A suíte do Hotel Brown está silenciosa, exceto pelo som suave da respiração de Olivia, que descansa na cama, o braço enfaixado repousando sobre o lençol. O perfume de lavanda dos lençóis me envolve, misturado com o cheiro de antisséptico que ainda paira nela, um lembrete cruel do que aconteceu hoje. A neve cai lá fora, um véu branco contra a janela, e o letreiro do Hotel Brown brilha, um farol que parece zombar da minha impotência. Eu falhei com ela. Quando aqueles bandidos a seguraram, quando arrancaram a bolsa com o testamento das mãos dela, quando o tiro rasgou o ar e a feriu, eu não fui rápido o suficiente. Pulei na frente, mas a bala ainda a atingiu, mesmo que de raspão. O sangue dela na neve, o grito dela, a forma como seus olhos se fecharam por um momento no táxi... tudo isso está gravado em mim, como uma marca que não sai.
Sento-me na cadeira ao lado da cama, as mãos apertando os joelhos, a culpa me sufocando. Olivia é mais do que o acordo, mais do que o Hotel Brown, mais do q