Mundo ficciónIniciar sesiónSinopse Fênix Souza é uma sacerdotisa do fogo que vive isolada em uma floresta vasta e silenciosa. Sozinha desde a infância, após o misterioso desaparecimento de seus pais — os antigos guardiões do templo onde agora habita — ela aprendeu a sobreviver com coragem e força. Herdou o poder do fogo e um dom ainda mais raro: a habilidade de se comunicar com os animais. Foi assim que conquistou a amizade de dois leais lobos, seus únicos companheiros em um mundo de silêncio e segredos. Embora tenha se acostumado à solidão, uma dor persistente ainda arde em seu peito — a saudade dos pais que nunca deixou de sentir. Akira Muniz é um homem enigmático, cercado por um passado oculto que carrega como uma maldição. CEO de uma grande empresa, ele encontra paz apenas nos fins de semana, quando se refugia em seu chalé, escondido nas profundezas da mesma floresta. Lá, o ar é puro, o lago reflete a alma, e a natureza parece guardar algo sagrado — ou talvez alguém. Quando seus caminhos se cruzam, o destino acende uma chama que pode revelar verdades esquecidas, curar feridas antigas... ou destruir tudo.
Leer másCapítulo 1
Fênix Souza Até hoje, mesmo com tanto tempo, me pergunto onde é que possam estar os meus pais. Me pergunto se eles foram devorados por lobos ou se simplesmente foram embora e me deixaram aqui. Pensar assim dói muito, então prefiro imaginar que eles estão por aí, em alguma missão. Quando eles sumiram, eu tinha 10 anos. Agora estou com 30. Nunca saí desta floresta para ir procurá-los. Às vezes, quando estou caçando para comer, vejo alguns homens estranhos cortando árvores, mas todas as vezes meus lobos dão cabo deles. Com apenas um uivo, eles saem correndo e gritando. Fico só escondida, rindo dos coitados. Neste momento, estou tratando a carne de um javali que meus lobos pegaram. Toby e Mimi estão comigo desde o tempo em que meus pais desapareceram. — Auuuuuuuuu! — uivam Toby e Mimi. — O que aconteceu, Toby? — Auuuuuuuuu! — Está me dizendo que tem alguém com uma energia sinistra muito forte aqui por perto? — Auu! — Então vamos logo! Vamos voltar para o templo. Já está quase anoitecendo, e hoje é noite de lua cheia. Não estou com medo, mas meus pais sempre diziam que muita coisa pode acontecer na floresta em noites de lua cheia. Peguei o javali já tratado e voltei com meus amigos para o templo. Assim que chego, vou até a cozinha, pego a faca e recorto todo o animal. Pego o sal — aqui no templo tem uma fonte de água salgada, então coleto sal natural. Meus pais me ensinaram. Começo a salgar a carne após limpá-la. Aproveito e pego um pote de temperos e ervas conservantes. Meus pais deixaram uma grande plantação no quintal do templo: cebolas, alho, orégano, tomate, pimenta, pimentão, tomilho, manjericão, salsa, coentro, alecrim etc. Eu mantive a plantação em perfeito estado, caso eles voltem e queiram cuidar da horta. Peguei o tempero, coloquei sobre a carne e levei tudo para fritar em um tacho com a banha do próprio javali. O cheiro está delicioso. Quando começa a ferver, coloco um copo de água e deixo aferventar. Vou até lá fora com Mimi tomar um banho. Não posso ir até o lago — já é tarde e preciso descansar. A água está um pouco fria, então trato de acelerar o banho. Volto para a cozinha e a carne já está quase pronta. Preparo um prato bem generoso para mim e coloco dois pedaços grandes e crus para Toby e Mimi. Começo a comer, sentindo a carne derreter na minha boca. Amanhã vou preparar uma sopa de legumes para o almoço e jantar. Olho pela porta da cozinha e vejo como hoje a lua está linda. A claridade entra pela fresta da porta. Após terminar de comer, guardo a carne assada em um enorme pote, lacro bem a tampa e coloco no armário onde guardo os mantimentos em conserva. — Vamos dormir, Toby e Mimi? Amanhã preciso acordar cedo para fazer a limpeza no templo e rezar para o Deus do Sol — digo, bocejando. — Auu! — Auu! Acordo com os raios do sol iluminando o telhado do meu quarto. Os pássaros já cantam lá fora. Me espreguiço e levanto, pronta para trabalhar e deixar o templo limpo. Toby e Mimi saíram cedo, talvez para fazer suas necessidades. Vou até a cozinha preparar um chá de erva-cidreira e cozinho cinco ovos de galinha da mata e dois de codorna. Preciso comer bem antes de pegar no pesado. Uma hora depois... — Que estranho! Toby e Mimi não voltaram ainda? O que será que aconteceu? Pego a vassoura feita de galhos de árvores e começo a varrer as folhas. Eles devem estar no cio, provavelmente namorando por aí. Um porquinho-da-índia que mora no templo passa por mim. Dei a ele o nome de Nozes. — Nozes! Você viu para onde o Toby e a Mimi foram? — Cui! Cui, cui, cui! — Você está me dizendo que eles sentiram uma presença estranha aqui perto e foram lá ver? — Cui, cui! — Certo. Obrigada, Nozes. Na cozinha tem um tomate fresquinho pra você, vá lá comer. Ele é bem pequeno e fofinho, mas rápido. Sai correndo rumo à cozinha para tomar o café da manhã dele. Nozes é mais um dos meus bichinhos de estimação. Além dele, tem a namorada, Amora. Ela é bem fofinha também — parece mesmo uma amora. Termino de varrer ao redor do templo e escuto alguém se aproximando. Me viro para ver se são meus amigos de volta... mas não. — Ora, ora, veja o que temos aqui, irmão... um templo antigo. Uma mulher? E sozinha? Vamos nos aproveitar dela — disse um deles, com um sorriso malicioso. — Sim! Oi, gracinha, o que faz nesse lugar deserto? — disse o outro, se aproximando. — Você segura ela, irmão, e... Sem deixar que ousassem me tocar, pego a vassoura e dou uma surra em um deles até quebrar o cabo todo. — Ora, sua maldita! — disse o outro, vindo pra cima de mim. Num movimento rápido, acertei cinco chutes entre as pernas dele, que caiu no chão urrando de dor. — Como vocês ousam invadir um lugar sagrado e ainda macular a honra da sacerdotisa do fogo deste templo?! — digo, concentrando uma bola de fogo na mão e me aproximando dos dois, que tremiam como vara verde. Akira Muniz Acordei mais um dia bem cedo para ir à empresa. Como um CEO bem-sucedido, tenho que dar o exemplo. Fiz meus exercícios, peguei minha roupa — uma peça íntima, calça social preta, camisa branca e gravata vermelha. Coloquei tudo sobre a cama e entrei no banheiro, tirando a roupa e colocando-a no cesto. Após sair, lavo o rosto, penteio o cabelo — que é grande, um pouco abaixo dos ombros. Algumas pessoas perguntam por que deixo o cabelo grande. Sempre digo que gosto dele assim, é o meu estilo. Já ouvi piadas de alguns colegas da empresa me chamando de Sansão, mas não dou atenção. Já pronto, desço até a cozinha para tomar o café da manhã e ler o jornal antes de ir trabalhar. — Bom dia, senhor Muniz. O que o senhor deseja para o café da manhã? — pergunta Carlos, o mordomo da minha mansão. — Bom dia, Carlos! Uma xícara de café e duas panquecas, por favor — disse com um sorriso, voltando a atenção para o jornal. Tomei o café e, ao terminar, chamei Carlos para pedir à arrumadeira que preparasse minha mala de sempre. De lá mesmo eu sairia da cidade, como faço todos os finais de semana, para o meu chalé — meu refúgio, onde relaxo e fujo do estresse da semana. Apesar de ser um CEO bem-sucedido e valorizar o que faço, amo a natureza. Gosto de estar sob a luz da lua, tomar banho de cachoeira, fazer trilha, acampar, caçar... Meu chalé é grande, como uma casa de campo. Lá tem um cuidador e a esposa dele, que tomam conta de tudo. Cheguei à empresa e fui direto para a sala de reuniões, onde os funcionários já me esperavam para discutirmos o trabalho. Minha empresa é do ramo de perfumes e cosméticos. — Bom dia! — disse ao entrar na sala. — Bom dia! — responderam todos em uníssono. — Senhor Muniz, trouxe os documentos que o senhor pediu — disse minha secretária, sorrindo. — Obrigado. Daqui a pouco pode mandar servir café expresso para o pessoal. — Sim, senhor. A reunião era com alguns consultores. Gosto de estar por dentro de tudo o que acontece na minha empresa — afinal, sou o dono. — Senhor Muniz, o novo perfume com fragrância de café e canela está fazendo muito sucesso. Aqui está o relatório deste mês — disse um deles, entusiasmado. — Muito bom! Isso é música para os meus ouvidos. E quanto às vendas do creme hidratante com fragrância de cereja com morango? — perguntei, olhando para outra consultora. — Está bombando, senhor. Vendendo todos os estoques! As clientes estão muito satisfeitas com o resultado na pele. Aqui está o relatório — disse a moça, sorrindo. Peguei os relatórios e comecei a analisá-los, satisfeito com os resultados de vendas e com a organização todos.✨✨ Capítulo Final 64✨✨ Um mês depois... Passou-se um mês após o nascimento dos filhos de Fênix, e ela estava muito feliz, pois já podia sair para passear com os bebês. Hoje, ela, junto de Akira, suas irmãs, sua mãe e até mesmo seu pai, Marcos Souza — além do senhor Klaus e da dona Rosa —, viajaram para a mansão Muniz para passar o final de semana. Mas o motivo mais importante da viagem era outro: vieram para pegar os registros dos bebês e também fazer uma festa de comemoração pelo nascimento de Aurora e Aurio. Enquanto isso, José e João ficaram tomando conta do templo, junto dos lobos Toby e Mimi — que agora tinham seus filhotes, correndo pelo jardim como pequenos guardiões do lugar sagrado. O templo, mesmo em silêncio, continuava vivo. E a família Muniz, agora maior e mais unida do que nunca, celebrava não só o nascimento de duas novas vidas, mas também o renascimento de todos que foram tocados por esse amor. Fênix Souza Muniz Porém, Akira tinha ido à empresa hoje, e eu estav
.Capítulo 63 🌿 Fênix Souza Muniz Meu parto foi muito difícil, menina! A dor era agonizante e parecia durar uma eternidade. Quando eu enfim dei à luz a Áurio, com pouco tempo depois saiu Aurora. Fiquei surpresa ao saber que eu tinha dois bebês na barriga. Quando Akira entrou no quarto, eu estava detonada — descabelada, toda suada, exausta — e depois veio mais uma dor: a da primeira amamentação. Quando eles pegaram meu peito, vi estrelas de todas as cores; as lágrimas desceram. Mas, com Akira ao meu lado, me ajudando e apoiando, tudo valeu a pena. Já era outro dia, e eu ainda sentia meu corpo dolorido, mas meu coração estava cheio. Áurio e Aurora dormiam tão tranquilos, cada um em seu bercinho, e eu ficava só olhando, sem acreditar que eles saíram de dentro de mim. Meus filhos. Meus milagres. Dona Rosa entrou no quarto com um sorriso no rosto. Trouxe um café da manhã reforçado, com leite, pão quente, frutas e um mingau de aveia que ela disse que ajudava na recuperação. Akira estav
Capítulo 62 ☄️🔥 Akira Muniz Eu tinha acabado de chegar da empresa quando tudo começou. Fênix estava sozinha na sala de preparação, cercada por frascos e ervas, quando a dor a atingiu. Kira e Dalila guiavam visitantes pelo templo, então, ao vê-la curvada, com o rosto contraído, não pensei duas vezes — a peguei nos braços e levei direto para o nosso quarto. O coração batia acelerado. Peguei o celular com mãos trêmulas e liguei para o meu pai, depois para o senhor Marcos e para minha sogra, Amélia. Eu não sabia o que fazer. Estava completamente tomado pelo nervosismo. Corri até a cozinha e chamei Dona Rosa, que veio imediatamente, com a firmeza de quem já viu muitos milagres acontecerem. Ela começou a preparar Fênix com rapidez e mandou que eu fosse até a vila chamar parteiras. Minha vontade era levá-la ao hospital, mas só de imaginar dirigir naquele estado, com ela em dor, percebi que seria um risco maior. Então corri até o chalé e chamei Klaus para ir comigo. Voltamos o mais rápi
Capítulo 61 🍐🍏 Cinco meses se passaram desde que Fênix assumiu a presidência da Souza Farm Vital. Sob sua liderança, a empresa floresceu — não apenas em números, mas em propósito. Os projetos sociais, antes esquecidos, voltaram a pulsar vida, levando esperança a famílias inteiras. O templo, agora restaurado, tornara-se um refúgio de fé e cura, onde Dalila e Kira, vestidas com os trajes cerimoniais de sacerdotisas, acolhiam os visitantes nas escadarias com serenidade e graça. O aroma das flores silvestres se misturava ao som suave dos sinos que balançavam ao vento, como se a natureza inteira celebrasse a harmonia que, finalmente, reinava entre as famílias Souza e Muniz. Marcos Souza, outrora ausente, revelava-se um pai renovado — atencioso, amoroso, presente. Sua relação com Fênix e com as filhas transformara-se em algo genuíno, e sua parceria com Amélia, mãe de Fênix, na administração da empresa, surpreendia pela harmonia. Amélia, de volta à capital, gerenciava com firmeza e sen
🌺 Capítulo 60 Fênix Souza Muniz Fênix entrou na empresa acompanhada de Akira e suas irmãs. Marcos Souza ia à frente, guiando o grupo pelos corredores até a sala de reuniões, onde já aguardavam alguns empresários e amigos de longa data. — Senhores e senhoras, apresento minhas filhas: Fênix Souza Muniz, herdeira desta empresa, e seu esposo, fundador da Luxury Aroma. Também estão aqui Dalila e Kira, que juntas irão comandar esta nova fase da Souza Farma — anunciou Marcos, com voz firme e olhar orgulhoso. — Nossa, que lindas! Eu adoro os produtos da Luxury Aroma — comentou uma das empresárias, sorrindo com entusiasmo. — Obrigada! — responderam as meninas em uníssono, com simpatia. A reunião começou e, para surpresa de muitos, Fênix conduziu tudo com segurança e clareza. Apresentou seus planos de integrar parte da produção da fábrica ao templo, transformando-o em um espaço de turismo espiritual, onde visitantes poderiam fazer orações e adquirir produtos naturais: remédios, poções d
Capítulo 59 🪶🪶Fênix Souza MunizEu sei que herdei a empresa farmacêutica do velho, mas não quero morar na capital. Gosto de estar junto à natureza, caminhar pela floresta, usar meus poderes, fazer minhas orações, conversar com os animais e ser livre. Na capital, com certeza, eu não conseguiria me controlar — acabaria queimando alguém com minhas chamas se me tirassem do sério.Até minhas irmãs, Dalila e Kira, adoram morar aqui no templo. Mas, como ele está em reforma para se tornar um espaço onde as pessoas possam vir rezar e fazer seus pedidos, estamos construindo mais dois cômodos. Um será dedicado à criação de antídotos, elixires, poções, remédios medicinais, além de perfumes, cremes e sabonetes naturais — tudo preparado por mim, sacerdotisa do fogo. O outro espaço será dividido: de um lado, uma área para vendas; do outro, um ambiente para visitas e para que todos possam conhecer o templo.Minha barriga já está ficando grandinha — estou com quatro meses. Apesar das dúvidas que ti
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