CAPÍTULO — QUANDO O MUNDO DESABA
JADE
Deixei o consultório da Dra. Valéria com o coração em pedaços.
Meus passos eram lentos, pesados.
A rua à minha frente parecia longa demais, como se o caminho de volta para casa fosse outro fardo que eu teria que carregar.
Caminhei sem pressa, deixando o vento bater no meu rosto, tentando clarear a cabeça.
Como seguir em frente depois daquela notícia?
Como carregar a culpa de saber que, enquanto eu dançava para desconhecidos, minha mãe lutava sozinha contra uma doença mortal?
**
Quando cheguei em casa, encontrei os dois sentados à mesa.
Minha mãe sorria ao ver Joaquim devorando o café da manhã.
Senti um aperto no peito.
Ela ainda tentava manter a fachada de normalidade, mesmo que tudo estivesse desmoronando por dentro.
**
— Fiquei preocupada, filha. Não te vi no quarto. Onde você foi tão cedo? — perguntou ela, enquanto arrumava a mesa.
— Tive que resolver umas pendências. — respondi, tentando soar casual.
— Você parece estranha, Jade. Está tudo bem