92- "Tragam ela pra mim. Viva... ou morta."
Danilo avançava com passos lentos pelo corredor improvisado que seus homens iam abrindo. Ao avistar Honório, mais escorado do que de pé, com a barriga à mostra sob uma camisa vermelha listrada em laranja, sentiu um asco imediato. O mau gosto, a postura vulgar, o conjunto grotesco da figura o enojavam.
Planejava fazê-lo falar, extrair tudo o que precisava, mas não suportava a ideia de tocá-lo. Virando o rosto com repulsa, lançou a ordem:
— Traga-o. Ele disse ao homens saindo do local tentando não tocar em nada.
Dois dos homens de Danilo agarraram os braços de Honório, que se desequilibrou ao tentar reagir.
— O quê? O que tá acontecendo? Disse, com a voz entre a brasa da raiva e o frio do medo.
Foi arrastado diante de todos no bordel, ninguém se moveu, ninguém sequer piscou para ajudá-lo. Apenas olhos imóveis, como retratos pendurados.
Do lado de fora, Danilo observava em silêncio. Entrou no carro com calma, no instante em que Honório foi puxado porta afora. Jogaram-no no banco traseiro