Mirella 20 anos, nasceu e foi criada na Rocinha. Determinada a mudar de vida deixou para trás sua família pai, mãe e irmão para seguir seu grande sonho. Estudar nos Estados Unidos e se tornar uma médica de sucesso. Antes de partir trabalhou como técnica de enfermagem no postinho da comunidade mas sabia que aquilo não era o que realmente a fazia feliz. O que ela não esperava era que o destino guardava uma reviravolta surpreendente de filha de um sub do morro ela se tornaria a esposa de um mafioso. Vincent 34 anos, é um homem misterioso, decidido e herdeiro direto da máfia italiana. Apesar de sua origem criminosa ele tem um interesse peculiar. Também sonha em ser médico. Tanto por afinidade com a profissão quanto como estratégia para despistar as investigações que o cercam. Ao conhecer Mirella ele se encanta imediatamente por sua força e beleza. Com uma carta na manga e um plano ousado ele propõe um desafio. Conquistar o coração dela em apenas 30 dias .
Leer másVincentJulian entrou na sala sem bater. O olhar dele dizia mais do que qualquer palavra.— Ela não apareceu nos nossos radares antes. Nenhum registro ligado diretamente à Giulietta ou à família dela — ele falou, jogando um tablet sobre a mesa. — Mas agora temos um rosto.A imagem era nítida, Mirella de pé em frente ao espelho da boutique e, ao lado dela, a mulher. Alta, expressão delicada, olhos de vidro. O tipo de beleza que te faz baixar a guarda.Mas eu aprendi a nunca confiar em belas embalagens.— Nome? — perguntei, sem tirar os olhos da tela.— Elena Rossetti. Nome limpo, documentação perfeita, passaporte italiano recente, entrada nos EUA há quatro meses. Mas... — Julian deslizou para a próxima imagem. — Aqui está o detalhe, o sobrenome de nascimento da mãe dela é Bellini. Filha de uma prima direta do patriarca que fundou o clã de Giulietta. Minha mandíbula travou.— Então é sangue do sangue.— Exato. E não é uma peça solta. Desde que Giulietta caiu, parte da família dela sumiu
MirellaAlguns dias depois .... Meu pai é meus tios voltaram para o Brasil ontem , agora a guerra era por lá, e parece que as coisas estão feias , Vincent enviou alguns de seus soldados pra ajudar assim como eles ajudaram aqui , eu estou aflita confesso , não estou muito com cabeça , mas por aqui as coisas tem que andar , o casamento já tem data e eu não tenho nem o vestido , mas decidi que isso muda hoje . Sai da faculdade decidida a ir atrás de um vestido , nada muito extravagante mas que me faça sentir bem , e isso que eu vou procurar . Vincent , delegou seus homens especificamente para me acompanhar hoje nessa procura , oque eu achei estranho e que até o Julian seu braço direito está aqui. Entrei em uma loja em que um belo vestidoo da vitrini me chamou atenção. A loja era linda. Espelhos por todos os lados, tecidos leves flutuando como nuvens, e um aroma suave de flores brancas que me fazia pensar, por um segundo, que eu estava segura. Mas eu sabia que não estava.Três homens e
Don Alberto Patriarca da família de GiuliettaO abrigo era úmido, enterrado sob as ruínas de um antigo cassino na fronteira da Sicília. O barulho de geradores e o cheiro de óleo queimado se misturavam com o da raiva represada. Mercenários armados circulavam como predadores, esperando ordens.Eu estava diante do altar improvisado, onde os retratos dos antigos líderes da família estavam dispostos com velas acesas. Minhas mãos tremiam. O cálice de vinho entre os dedos parecia pesar toneladas.Foi quando Matteo entrou. O rosto pálido. Os olhos sem vida, todo machucado .— Fala. — exigi, antes mesmo que ele abrisse a boca.— Giulietta... — ele engoliu seco. — Vincent executou ela. Sem misericórdia. Eu consegui escapar .Meu mundo parou. O sangue me gelou nas veias, antes de ferver.— Quem mais sabe?— Só nós, Ainda. Allan o fornecedor de armas estava com ele e seu fiel escudeiro Julian . Dois tiros . Eles queimaram qualquer vestígio. A taça caiu da minha mão e se estilhaçou no chão de pedr
VincentO escritório do meu pai sempre teve cheiro de poder. Couro velho, charuto caro, e um leve perfume de pólvora como se as paredes ainda lembrassem de cada decisão que matou ou salvou uma geração inteira.Entrei sem ser anunciado. Julian ficou do lado de fora, como combinamos junto com Allan . A notícia que eu carregava não era de subordinado para superior. Era de um novo rei para o antigo.Meu pai ergueu os olhos com lentidão. Estava com o copo de uísque na mão, como sempre. E aquela expressão fria, calculista, que aprendi a decifrar desde criança.— Vincent.— Preciso que saiba de uma coisa. E não vai gostar. Ele recostou na cadeira. — Você se casou com a brasileira? — Ainda não mas vou . Mirella é minha futura esposa eu não tenho duvidas disso . Eu fiz aliança com a família dela o jogo mudou . Os olhos dele estreitaram. — Como assim, "família dela"?— Estou falando da facção da Brasileira. Do morro. Da periferia que você sempre ignorou. Allan, nosso fornecedor de armas h
MirellaQuando Vincent chegou e me pediu para me arrumar que ele ia me levar a um lugar especial , eu desconfiei. Ele tinha aquele olhar misterioso, o mesmo que usava quando ia fazer algo grandioso… ou muito perigoso.— Só confia em mim, princesa — ele disse, beijando minha testa.Confiar em Vincent? Eu já fazia isso com o coração inteiro.Me arrumei sem saber o que esperar. O carro nos levou até um restaurante nos arredores da cidade, onde luzes suaves iluminavam a fachada. Assim que a porta se abriu, senti um nó na garganta.O lugar era lindo aconchegante estava reservado inteiro somente para nos . Mesas com flores, luzes penduradas como estrelas, e uma música suave preenchendo o ar. Parecia que eu tinha entrado num pedaço do Brasil dentro dos Estados Unidos.E então eles apareceram.Meu pai , com um sorriso que há dias eu não via, tio Bruninho, tio RB, tio Renan, até o tio Allan, que piscou pra mim como um tio arteiro.— O que tá acontecendo? — perguntei, rindo e quase chorando ao me
Wl A primeira vez que vi minha filha chorar por causa de um homem, ela ainda era criança. Caiu da bicicleta e correu pros meus braços porque o menino da rua riu dela. Jurei ali que ninguém machucaria o coração dela sem ter que passar por mim primeiro.Hoje, parado no meio de um galpão destruído, depois de ouvir os relatos de tiros, traições e ameaças, eu via aquele mesmo brilho nos olhos dela. Só que não era mais choro. Era fogo. E o homem que estava ao lado dela… não era qualquer um.Vincent não me olhou com arrogância, nem tentou se justificar. Ele estava ferido, sujo de sangue e fuligem, mas havia algo inegável nos olhos dele verdade. Um homem marcado por suas escolhas, sim, mas firme ao lado da minha filha.Bruninho brincava com a ideia de um churrasco na laje, como se não tivéssemos acabado de sair do olho do furacão. E ainda assim, eu sorria. Porque ali estava o que mais importa pra um pai saber que sua filha era amada, protegida, de pé.— Vai ter churrasco, sim — Vincent diss
Vincent continuação... A noite caiu feito um manto sujo sobre a cidade. E eu estava pronto para sujá-la ainda mais. Julian caminhava ao meu lado, rápido, eficiente. Tinha três celulares ligados em chamadas diferentes, monitorando cada movimentação de Giulietta, Salvatore e Bianchi. Eles se escondiam bem, mas eu já tinha aprendido que ninguém é invisível quando se mexe demais. — O grupo de Milão fez contato. Querem saber se mantemos o plano de contenção. — Julian disse, sem perder o ritmo. — Mantém. E diz que o inferno só tá começando. O carro parou em frente ao galpão na zona industrial. Do lado de fora, os homens de confiança esperavam. Cada um armado até os dentes. Sem uniforme. Apenas olhos de guerra. — Chefe, temos três entradas alternativas no perímetro sul do antigo depósito dos Bianchi. A Giulietta tem feito reuniões lá com um novo grupo. Provavelmente mercenários. — disse Daniel, um dos meus homens mais antigos. — E a droga? — perguntei, com a voz baixa e dura.
Vincent Dois dias depois .... Julian entrou no galpão com os passos firmes, havia tensão em cada linha de seu corpo. Ele não era de demonstrar medo. Quando o fazia, era porque o sangue já havia respingado em alguma parte do tabuleiro. — Fala — pedi, antes mesmo dele abrir a boca. Meu tom foi direto. O cansaço me deixava sem paciência pra rodeios. Ele jogou sobre a mesa três pastas marcadas com códigos. Abri a primeira. Fotos dos corpos. Dois informantes nossos. Homens que Giulietta tentou virar meses atrás. Sumiram. E agora estavam mortos. — Eles quebraram o código de silêncio — Julian disse. — Morreram como mártires. E mandaram um recado Giulietta não está blefando. Olhei para a segunda pasta. Informações financeiras. Movimentações atípicas entre contas que estavam congeladas . A família dela. estava lavando dinheiro novamente... rápido, e em grandes quantidades. — Estão se preparando pra algo grande — murmurei.Julian assentiu. — E há mais... — ele hesitou — intercep
GiuliettaA taça de vinho dançava entre meus dedos, vermelha como o sangue que eu sonhava ver escorrendo do peito de Vincent. A lareira crepitava no fundo da sala ancestral da mansão em Verona, e o cheiro de madeira queimada se misturava ao perfume do veneno que pairava no ar.Salvatore meu irmão estava à minha esquerda, debruçado sobre uma planta detalhada do porto em Nova York. À minha direita Lorenzo nosso primo estrategista digitava códigos no notebook com um meio sorriso nos lábios. Todos sabiam o que estava em jogo.— Ele sobreviveu ao ataque — disse Salvatore, com raiva contida. — Ainda tem aliados demais, e Mirella se tornou um escudo mais poderoso do que esperávamos.— Não é um escudo — rebati com desprezo. — É a fraqueza dele. A única coisa que o faz pensar duas vezes antes de matar. E é exatamente por aí que vamos vencê-lo.— Você quer sequestrá-la? — Lorenzo sugeriu, sem tirar os olhos da tela.— Não. Isso seria previsível. — me levantei e caminhei até a janela. A noite pa