Ele tinha tudo. Menos limites. Ela só queria sobreviver. Ravi Trajano Telles é um milionário arrogante, diretor executivo do império de transporte marítimo — e envolvido em negócios obscuros. Para ele, tudo e todos têm um preço. Jade é uma jovem dançarina que luta todos os dias para sustentar a mãe e o irmão mais novo, trabalhando nas sombras de uma boate luxuosa. Em uma noite que mudaria suas vidas, Jade dança para o homem mais poderoso da cidade… sem saber quem ele realmente é. A partir daí, Ravi cria uma obsessão incontrolável: ele a quer. A qualquer custo. O destino, porém, tem seus próprios planos — entrelaçando suas vidas de maneiras que nenhum dos dois poderia prever. Até onde vai a arrogância de um homem que confunde posse com amor? E até onde uma mulher desesperada pode ir para proteger quem ama? Descubra a história de uma paixão intensa, perigosa e impossível de ser negada.
Ler maisEle ficou em silêncio por uns segundos. Pensativo. Mas com aquele brilho no olho de quem já pisou no barro, já correu da polícia e já enterrou amigo no chão batido da favela. — “Tu lembra, né?” — ele soltou, a voz rouca. — “Daquela noite na Litte Club…” — “Lembro.” — falei, com a memória fervendo. — “Tu apareceu no meio do caos. Ex-traficante de respeito, querendo se manter longe da guerra… mas com sede de propósito.” — “E tu me deu.” — ele assentiu. — “Me deu Jade.” — “Te dei a missão de protegê-la. De ficar colado nela que nem sombra.” — “E eu cumpri.” — ele disse, firme. — “Todo mundo achava que tu me contratou como segurança. Mas só a gente sabe… que naquela noite, quando tu me puxou pro teu bonde, foi pacto. Tu viu o lobo escondido atrás do favelado.” Me aproximei dele. Sentei de frente. A tensão no ar era grossa como fumaça de cemitério. — “Tô te chamando de volta, Juninho. Mas agora… não é mais pra proteger a Jade. É pra proteger o trono que ela vai sentar junto comigo.”
NARRADO POR RAVI – DIA SEGUINTE Acordei antes do sol. A Jade ainda dormia, nua, enrolada no lençol, o cabelo espalhado no travesseiro como se o caos tivesse tirado uma soneca ao meu lado. A respiração dela era calma, mas o corpo... o corpo carregava a tensão da noite passada. A nossa conversa ainda tava grudada na parede, no teto, na minha nuca. Não tinha fim. Levantei sem fazer barulho. Pé no chão gelado. Alma em brasa. Fui direto pro escritório. Camiseta velha, calça de moletom, café preto escorrendo na caneca. Sentei na poltrona. Encostei a cabeça. Olhei pro nada com o peso de quem já viu o inferno… e decidiu comprar o terreno. Peguei o celular. Disquei. — “Juninho.” — “Fala, chefe.” — “Hoje. Meio-dia. Aqui em casa.” — “Aconteceu?” — “Vai acontecer.” Desliguei. Simples assim. Não expliquei. Não pedi. Só ordenei. Porque a guerra não espera agenda. E a cadeira que eu vou tomar já tem dono morrendo. Terminei o café. A cabeça martelava. O Don não é qualquer um. É cobra
Ela ficou me olhando. Um tempo. O peito ainda subindo e descendo com a respiração pesada, o suor escorrendo entre os seios, mas os olhos? Frios. Lúcidos. Claros como faca limpa. — “Ok.” — ela disse, lenta. — “Deixa eu ver se eu entendi.” Se afastou um pouco. Desceu do meu colo. Pegou a camisola caída no chão e jogou por cima do corpo, mas sem vestir de verdade. Só pra fingir que tinha alguma proteção entre a pele dela e o mundo. — “Antes, tu transportava carga pra traficante. Era mula de luxo. Depois virou empresário. Lavou nome, lavou dinheiro. Criou fachada. Saiu da lama com terno e gravata.” Deu um passo. Outro. Os pés descalços batendo no chão do escritório como se cada pisada dissesse “não me enrola”. — “E agora…” — ela arqueou uma sobrancelha. — “Tu quer virar Don. Don da máfia. Sentar na cadeira do velho, derrubar ele, e assumir o império. É isso?” Assenti. Firme. Ela cruzou os braços. O decote da camisola gritando mais alto que qualquer argumento. — “E tu quer que e
NARRADO POR RAVI Depois da janta, fui pro escritório. A comida nem tinha assentado direito, mas a mente já tava longe. Sentado na poltrona, camisa aberta, copo de whisky na mão, olhando pro nada — e esperando o tudo. E o tudo… entrou sem bater. Jade. Camisola de seda branca, fina como um sussurro indecente. O peito sem sutiã, bico marcado. A porra do tecido colado nas curvas, mostrando mais do que escondia. E aquela bunda… porra, aquela bunda balançando livre, como se soubesse que era minha perdição. — “Veio me provocar?” — perguntei, a voz baixa, arrastada. Ela deu um meio sorriso. Não respondeu. — “Como é que tu espera ter uma conversa séria… vestida assim?” — continuei, passando a língua pelos lábios. — “Ou tu acha que eu vou conseguir pensar com essa buceta rebolando na minha frente?” Ela fechou a porta devagar. Trancou. O clique da chave foi mais alto que meu coração batendo. — “Quero saber o que cê precisa me contar.” — disse, com aquele tom de voz que mistura cuidado
— “Vai lavar as mãos, minha dançarina perigosa.” — falei, dando um beijo na testa dela.— “Mas eu nem toquei em nada!” — ela retrucou.— “Tocou no meu coração, e isso já é muito perigoso pra essa casa.”Ela riu, saiu correndo pro lavabo, e eu fiquei olhando ela sumir no corredor com aquele jeito de quem ainda acha que o mundo é um lugar bom.Levantei devagar. O corpo cansado, o peito mais ainda.Fui até a cozinha.E lá estava ela.Jade.De costas pra mim, o cabelo preso de qualquer jeito, camiseta larga, short justo e a bunda... bem, a bunda que a filha tinha acabado de elogiar como “melhor que qualquer princesa da Disney”.Sorri. Sozinho. E pensei: como é que eu, com tudo que já fiz, ainda tenho isso?Cheguei por trás devagar, mudo, observando a dança leve que ela fazia enquanto mexia a panela. Cada passo dela era ritmo. Cada gesto, coreografia. E não era só no corpo, não. Era no jeito de existir. A mulher dançava até parada.Estiquei a mão e pá! dei um tapa na bunda dela. Cheio. Son
NARRADO POR RAVI Cheguei em casa tarde, mas não tarde o suficiente pra escapar do olhar dela. A luz da sala tava acesa, fraca, só o abajur dando conta. E antes que eu pudesse fechar a porta direito… ela já veio correndo. Joice. Meia dúzia de passos apressados, cabelo solto, vestido amassado de quem passou o dia brincando de viver sem saber o quanto o mundo lá fora morde. — “Paaaai!” — ela gritou. E eu nem tive tempo de reagir. Ela pulou no meu colo como se nada mais importasse. E, por um instante, realmente não importava. Me agarrou pelo pescoço, as perninhas se encaixando na minha cintura como se tivessem nascido pra isso. — “Achei que você ia chegar só amanhã…” — ela disse, a boca colada no meu ombro. — “Senti tua falta, filha.” — “Mentira.” — “É?” — “Se tivesse sentido, tinha voltado mais cedo.” Eu ri. Da audácia. Da verdade. Do jeito que só ela sabia me desmontar. — “Você tá ficando esperta demais pro seu próprio bem, sabia?” — “Aprendi com você.” Me joguei no so
Último capítulo