Capítulo 2

Capítulo 2

Lauren Holland

Ele separou seus lábios dos meus por um segundo, um único segundo, e seus olhos encontraram os meus como se pedissem autorização para ir além. Eu assenti. Ou talvez só tenha respirado fundo. Não sei.

Ele entrelaçou os dedos nos meus e me puxou para fora da pista.

Eu fui.

Sem hesitar.

Sem perguntar seu nome.

Sem pensar em nada além do calor que dominava meu corpo.

Saímos da Glam pela lateral, onde o som já não era tão alto. Ele guiava meus passos como se tivesse pressa, mas também um controle absurdo. Como se soubesse exatamente onde queria me levar.

Um hotel ficava a poucos metros dali. Um prédio elegante, espelhado, discreto.

E, quando percebi, já estávamos atravessando a entrada.

Eu deveria ter parado ali. Deveria ter perguntado o que estava fazendo. Deveria ter respirado.

Mas não fiz, apenas me permiti.

O elevador subiu rápido, e ele não tirou os olhos de mim. Não falou. Não sorriu. Só me observou como se eu fosse um segredo que ele queria decifrar, ou como se esperasse para ver se eu iria fugir.

Quando a porta se abriu, ele me puxou pela mão, e eu quase tropecei no corredor, rindo e tentando recuperar o equilíbrio. Ele destravou a porta do quarto, empurrou-a com o ombro e me puxou para dentro.

Assim que a porta se fechou, o ar ficou denso.

Ele se aproximou como uma tempestade prestes a desabar. Uma energia quente, urgente, irresistível.

Suas mãos tocaram meu rosto, subiram para meu cabelo, puxando de leve. Meu corpo reagiu no mesmo instante. Ele me encostou na parede com firmeza suficiente para me fazer suspirar alto e, mesmo assim, me passou segurança.

A boca dele voltou para a minha, e o beijo agora era mais intenso, mais profundo, como se ele estivesse me devorando. Como se a noite fosse acabar ali, e ele precisasse aproveitar cada segundo.

Senti suas mãos deslizarem pelo meu corpo, explorando cada curva por cima do vestido. Elas percorriam minha cintura, quadris, costas… e a forma como me tocava era tão precisa que parecia me ler.

Eu também o tocava sem pensar, sentia seus ombros fortes, suas costas rígidas sob a camisa social, a firmeza do seu corpo contra o meu. Ele era quente, sólido, impressionante.

Ele me levantou pela cintura com facilidade, me fazendo suspender um pouco os pés. Meu coração quase saiu pela boca. Ele me carregou até a cama e me deitou devagar, os olhos presos nos meus como se estivesse me pedindo para não desviar o olhar.

E eu não desviei.

A maneira como ele me tocou… ardente, urgente, mas ao mesmo tempo cuidadosa… foi como fogo se espalhando pela minha pele.

A noite se tornou um borrão de sensações fortes. O quarto escuro, a respiração acelerada, o calor, os toques, os arrepios que subiam minhas costas cada vez que ele se aproximava demais… Era como se meu corpo tivesse sido feito para responder ao dele.

E respondeu.

Com tudo que tinha.

Eu me entreguei como nunca tinha me entregado a nada na vida. Sem reservas. Sem medo. Só deixei acontecer.

Quando tudo terminou, eu estava exausta, tonta, como se tivesse vivido um furacão. Ele se deitou ao meu lado por alguns minutos. O suficiente para minha respiração começar a voltar ao normal. O suficiente para eu quase acreditar que ele ficaria até amanhecer.

Mas não ficou.

Eu adormeci por exaustão.

E, quando acordei, a luz já invadia o quarto.

Ele não estava mais lá.

O perfume dele ainda pairava no ar, como uma lembrança quente demais para ser ignorada. O travesseiro ao lado ainda estava afundado, como se ele tivesse levantado há pouco tempo.

Demorei alguns segundos para entender.

Até ver.

Em cima da mesa de cabeceira, ao lado da cama, havia um cheque.

Com um valor alto.

Muito alto.

Por um instante, meu corpo inteiro congelou.

Meu estômago virou.

Minha garganta ardeu.

Eu me sentei na cama devagar, como se estivesse me movendo dentro de um sonho ruim. Peguei o cheque com as mãos tremendo. A caligrafia era elegante, impessoal. O nome de quem assinava…

Grupo LC.

Eu nunca mais ia esquecer desse dia.

Meu peito apertou tanto que senti que faltava ar.

Um gosto amargo subiu pela minha boca.

Um nó quente tomou minha garganta.

Ele não tinha apenas ido embora.

Ele tinha deixado dinheiro.

Como se eu…

Meu Deus.

Como se eu tivesse um preço.

Meus olhos encheram de lágrimas na mesma hora. Respirei fundo, tentando não desmoronar, mas a sensação de sujeira me atravessou inteira, como se eu tivesse sido arrancada de mim mesma.

A noite que horas antes parecia libertadora… agora me esmagava.

Eu me sentia descartada.

Barata.

Idiota.

Burra ao ponto de achar que havia algo ali além de desejo.

A tequila, o calor, o beijo, a entrega… tudo ganhou um gosto ácido.

Eu apertei o cheque nas mãos, tremendo, meu coração despedaçando dentro do peito. E, pela primeira vez naquela noite inteira, senti vontade de chorar até não ter mais forças.

Eu não sabia quem era ele.

Não sabia de onde vinha.

Não sabia por que tinha feito aquilo.

Mas eu sabia que aquela noite ia me marcar.

E eu sabia, com um peso estranho no peito, que não tinha acabado, era uma sensação forte demais.

O homem que me tirou do chão… me deixou um cheque no lugar, me fazendo sentir nojo de mim mesma, suja...

Olhei pro cheque, me arrumei e saí, eu ia encontrar ele, o recepcionista vai saber me dizer o nome dele, afinal ele teve que se registrar não é?

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