Amália o encarou com fúria.
— Quem você pensa que é? E quem pensa que eu sou? Sou pobre, mas não sou menos do que ninguém! E não vou permitir que fale comigo assim, seu idiota! Eu te odeio!
Tomada pela revolta, começou a acertá-lo com os punhos cerrados, mesmo com as mãos machucadas.
Ele não reagiu. Apenas ficou ali, permitindo que ela o atingisse.
Os olhos dela estavam cheios de lágrimas. Seus curativos agora manchados de sangue. Mas ela continuava, até que a força foi se esvaindo.
Quando as mãos já não tinham mais energia, ela desabou em seus braços, exausta.
Glauco a segurou. O rosto dela ardia de vergonha, a pele úmida pelas lágrimas.
Por um momento, teve pena. Não sabia ao certo o que ela havia enfrentado. Não a conhecia e isso o incomodava.
— Fique quieta. Não vou tocar em você. Dê-me suas mãos, pediu, agora mais calmo.
Ela estendeu os braços, trêmulos. Ele olhou as faixas sujas de sangue.
— Vou ter que trocá-las... Mas tudo isso por causa de um beijo? Disse com o to