Noah se viu sem saída. Seu avô exige que, para lhe dar a cadeira de CEO, ele precise estar casado. Ao saber que seu irmão está noivo, ele se desespera e pede a primeira mulher que vê em casamento. Olivia é a camareira do hotel e, em uma noite de baile de máscaras, acaba tendo um encontro inesperado com Noah Carter, algo que ela decide guardar para si. Nunca contou a ninguém que foi ela a moça pela qual ele se encantou. Porém, até que em uma manhã o bilionário decide pedir sua mão em casamento. Nesse livro, há um pedido inesperado, uma mocinha incontrolável e um bilionário que acha que é incapaz de se apaixonar. “Você até pode enganar a todos, mas nunca conseguirá enganar seu coração.” Noah se viu sem saída. Seu avô exige que, para lhe dar a cadeira de CEO, ele precise estar casado. Ao saber que seu irmão está noivo, ele se desespera e pede a primeira mulher que vê em casamento. Olivia é a camareira do hotel e, em uma noite de baile de máscaras, acaba tendo um encontro inesperado com Noah Carter, algo que ela decide guardar para si. Nunca contou a ninguém que foi ela a moça pela qual ele se encantou. Porém, até que em uma manhã o bilionário decide pedir sua mão em casamento. Nesse livro, há um pedido inesperado, uma mocinha incontrolável e um bilionário que acha que é incapaz de se apaixonar. “Você até pode enganar a todos, mas nunca conseguirá enganar seu coração.”
Ler maisNoah
Olhei para o convite em minhas mãos. O hotel irá fazer um baile de máscaras na noite de natal, homens de preto e mulheres devermelho. Uma máscara preta foi deixada com meu convite. Eu poderia ir para outras festas mais interessantes, mas a vantagem desse baile é que não vou precisar lidar com o trânsito e, quando estiver entediado, posso voltar para o meu quarto. Meu celular toca e eu olho na tela; a palavra "Mãe" parece saltar para fora. Era a décima ligação do dia. Ela quer me convencer a ficar com meu avô, para que eu "puxe um pouco o saco do velho".
— Oi, mãe! — Atendi, decidindo que seria a última vez essa noite que deixaria ela me perturbar.
— Onde está? — Ela pergunta.
— No quarto de hotel, não pretendo sair hoje. — Mentir não tem por que, não devo satisfação a ela.
— Noah, você está abrindo espaço para aquele bastardo se aproximar do seu avô. — Ela fala irritada.
— Meu avô me expulsou da mansão, mãe, o que quer que eu faça? — Minha mãe me fez morar com meu avô, me fez "puxar o saco" dele, mas nunca consegui ser o neto favorito.
— O bastardo vai conseguir a cadeira que, por direito, é sua, Noah, não vê isso? — Puxei o ar. Nicholas sendo o CEO da empresa, isso é algo difícil de engolir, admito.
— Isso só vamos resolver depois que meu avô morrer, mamãe, e sabemos que o velho está longe disso. — A verdade é que não gosto de pensar nisso, então afastei meus pensamentos.
— O bastardo deve estar agora lá, lambendo as botas do seu avô. Eu falo que vai perder a sua herança se não ficar esperto. — Puxei o ar.
— Tchau, mãe, não me ligue mais. Amanhã dou uma passada na mansão para ver como o velho está, mas duvido muito que ele sinta minha falta. — Desliguei o telefone antes que ela dissesse algo.
Me vesti e desci para o baile. Até que está animado, a música toca ao fundo e as pessoas dançam. A máscara tira a inibição das pessoas e me traz o conforto de não ter olhares voltados para mim. Desde que fui expulso da mansão Carter, sou alvo de comentários, o que irrita cada vez mais meu avô conservador.
Caminhei até o bar. Algumas garotas conversam e percebo que estão tentando adivinhar quem são os homens de máscara. Elas me olham e sorriem. Peguei um copo de uísque e olhei pelo salão. Uma garota que parecia estar perdida chamou minha atenção. Seus cabelos negros e estão caindo feito cascata. O vestido vermelho parecia um pouco maior do que ela, mas, ao mesmo tempo, se tornava encantador.
— Boa noite! — Falei quando a alcancei. Ela me olhou assustada, com certeza não deveria estar aqui.
— Boa noite! — Ela falou, abrindo um sorriso que fez meu coração disparar.
— Se perdeu dos seus amigos? — Perguntei, ela obviamente estava sozinha.
— Estou sozinha essa noite. — Ela falou, um pouco triste.
— Eu também, podemos fazer companhia um para o outro, o que acha? — Ela pareceu pensar sobre isso.
— Também não tem amigos? — Ela perguntou, de maneira tímida, o que me encantou. Não costumo sair com garotas tímidas, essas garotas na verdade não são meu tipo, mas há algo nela, algo diferente.
— Tenho muitos, mas meus amigos só me metem em problemas, e preciso ficar longe de problemas por um tempo. — Falei a verdade, ela sorriu.
— Bem, posso ser sua amiga hoje. — Balancei a cabeça.
— E como é o nome da minha nova amiga? — Ela sorriu. Seus olhos eram de um verde profundo e seus lábios, um batom vermelho que parecia não combinar com ela. Não sei explicar por que tenho essa certeza.
— Não direi, eu não deveria estar aqui. — Ela falou, olhando para os lados como se estivesse tendo certeza de que ninguém nos observava.
— Que misteriosa a minha nova amiga é. — Ela baixou o olhar e depois sorriu, como se lembrasse de algo.
— Hoje eu posso ser o quem eu quiser. — Ela colocou a mão na máscara prateada. — Só por hoje.
E isso me fez ter certeza de que ela não deveria estar aqui.
— Quer me deixar curioso, não é? — Ela piscou para mim.
— Um pouco de mistério, Sr. Carter, não te fará mal. — Então, sabe quem eu sou.
— Vejo que eu não consigo fazer o mesmo mistério. — Ela sorriu.
— Seus lindos olhos te entregam. — Dei de ombros.
— Está me intrigando, senhorita misteriosa, por acaso nos conhecemos? — Ela balançou a cabeça.
— Eu o conheço, mas o senhor não me conhece. — Percebi que estava muito próximo dela e olhei para meu copo de uísque.
— Me acompanha em um drink no terraço? — Ela balançou a cabeça.
— Gosta de levar as suas garotas para o terraço, não é? — Avaliei, não me lembro dela, mas a máscara impede que eu reconheça seu rosto de qualquer forma. Olhei para o colar de diamante que ela usava no pescoço. Ela deve ser filha de algum magnata.
— Não sabia que me pertencia. — A puxei para mim de maneira rápida.
— Sr. Carter, estão nos olhando. — Ela sussurrou.
— Como se chama? — Ela balançou a cabeça em negativa. Eu me afastei dela.
— Estarei no terraço com uma garrafa de champanhe. — A deixei ali e fui ao bar pedir uma garrafa e duas taças. Quando me virei, ela havia sumido. Decidi fazer o que prometi e seguir para o terraço. É um dos meus lugares favoritos daqui, onde o barulho do hotel não chega, mas não sabia que minhas idas lá estavam sendo observadas ou comentadas pelos hóspedes.
Assim que abri a porta, eu a vi, linda, banhada pela luz da lua. A minha dama misteriosa me esperava. Ela sorriu para mim.
— Decidi vir na frente. — Me aproximei, entregando a taça para ela.
— Gosto das atrevidas. — Percebi que ela revirou os olhos.
— Noah Carter é o solteirão da década.
— Então leu a revista? — Quando completei 30 anos, me tornei "elegível" para o casamento. O jovem herdeiro Carter precisa se casar, e desde então tenho sido alvo das desesperadas.
— Um partidão. Tem linhagem aristocrática e gosta de garotas loiras. — Ela riu. — É o príncipe da era moderna, Noah.
— Então veio aqui com a intenção de me seduzir e se tornar a senhora Carter? — Ela balançou a cabeça.
— Não me casaria com você. — E dessa vez, senti que ela estava sendo verdadeira.
— E por que não? Talvez eu queira me casar. — Ela balançou os ombros.
— Não comigo. — Talvez eu a conheça, deve ser uma das filhas de algum magnata rico hospedado no hotel, mas o vestido, ainda folgado em seu corpo, me faz pensar que ela não estava preparada para esse baile. Pode ter chegado em cima da hora.
— Como se chama? — Ela sorriu e mexeu sua taça.
— Não vai abrir? — Ela falou. Olhei para a garrafa ainda em minhas mãos. Essa garota me faz perder a noção do tempo.
Abri a garrafa e a servi.
— O que quer para tirar essa máscara? — Perguntei para ela, que agora tomava a champanhe e parecia mais relaxada.
— Não quer saber quem sou, Noah. — Ela olhou para a lua, e tudo que eu queria naquele momento era beijá-la.
— É o que eu mais quero. — Falei, me sentando ao seu lado. — Por que manter esse mistério? Sabe que até o fim da noite eu irei beijá-la.
— Quem disse que quero beijá-lo? — Sorri e peguei o celular na mão para ver quantos minutos faltavam para meia-noite. Faltavam exatamente cinco minutos. Virei o celular para ela.
— Falta pouco, iremos ter que esperar para ver. — E antes que eu conseguisse guardar o celular, o nome "Allen" apareceu na tela e senti meu coração disparar. Por um momento, senti vontade de desligar, talvez não fosse nada, mas e se fosse?
— Alô, me diga que o velho sentiu minha falta e quer ouvir minha voz. — Houve um silêncio.
— Sr. Carter, seu avô está no hospital. Ele teve um infarto. — Senti como se alguém tivesse socado meu estômago. Aquele velho não pode morrer.
— Estou indo. Me mande o endereço. — Falei, desligando o celular. Olhei para a garota, que estava assustada.
— Meu avô está no hospital. Fico te devendo um beijo. — Não esperei por sua resposta. A verdade é que a única coisa que eu queria naquele momento era a certeza de que meu avô estava bem. Aquele velho não pode morrer, não enquanto está brigando comigo. Mas, do jeito que é ranzinza, ele fará isso só para me deixar culpado pelo resto da vida.
Parei um táxi e pedi que fosse para o hospital. Aqueles minutos até a chegada pareceram uma eternidade. Finalmente, cheguei. Uma parte minha temia entrar. A verdade é que, apesar de meu avô ser a pessoa mais irritante do mundo, não estou pronto para perdê-lo. Fiquei ali, na porta do hospital, até que Edward, o CEO da empresa, se aproximou de mim.
— Tudo bem, Noah? — Ele perguntou.
— Como o velho está? — Esperei pelo golpe, mas ele sorriu.
— Bem, ele está se recuperando. — E toda a tensão no meu corpo se desfez.
— Ele gosta de um drama, né?
— Vamos entrar, seu avô está sendo levado para o quarto. — Olhei para Allen, o mordomo e fiel amigo do meu avô.
— O que aconteceu? — Ele me olhou, balançando a cabeça.
— Ele tem se recusado a tomar os remédios. Está terrível, falando que os netos não se importam mais com ele. — Eu ri. Ele que me expulsou da mansão e eu sou o neto desnaturado.
— Quando vou poder vê-lo? — Ele deu de ombros.
— Estão levando para o quarto, pediram para aguardar. — Respirei fundo. Quero vê-lo, ter certeza de que ele está bem. Não demorou muito para Nicholas chegar. Seus olhos assustados, com medo. Apesar de não nos darmos bem, eu sei o quanto meu avô é importante para ele. Pensei em dizer algo para ele, mas não tinha o que dizer. Apenas balbuciei um "o velho".
Allen nos encarou. Ele acha que somos dois idiotas, e não posso negar tal fato. Esperamos impacientes a liberação para podermos ver o velho. E assim que liberaram, eu e Nicholas corremos para entrar no quarto.
— Vovô! — Nicholas se apressou a falar, sempre tentando ser o centro das atenções. — Como está se sentindo?
— O senhor me assustou. O que estava pensando quando decidiu parar com seus remédios? — Questionei, mal-humorado. Meu avô apenas levantou a mão para ignorar meus sermões.
— É tão bom ver meus dois netos juntos de novo! — Ele segurou nossas mãos, unindo-as. — Era assim que eu desejava vê-los antes de morrer, unidos como irmãos, tomando conta da empresa, continuando o meu legado.
— O senhor não vai morrer, vovô. Não diga uma coisa dessas. — Nicholas falou, apenas concordando com a cabeça. — Nunca conheci pessoas mais fortes que você. Não vai morrer nem tão cedo. E pare de se preocupar com a empresa, ela está em boas mãos.
Nosso avô bufou, irritado. O sonho dele é ver eu e Nicholas trabalhando juntos na empresa.
— Vocês é que estão me matando. Estão acabando comigo e nem percebem! — Ele falou irritado, fazendo os aparelhos enlouquecerem. — Por que não podem sossegar, formar uma família e seguir os negócios da família em paz? É isso o que eu preciso, ver que vocês estão encaminhados na vida, se tornando alguém e não que são apenas dois ricos mulherengos como o pai de vocês.
— Vovô, deveria se acalmar ou os médicos vão voltar aqui. — Falei, olhando para os aparelhos. — Podemos falar disso uma outra hora, quando estiver se sentindo melhor.
— Não vou me sentir melhor, não enquanto não colocá-los no caminho certo! — O caminho certo para o velho conservador é me levar para o altar.
— O senhor fez o bastante, agora nos deixe cuidar de você. Que tal começarmos a nos tornar os homens que quer, assim? — Nicholas falou. Revirei os olhos. Meu avô deu um tapa na mão dele.
A questão é que meu avô está com o drama pronto. Ele é um ótimo manipulador e, sabendo que eu e Nicholas queremos agradá-lo, ele irá usar isso.
— Isso vai acabar esse ano, não vou deixar que se tornem uma cópia do pai de vocês! — Nunca seria como meu pai, nunca desonraria a minha palavra como ele fez, nunca magoaria uma mulher como ele magoou minha mãe. — Eu o criei errado e deixei que agisse como queria toda a sua vida, mas não vou cometer o mesmo erro com vocês.
— O que quer dizer com isso, vovô? — Nicholas perguntou.
— Não queria ter de fazer isso, mas vejo que é a única solução. Vocês terão até o Natal do próximo ano para casar e me apresentar a noiva! — O velho enlouqueceu, provavelmente são os efeitos do medicamento.
— O quê? Vovô, não pode fazer isso, apenas por suas fantasias, enquanto nós não queremos nenhum casamento ou formar família. — Nicholas ainda tenta argumentar.
— Sim, não pode forçar as pessoas a se casarem e muito menos dar um ultimato com uma data final, vovô. — Tentei trazer a sanidade de volta ao velho.
— Queria que fossem assim sempre, como irmãos que se apoiam, mas o único momento em que conseguem fazer isso é para irem contra mim! — Ele falou irritado. — Não querem se casar e ter uma família? Ótimo, então não deixarei a empresa para nenhum de vocês. Querem a cadeira de CEO? Mostrem que merecem! O primeiro a se casar assume o posto!
Então o velho decidiu usar as armas que tem. A verdade é que, por direito, a cadeira é minha. Passei a vida me preparando para isso. Minha mãe não aceitaria nada menos do que seu filho no posto.
Dei de ombros. Provavelmente o velho irá esquecer dessa insanidade. Deve ser só os efeitos dos remédios.
A suíte do Hotel Brown está silenciosa, exceto pelo som suave da respiração de Olivia, que descansa na cama, o braço enfaixado repousando sobre o lençol. O perfume de lavanda dos lençóis me envolve, misturado com o cheiro de antisséptico que ainda paira nela, um lembrete cruel do que aconteceu hoje. A neve cai lá fora, um véu branco contra a janela, e o letreiro do Hotel Brown brilha, um farol que parece zombar da minha impotência. Eu falhei com ela. Quando aqueles bandidos a seguraram, quando arrancaram a bolsa com o testamento das mãos dela, quando o tiro rasgou o ar e a feriu, eu não fui rápido o suficiente. Pulei na frente, mas a bala ainda a atingiu, mesmo que de raspão. O sangue dela na neve, o grito dela, a forma como seus olhos se fecharam por um momento no táxi... tudo isso está gravado em mim, como uma marca que não sai.Sento-me na cadeira ao lado da cama, as mãos apertando os joelhos, a culpa me sufocando. Olivia é mais do que o acordo, mais do que o Hotel Brown, mais do q
OliviaA suíte está envolta no perfume de lavanda dos lençóis, misturado com o cheiro de madeira de Noah, quente e familiar, enquanto seus braços me envolvem. A neve cai lá fora, um véu branco visível pela janela, e o letreiro do Hotel Brown brilha como um farol, me lembrando quem sou. Ontem, quando Noah me disse que sabia sobre meus pais — que Eleanor e Robert eram casados, que eu sou a herdeira legítima do hotel —, algo dentro de mim quebrou. Não a raiva, não a desconfiança, mas a muralha que construí para me proteger. Seus olhos escuros, cheios de algo que não sei nomear, me seguraram como seus braços me seguram agora. O beijo que compartilhamos foi lento, diferente da fúria de duas noites atrás, mas tão intenso que ainda sinto o calor dos lábios dele nos meus. Mas a verdade que ele descobriu, investigando meu passado sem me contar, ainda queima. Como posso confiar nele quando tudo entre nós é um jogo?— Noah — sussurro, a voz falhando, ainda encostada em seu peito, sentindo o ritm
Capítulo 23: A Verdade Sob a Neve (Noah)A neve cai lá fora, um véu branco que cobre a cidade, mas dentro do meu escritório na Carter Enterprises, o ar é sufocante, carregado com o peso de segredos e escolhas que não consigo mais ignorar. O cheiro de café frio na minha mesa se mistura com o de couro dos móveis, mas minha mente está no Hotel Brown, no letreiro brilhando contra a neve, e em Olivia. A imagem dela no bar ontem, aquele homem se inclinando sobre ela, seu sorriso ensaiado, ainda queima no meu peito. Eu sabia que era uma armadilha — Christine, Luana e Catarine não são sutis —, mas o ciúme me cegou, me fez perder o controle. A briga na suíte, o tapa dela, o som do vestido rasgando, a forma como ela cedeu sob meu toque... cada momento está gravado na minha pele, como o perfume de lavanda dos lençóis que ainda sinto. Ela é minha, mas não é. Esse acordo, esse casamento de fachada, é uma corda que aperta meu pescoço a cada dia, e não sei se quero me livrar dela ou puxá-la mais.O
Volto ao hotel, o letreiro do Hotel Brown brilhando contra a neve, but minha mente está em pedaços. O rascunho do testamento na minha bolsa é a prova de que meu pai me amava, que ele queria que eu tivesse o hotel. Mas as mentiras de Christine, por anos me fazendo acreditar que ele me abandonou, me deixam fragilizada, como se eu fosse novamente aquela menina chorando no chão do quarto. Entro no bar do hotel, precisando de um momento para pensar, para respirar. O ambiente está quente, o cheiro de pinho da árvore de Natal misturado com o de uísque e perfume caro. Sento-me no balcão, pedindo um copo de vinho, e deixo os pensamentos me engolirem. Christine roubou mais do que o hotel — ela roubou minha confiança no amor do meu pai.Um homem se aproxima, alto, charmoso, com um sorriso que parece ensaiado.— Você deve ser Olivia — ele diz, a voz sedutora, sentando-se ao meu lado. — Ouvi falar de você. Posso te oferecer um drink?Olho para ele, o instinto gritando perigo. Seus olhos são confia
Olivia A neve cai em flocos pesados lá fora, um véu branco que apaga o mundo, mas no hall do Hotel Brown, as luzes da árvore de Natal brilham como um farol, o cheiro de pinho enchendo o ar com memórias que cortam como faca. Minha mãe, Eleanor, pendurando enfeites, seus cabelos castanhos brilhando sob as luzes, meu pai, Robert, rindo ao fundo, o letreiro do Hotel Brown reluzindo pela janela como uma promessa de eternidade. Essas lembranças me ancoram ao presente, onde a carta na minha bolsa pesa mais que o mundo. “O testamento está com Almeida. Ele sabe a verdade,” escreveu meu pai meses antes de sua morte. Sr. Almeida, o ex-gerente do hotel, amigo leal que me carregava nos ombros quando eu era criança, é minha única esperança de provar que sou a herdeira legítima do Hotel Brown. Christine mentiu por anos, dizendo que minha mãe não tinha direitos, que ela e meu pai não eram casados no papel. Pior, ela me fez acreditar que meu pai não se importava comigo, que me deixou sem nada quando
A neve cai lá fora, um véu branco que apaga o mundo, mas dentro da suíte do Hotel Brown, o calor parece sufocante, mesmo com a pilha de travesseiros entre mim e Olivia. Deitado do meu lado da cama, o perfume de lavanda dos lençóis dela invade meus sentidos, trazendo de volta a noite passada — a voz dela tremendo enquanto falava do senhor Brown, as lágrimas escorrendo pelos olhos verdes, o momento em que derrubei os travesseiros e a puxei para um abraço. O corpo dela, quente e frágil contra o meu, era uma promessa e uma ameaça. Ela disse que o Hotel Brown é o legado do senhor Brown, que ele a tratava como princesa. Mas a dor na voz dela, a forma como falou dele, não era só gratidão. Era algo mais profundo, algo que não entendo. Por que o hotel é tão importante para ela? Por que ela chora como se tivesse perdido mais do que um mentor? Não sei quem ela é para o Hotel Brown, mas sinto uma necessidade urgente de descobrir — não só pelo meu plano de comprá-lo para os Carter, mas por ela. A
Último capítulo