CAPÍTULO — ENTRE O MEDO E A ESPERANÇA
JADE
Tomei a decisão naquela mesma noite: não.
Não me submeteria ao Ravi.
Não aceitaria ser a propriedade particular de um homem arrogante, que achava que dinheiro comprava tudo — até dignidade.
Eu não era moeda de troca.
Arrastei meu corpo cansado para casa, tentando afastar as imagens dele da minha cabeça: o olhar de posse, o sorriso cruel, a ameaça velada em cada palavra.
Mas era difícil.
Muito difícil.
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Assim que entrei, o silêncio da casa me acolheu.
Minha mãe já dormia.
Meu irmão também.
Tirei a máscara com cuidado, sentindo como se estivesse arrancando também a fachada de força que precisei usar durante toda a noite.
Me joguei no sofá.
Fiquei ali, olhando para o teto, tentando entender onde minha vida tinha se perdido.
Quando foi que meus sonhos viraram sobrevivência?
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A porta da escada rangeu.
Olhei para o lado e vi Joaquim, com o rosto inchado de sono, caminhando até mim.
Sentou-se ao meu lado, esfregando os olhos.
— O que está fazend