu mundo, e muito menos que criasse uma conexão tão forte com seu filho. Algo nele muda. Algo perigoso. Algo possessivo. Enquanto Lauren tenta entender por que Otávio mexe tanto com ela, segredos enterrados começam a emergir, segredos capazes de unir ou destruir uma família inteira. E quando a verdade vier à tona, nenhum dos três será o mesmo. Um romance intenso, cheio de tensão, mistério, paixão proibida e revelações capazes de quebrar e reconstruir corações.
Leer másCapítulo 1
Lauren Holland Eu mal podia acreditar. Depois de tudo que passei, depois de todos os nãos, todas as portas fechadas e todas as lágrimas escondidas, eu finalmente ia pra faculdade. Era a primeira oportunidade real de me levantar, de construir algo meu, e eu ia agarrar isso com todas as forças que me restavam. — Anda logo, Lauren! Que demora! Vamos nos atrasar! — Beatrice gritou da sala, impaciente como sempre. — Calma, Bea. — respondi rindo. — Não é como se eu fosse a lugares assim todos os dias. — Por isso mesmo! — Ela bateu o pé. — Meu irmão disse que só consegue liberar nossa entrada até às 21h. Respirei fundo, olhei meu reflexo uma última vez e saí do quarto. — Ok, estou pronta. O que acha? Os olhos dela brilharam. — Você está maravilhosa. Esse vestido vermelho com esse seu cabelo ruivo… meu Deus, Lauren. Se prepara. Hoje você vai deixar uma fileira de homens babando por você. Eu ri, mesmo sentindo o frio na barriga crescer. Passamos buscar nossa outra amiga, Carolaine, e seguimos para a Glam. O irmão da Bea era chefe de segurança lá e, naquela noite, ia nos liberar. Quando chegamos, ele acenou para irmos até ele. Colocou pulseiras pretas nos nossos pulsos e nos deixou entrar. Dei um beijo em seu rosto. Ele era o mais perto de um irmão que eu já tive. Assim que passamos pelas portas, fomos engolidas pela grandiosidade do lugar. Lustres enormes pendiam do teto, as luzes mudavam de cor ao ritmo da música, áreas separadas brilhavam com exclusividade. A pulseira preta… VIP. Acesso total. Open bar. Um perigo. E nós sabíamos disso. Começamos com shots de tequila. Depois mais um. E outro. Dançamos, rimos, giramos pela pista como se fosse a nossa primeira noite de liberdade, porque na verdade, era. Até que vimos um grupo de homens do outro lado da pista. Elegantes, bem vestidos, e já um pouco alterados pela bebida. E, antes que eu pudesse pensar, Carolaine já tinha nos arrastado pra mais perto deles. Eles nos notaram. Claro que notaram, uma ruiva, uma negra e uma loira, todas naturais e exalando beleza. Nos chamaram para dançar, e nós nos juntamos ao grupo. A música pulsava no corpo, as luzes desenhavam tons de vermelho e azul nos rostos. E foi quando o vi. O mais sério do grupo. Ele não ria como os outros. Não gritava. Não parecia tentar impressionar ninguém. Ele apenas me observava, com aqueles olhos azuis mais escuros que os meus, com um ar de perigo tão silencioso que me fez perder o ar. Ele começou a se aproximar. Meu coração disparou. A cada passo dele, parecia que a música ficava mais alta, como se tudo ao redor estivesse nos empurrando um para o outro. Ele parou perto o suficiente para que eu sentisse seu perfume, amadeirado, marcante, masculino. Um cheiro que grudou na minha pele só por passar por mim. — Posso? — ele perguntou, estendendo uma mão, como se eu tivesse opção de dizer não. Eu coloquei minha mão na dele. E ali, naquele momento, alguma coisa em mim se rompeu. Ou se libertou. Não sei explicar. Ele me puxou para dançar, e o mundo inteiro desapareceu. Seu corpo encostava no meu com firmeza, sem pressa, sem exagero, era como se já soubesse exatamente como meu corpo reagiria ao dele. Suas mãos tocaram minha cintura devagar, quase como se pedissem permissão. Minha pele arrepiou instantaneamente. Eu estava alta da bebida. E alta da presença dele. E quando nossos rostos se aproximaram, quando senti sua respiração quente roçar minha boca, meu corpo inteiro reagiu. Ele deslizou os dedos pela linha da minha espinha e eu estremeci. A música parecia empurrar a gente um contra o outro, como se dissesse vamos, vocês sabem que querem. Ele inclinou o rosto, os lábios tocaram os meus, e o beijo foi… devastador. Quente. Firme. Profundo. Como se ele estivesse roubando todo o oxigênio dos meus pulmões. Como se fosse dono de algo em mim que eu nem sabia existir. E eu deixei. Me entreguei sem pensar. Eu nunca tinha sido beijada assim. Nunca tinha sido tocada assim. Nunca tinha sentido um desejo tão urgente tomar conta de mim. Quando dei por mim, já estava agarrada a ele, meu corpo colado ao dele, minhas mãos subindo por sua nuca, puxando seus cabelos. Ele segurou minha cintura com força, depois desceu lentamente as mãos, guiando meus movimentos com uma precisão que me deixava sem chão. Eu não conseguia pensar. Só sentir. O desejo por ele me tomou por completo, eu só queria mais e mais, até que deixei fluir, sem pensar no amanhã Só o agora importa, e agora eu quero ele...Capítulo 6Henrique LancasterAssim que saí do hospital, sem encontrar a ruiva misteriosa daquela noite, senti um aperto estranho no peito, como se tivesse perdido algo que nem era meu. Era ridículo pensar assim. Eu nem sabia o nome dela. Não fazia sentido algum sentir aquela inquietação, aquele incômodo silencioso que me acompanhou até o estacionamento.Sacudi a cabeça, tentando afastar qualquer lembrança dela, e segui para o escritório. O trabalho sempre foi meu porto seguro, a única coisa que eu conseguia controlar. Precisava ocupar minha mente, porque se eu ficasse parado, acabaria afogado pelo peso da vida que estava vivendo.No escritório, mergulhei em pilhas de papéis. Meu pai estava negociando um hotel em uma praia da Espanha, e a quantidade de relatórios, contratos e verificações parecia infinita. Parte de mim agradecia por isso, quanto mais trabalho, menos espaço para pensar.Assinei alguns documentos, despachei outros e peguei a pasta referente ao tal hotel em Marbella. As
Capítulo 5Lauren Holland Os meses se passaram rápido demais, quase como se a vida tivesse apertado um botão de avanço sem me perguntar se eu estava preparada. Mesmo sozinha, ou melhor, acompanhada das melhores tias do mundo, Carolaine e Beatrice, nada foi fácil. Tinha dias que eu mal conseguia levantar da cama, outros em que o medo tomava conta antes mesmo de eu abrir os olhos.Mas… algo crescia dentro de mim a cada ultrassom, a cada consulta, a cada batidinha de coração que eu ouvia. Era um amor tão intenso, tão forte, tão arrebatador, que eu nunca tinha sentido nada parecido. E esse amor me manteve de pé quando tudo o resto parecia querer me derrubar.O pouco vínculo que eu ainda tinha com minha mãe acabou de vez. Ela deixou claro, sem dó, que se eu não tirasse os bebês, era para eu esquecer que tinha mãe. E, sinceramente, não doeu tanto quanto ela achou que doeria. Talvez porque, no fundo, eu sempre soube que ela nunca realmente exerceu esse papel.Completei oito meses. Um marco
Capítulo 4Lauren HollandBusquei por alguma ideia, ou pelo menos um nome, na recepção do hotel, mas disseram que ele havia pago com cartão corporativo e não tinha registrado identificação nenhuma. A forma como falaram me soou falsa, ensaiada, mas… o que eu poderia fazer? Exigir? Forçar alguém a me dizer algo? Eu não tinha esse poder.Saí dali com um nó na garganta. Um nó quente, pesado, que parecia prender o ar nos meus pulmões.Eu queria sentir raiva dele por ter deixado aquele cheque, queria odiar a sensação de ser reduzida a algo que eu não era… mas não conseguia.A verdade, por mais que doesse admitir até pra mim mesma, é que eu queria encontrar ele novamente. Saber seu nome.Qualquer coisa.Uma pista. Um detalhe. Uma chance.Mas eu não tinha nada. Absolutamente nada.Era como se aquela noite tivesse sido um sonho, um sonho intenso, real demais, que agora se desfazia nas minhas mãos.Os dias que seguiram foram um caos silencioso.Algumas noites, eu sonhei com ele.Com sua voz bai
Capítulo 3Henrique LancasterQuando saí pra despedida de solteiro que meus amigos arrumaram, eu não tinha expectativa alguma. Na real, nem vontade eu tinha. Eu já estou no fundo do poço, sem luz, sem saída, sem sequer uma brecha pra respirar.Amanhã eu me caso com uma mulher que não amo. Uma mulher que eu nunca desejei ao meu lado. Mas, por uma brincadeira cruel do destino, ou talvez pela minha própria estupidez. Engravidei Débora Lummertz depois de uma bebedeira e da insistência quase sufocante dela. E aí tudo que nossos pais sempre sonharam aconteceu: união perfeita entre duas famílias tradicionais. E a gravidez foi o estopim que faltava pra amarrarem meu pescoço de vez.Débora… a patricinha mais mimada que eu já conheci. Minha futura esposa. E não existe absolutamente nada que eu possa fazer pra sair disso.Cheguei na Glam com os caras. A casa estava lotada, como sempre. Luzes fortes, música vibrando nas paredes, gente demais, barulho demais… mas minha cabeça não estava ali. Na ve
Capítulo 2Lauren Holland Ele separou seus lábios dos meus por um segundo, um único segundo, e seus olhos encontraram os meus como se pedissem autorização para ir além. Eu assenti. Ou talvez só tenha respirado fundo. Não sei.Ele entrelaçou os dedos nos meus e me puxou para fora da pista.Eu fui.Sem hesitar.Sem perguntar seu nome.Sem pensar em nada além do calor que dominava meu corpo.Saímos da Glam pela lateral, onde o som já não era tão alto. Ele guiava meus passos como se tivesse pressa, mas também um controle absurdo. Como se soubesse exatamente onde queria me levar.Um hotel ficava a poucos metros dali. Um prédio elegante, espelhado, discreto.E, quando percebi, já estávamos atravessando a entrada.Eu deveria ter parado ali. Deveria ter perguntado o que estava fazendo. Deveria ter respirado.Mas não fiz, apenas me permiti.O elevador subiu rápido, e ele não tirou os olhos de mim. Não falou. Não sorriu. Só me observou como se eu fosse um segredo que ele queria decifrar, ou co
Capítulo 1Lauren HollandEu mal podia acreditar. Depois de tudo que passei, depois de todos os nãos, todas as portas fechadas e todas as lágrimas escondidas, eu finalmente ia pra faculdade. Era a primeira oportunidade real de me levantar, de construir algo meu, e eu ia agarrar isso com todas as forças que me restavam.— Anda logo, Lauren! Que demora! Vamos nos atrasar! — Beatrice gritou da sala, impaciente como sempre.— Calma, Bea. — respondi rindo. — Não é como se eu fosse a lugares assim todos os dias.— Por isso mesmo! — Ela bateu o pé. — Meu irmão disse que só consegue liberar nossa entrada até às 21h.Respirei fundo, olhei meu reflexo uma última vez e saí do quarto.— Ok, estou pronta. O que acha?Os olhos dela brilharam.— Você está maravilhosa. Esse vestido vermelho com esse seu cabelo ruivo… meu Deus, Lauren. Se prepara. Hoje você vai deixar uma fileira de homens babando por você.Eu ri, mesmo sentindo o frio na barriga crescer.Passamos buscar nossa outra amiga, Carolaine,
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