7 anos de casamento, um ultimato: “Filho ou divórcio!”

7 anos de casamento, um ultimato: “Filho ou divórcio!”PT

Romance
Última actualización: 2025-11-01
Maerley Oliveira   Recién actualizado
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21 Reseñas
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Resumen
Índice

Por sete anos, Isadora foi a esposa perfeita. Discreta. Leal. Infértil, segundo todos, menos a medicina. Na mansão onde o silêncio era mais alto que os votos de amor, ela sorriu para manter as aparências, vestiu a culpa como se fosse sua, e sacrificou seus sonhos por um casamento que a matava um pouco a cada dia. Mas tudo muda quando sua sogra impõe um prazo cruel: engravidar em 30 dias ou assinar o divórcio. O que ninguém esperava é que, ao tentar salvar seu casamento, Isadora descobriria o segredo que destruiria sua fé no amor: Heitor, seu marido, engravidou outra mulher. Expulsa de casa, humilhada, sem um centavo, Isadora se vê obrigada a recomeçar do zero. Mas o que nasce dos escombros de uma mulher destruída é algo que ninguém pode controlar. Com a ajuda da melhor amiga e o inesperado apoio de Dante, um homem que enxerga sua dor e sua força, Isadora vai descobrir que não precisa de um filho, de um marido ou de uma família para ser completa. Ela só precisa de si mesma. E de um plano para fazer todos eles pagarem.

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Capítulo 1

Capítulo 1 – 30 dias para o fim

POV Isadora Ferraz

Sete anos de casamento. Sete anos de silêncios longos, promessas vazias e beijos que mais pareciam selos funerários.

A visita de Célia, minha sogra, não foi inesperada, mas ainda assim carregava o peso de um ultimato.

Como sempre, ela entrou sem pedir, como quem invade, não visita.

— Trinta dias. Ou você engravida, ou vamos providenciar seu divórcio. — disse, pousando a bolsa com violência calculada sobre a mesa. —  A nossa família precisa de um herdeiro. A vizinha teve sete filhos em um único ano! E você? Sete anos sem dar nenhum! Você é uma vergonha!

Eu não respondi nada. Engoli a saliva como quem engole uma faca. Senti meu estômago virar chumbo, mas minha expressão permaneceu intacta. Era meu único escudo.

Quando ela foi embora, me sentei à beira da cama e encarei meu reflexo no espelho. A mulher ali parecia só um fantasma arrumado, bem penteado, bem vestido, bem calado.

Naquela noite, me arrumei como fazia nos nossos primeiros encontros. Vestido justo, maquiagem sutil, perfume de baunilha.

Cozinhei o prato preferido de Heitor, dobrei os guardanapos, acendi as velas. Tudo com uma calma forjada. Um cenário montado na esperança de um toque.

Quando ele chegou, por volta das onze, trazia nos ombros o peso do terno amarrotado e no corpo... um cheiro. Doce. Floral. Familiar.

Não falei nada. Só observei enquanto ele largava a pasta sobre o aparador e desabotoava os punhos com o tédio de quem repete um roteiro.

— Jantei fora. — avisou, antes mesmo que eu dissesse "boa noite".

— Preparei seu prato preferido. — tentei.

Ele me olhou rápido, depois desviou.

— Estou cansado.

Cheguei perto, toquei seu braço. Ele não retribuiu. Toquei seu rosto, e ele virou.

— Heitor... você não quer ter filhos?

A pergunta saiu baixa. Quase um sussurro. Quase um pedido de socorro.

Ele suspirou fundo, como quem carrega um fardo antigo.

— Tentamos por tantos anos... você ainda não se cansou?

O jeito como ele falou “você” foi como se jogasse todo o peso do fracasso no meu corpo. Como se ele fosse apenas um espectador de uma tragédia biológica que era só minha.

As palavras queimaram. Como sempre. Mas eu respirei fundo.

— Os médicos dizem que comigo está tudo bem. Todas as vezes. Eles sugeriram que você fizesse exames também...

Ele virou-se com brusquidão, como se fosse profundamente humilhado.

— Tá me chamando de estéril? Tá dizendo que eu sou incapaz como homem? É isso? Você quer me expor, Isadora?

— Não é isso, eu só quero entender o que está acontecendo com a gente...

— O que está acontecendo é que você enlouqueceu! — gritou. — O problema é você! Tão sem graça que nenhuma criança quer vir pra sua barriga. Minha mãe sempre diz: isso é castigo de Deus pra você! E sabe, ela é certa!

— Não, castigo não... — murmurei, sentindo os olhos arderem.

Ele se aproximou com os olhos carregados de raiva.

— Você nem quer filhos, só quer sexo. Mas eu não tenho interesse nenhum! Olha pra você, Isadora. Até isso ficou insuportável. Você é uma obrigação. Uma mulher sem graça, sem sal, sem alma. Até sua voz me dá dor de cabeça.

Antes que eu conseguisse reagir, ele me deu um tapa. Rápido. Seco. Preciso. O lado direito do meu rosto ardeu como se tivesse sido marcado em brasa.

Cambaleei para trás, mas me mantive em pé. O gosto de sangue subiu à boca.

— Nem pra mulher você serve direito — ele cuspiu. — Você é uma frustração vestida de gente. Um útero falido com pernas.

Ele pegou as chaves e saiu. A porta bateu forte, sacudindo o ar e meus ossos.

Fiquei ali, no chão. Com o vestido justo, o batom borrado. A face latejava, o corpo tremia, mas o coração... o coração começava a endurecer.

Ali, naquele chão frio da sala que por anos chamei de lar, eu soube que não era mais esposa. Nem mulher dele. Eu era só a sobra. A sombra do que um dia sonhei ser.

Por um segundo, o silêncio pareceu me engolir.

A vela acesa na mesa tremeluzia como se também chorasse por mim. A comida esfriava, o vinho azedava no ar. O vestido colado ao corpo, escolhido com esperança, agora era armadura rasgada. Eu estava sozinha. No corpo. No nome. Na vida.

Mas no fundo, uma faísca se acendia. Fraca, teimosa, resistente. Algo dentro de mim sussurrava: "Ele não te matou. Ainda não."

E então vieram os 29 dias.

Heitor não voltou naquela noite. Nem na seguinte. Quando vinha, era só para buscar roupas, carregar planilhas e deixar mais silêncio. Ele não me tocava. Não me olhava. Dormia no sofá ou saía antes do amanhecer.

Foram um desfile de ausências. Só silêncio. Aquele mesmo silêncio antigo, que morava nas paredes e agora dormia na cama vazia ao meu lado.

Toda noite eu olhava o calendário como quem observa uma bomba prestes a explodir. Um dia a menos. Um sonho a menos. Uma versão de mim que se apagava aos poucos.

Ele não me tocava. Nem com raiva. Nem com afeto. Nem com pena.

E então faltava um dia.

Um único dia.

Como se fosse possível gerar uma vida em vinte e quatro horas, quando o que restava entre nós era a carcaça de um casamento morto.

Sentei no chão do banheiro, com as costas encostadas no armário. O azulejo gelado era quase um consolo. E ali, entre uma respiração e outra, veio o vazio conhecido. Não era só sobre Heitor. Era mais fundo. Mais antigo.

Depois que meus pais morreram, tudo ficou em silêncio por um tempo. Um daqueles silêncios que gritam por dentro. Câncer, disseram. Primeiro minha mãe, depois meu pai, com meses de diferença. Um golpe atrás do outro.

Lembro da sala do hospital. Do cheiro. Da luz branca demais. Do peso no peito. E lembro de Olívia, minha melhor amiga.

Foi ela quem segurou minha mão. Quem me fez comer. Quem sentou na cadeira dura do lado de fora da UTI sem reclamar. Heitor… não. Ele apareceu só quando tudo já estava limpo. Organizado. Lacrado em atestados de óbito. A dor já não sangrava mais. Só latejava.

Mesmo assim, a família Montenegrro fez questão de lembrar, em cada oportunidade, que “me acolheram” no luto. Que abriram suas portas e me estenderam o sobrenome como se fosse cobertor.

Mas não era abrigo. Era dívida. Como se amor tivesse preço de gratidão eterna. A verdade? Eu era só mais um ornamento naquele império de aparências. Um corpo enlutado convenientemente moldável.

E agora, sentada no chão frio do banheiro, prestes a completar trinta dias de um casamento que já expirou, eu entendi.

O silêncio não era novidade.

Era herança.

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Marlene Cruz
historia repetitiva e cansativa
2025-11-03 10:24:57
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Lucelena Sandoval
Ninguém merece uma mãe como a do Heitor mulher que só pensa em si mesma e capaz de se unir com essa Leyla só pra destruir a felicidade do filho e destruir a Isabela a mulher só faz maldade não vejo a hora que as duas receba o que merece
2025-11-02 00:46:14
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Mônica Maria Nascimento Silva
Estou gostando muito!
2025-10-24 22:14:02
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Lucelena Sandoval
História e muito macabra
2025-10-10 04:09:32
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Lucelena Sandoval
história e boa mais tem muita maldade principalmente nesse último capítulo e muita crueldade já vivemos num mundo cheio de crueldade
2025-10-09 10:50:04
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Arminda Celebrini
HISTÓRIA INTENSA ,PRENDE A ATENÇÃO
2025-10-08 03:22:28
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Lucelena Sandoval
Coitada da Isabela pq tanto sofrimento tamanha injustiça
2025-10-04 21:58:39
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soniateixeiramendes
Quantos capítulos tem esse livro? Quando foi escrito? Obrigada.
2025-09-15 06:28:04
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SOLANGE SILVA
eu geralmente hoje eu compro crédito também apesar de eu ganhar os meus bônus eu compro só que o de vocês não vale a pena não termina tudo não acabado ou simplesmente preciso botar o fim mas não tá no fim tá no meio do livro me boicotar não é a solução a solução tá em vocês tomar vergonha
2025-09-07 21:22:38
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Cidália da Flávia Marrumete
estou a gostar do livro nao vejo a hora de terminar de ler o livro
2025-09-02 16:20:42
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Suzana
Ol livro até onde consegui ler é bom. Interessante. O ruim é que o site prioriza mais o dinheiro do que aumentar o interesse dos leitores. Quando vc consegue juntar bônus, eles expiram antes que vc consiga usá-los. Lamentável!
2025-08-28 06:44:45
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Cristina Monteiro
Só espero que o casamento de sonho seja arruinado
2025-08-16 16:03:20
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Cristina Monteiro
Ansiosa por Elena achar que consegue e Isa largar a bomba que o filho não é do Heitor. Qu tudo quer tudo perde
2025-07-29 21:12:20
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Maria Silva
estou amandooooooo
2025-07-23 00:57:01
3
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Cristina Monteiro
Oi autora uma ideia de capítulos no total?
2025-07-03 21:47:53
6
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  • 2
184 chapters
Capítulo 1 – 30 dias para o fim
Capítulo 2 — “Parabéns, mal posso esperar pra ver esse bebê nascer!”
Capítulo 3 — Olho por olho, traição por traição
Capítulo 4 — A primeira noite da mulher que renasceu
Capítulo 5 – Milagres não curam canalhice.
Capítulo 6 — O dia em que me tiraram tudo (menos minha coragem)
Capítulo 7 — Quando ainda chamávamos de amor
Capítulo 8 – Uma saída e um reencontro inesperado
Capítulo 9 – Entre o silêncio e o socorro
Capítulo 10 — O Desejo que Não Podia Esperar
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