Capitulo 05

Noah

Apesar de não conhecer  Olívia, decidi que iria insistir nela. Escolher outra mulher me daria muito trabalho, e ela tem os requisitos que procuro. Irei oferecer um acordo para ela, um acordo vantajoso, mas antes disso, preciso investigar sobre ela e entender o que a motivaria a aceitar o meu pedido ou negá-lo.

Liguei para a recepção e pedi que a recepcionista Alice viesse ao meu quarto. Sei que ela gosta de receber gorjetas gordas, e não demorou muito para Alice aparecer na porta do meu quarto.

Ela estava perfeitamente arrumada como sempre. Seus cabelos negros estavam amarrados em um rabo de cavalo, seus lábios sempre vermelhos e carnudos, e ela sorriu quando abri a porta.

— Me informaram que pediu minha presença. — Consegui perceber que ela acha que a quero para algo a mais, e apenas sorri de volta.

— Entre, por favor! — Falei, abrindo mais a porta para que ela entrasse. — Sim, tenho muita confiança em você, Alice, sei que pode me ajudar em tudo o que eu pedir e manter o total sigilo.

— Mas é claro. — Sua postura mudou, percebi que agora ela estava tensa. Ela olhou ao redor do quarto, provavelmente procurando a cena de algum crime.

— Uma das funcionárias do hotel não foi agradável comigo hoje de manhã. — Decidi mentir e manter longe de Alice as minhas verdadeiras intenções com Olívia.

— O que houve? Pedirei a demissão dela imediatamente. — Sorri para ela.

— Eu prefiro saber mais sobre a vida dela antes de chegar tão longe, até porque sabemos que as pessoas às vezes estão em algum momento difícil. — Ela me olha confusa.

— Não entendo o que o senhor deseja?

— Quero saber mais sobre essa funcionária. Quero saber se é um hábito dela ser tão inapropriada com os hóspedes ou se foi só um erro.

— Inapropriada. — Ela repete minha fala. — Claro, posso investigar isso para o senhor, mas admito que não sou de fofoca. Não sei muito sobre os outros funcionários. Como ela se chama?

— Olívia, baixinha, cabelos pretos e olhos verdes. — Falei sem pensar, nem mesmo tinha notado que sabia tanto sobre aquela garota.

— A Olívia foi desrespeitosa com o senhor? — Ela parece desacreditar, como suspeitei, Olívia é uma moça doce.

— O que pode me dizer sobre ela? — Ela dá de ombros.

— Estou aqui há dois anos, nunca houve reclamações sobre ela, mas posso falar com nosso gerente. O que ela fez de tão grave? — Ela perguntou, ainda desconfiada.

— Primeiro, quero saber mais sobre ela. — Alice parece ficar desconfortável com isso, talvez eu esteja errado sobre ela, talvez o dinheiro não seja tudo para ela.

— Olívia é muito querida por todos. Ela mora com a dona do hotel, é filha adotiva, algo assim. Ninguém explica bem a relação entre elas, mas sabemos que ela mora com a dona do hotel, embora não tenha regalias por isso. — Alice para de falar. — Dizem que ela é filha de uma camareira que acabou falecendo, e a senhora Christine decidiu terminar de criar Olívia. Mas nada é certo. A própria nunca nega nem confirma nada. O único que deve saber algo é Cairo o gerente, o funcionário mais antigo, porém esse tem um carinho por ela e não te dirá nada.

— Então ela mora no hotel, junto com a dona, mas mesmo assim é tratada como camareira? — Essa eu não esperava.

— Sim, mas é o que sabemos. A dona do hotel tem o costume de trocar os funcionários, e sei que, alguns anos atrás, os mais antigos pediram demissão. Porém, não sabemos o porquê. Olívia já estava aqui, mas ela não compartilha as informações que tem. — Ela dá de ombros.

— Acha que ela é bem tratada na casa da dona do hotel? — Alice dá de ombros.

— Não tenho certeza disso. O que acontece lá não chega até nós. Mas, seja lá o que Olívia lhe fez, peço que fale com Cairo, ele irá repreendê-la. Não precisa envolver a dona. Até onde sei, ela é tudo o que Olívia tem.

— Não irei falar, obrigada por me ajudar em minha decisão. — Falei, pegando alguns dólares do meu bolso e entregando a ela. — Que essa conversa fique entre nós.

— Se é o que deseja, senhor. — Ela disse, saindo do meu quarto.

Ainda sei pouco sobre Olívia, uma órfã que ficou sob os cuidados da dona do hotel, que, apesar de parecer ter feito uma boa ação, será que de fato o fez? Posso oferecer a Olívia um apartamento, uma quantia para ela estudar ou fazer algo. Com certeza ela tem sonhos maiores para seu futuro.

Já estava anoitecendo quando finalmente consegui redigir uma proposta decente. Apesar de planejar seduzir Olívia, não quero que ela entenda que é apenas uma transação de negócios. Preciso ter certeza de que ela não irá surtar quando eu pedir o divórcio.

Pedi que mandassem Olívia para servir o meu jantar, organizei o contrato e a esperei. Ela não demorou. Ouvi a batida na porta, abri rapidamente e a vi. Ela estava claramente mais cansada do que pela manhã. Pedi que ela entrasse e fui até o quarto para dar tempo dela arrumar a mesa.

Ela foi muito rápida e, quando voltei, a vi se preparando para sair.

— Não lembro de tê-la liberado. — Falei. Ela me encara e percebo que está envergonhada.

— No que mais posso ser útil? — Ela pergunta, se ajeitando.

— Venha, sente-se à mesa. Vamos conversar sobre a proposta que fiz a você nesta manhã. — Ela parece insegura sobre se deve ou não se sentar.

— O que deseja com isso, senhor? — Ela é direta, o que a torna ainda mais qualificada.

— Não me rejeite antes de me ouvir. — A vejo me avaliar.

— Só não entendo o porquê. — Ela falou, e eu puxei a cadeira para ela.

— Venha, vamos conversar sobre o porquê nosso casamento será vantajoso para ambos. — Ela parece pensativa, mas então se senta.

— É algum tipo de aposta? — Ela pergunta, curiosa.

— Quase isso, e vamos dizer que estou perdendo, e eu odeio perder. — Decidi ser sincero. Ela me encara com seus grandes olhos verdes, o que me desconcerta um pouco. De fato, me lembra a moça de máscara no baile, mas sei que é só meu inconsciente querendo trazer aquela estranha para minha vida de alguma forma.

— Precisa se casar? — Ela perguntou, ainda desconfiada.

— Sim, preciso estar casado até o Natal. — Ela sorri para mim.

— Por que exatamente? — Olívia não é tão fácil de manipular quanto pensei. Ela é esperta.

— Como sabe, fui expulso da mansão Carter. — Ela confirma com a cabeça.

— O maluco do meu avô decidiu que me quer casado até o Natal. Só assim ele vai me colocar novamente no testamento. — É uma parte da verdade.

— E quer apresentar uma falsa esposa para seu avô? — Ela pergunta, de certa maneira indignada.

— De maneira alguma. A proposta que faço, Olívia, é verdadeira. Iremos nos casar perante a lei. Você será minha esposa. — Ela sorri como se aquilo mexesse com ela.

— E por que eu? — Ela perguntou, envergonhada.

— Preciso de uma desconhecida, bonita, inteligente e íntegra, e aparentemente, você tem os requisitos necessários. — Ela deu de ombros.

— Eu aceito. — Olhei para os papeis em minhas mãos, onde estavam todos os benefícios. — Mas tenho minhas condições.

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