O ar na mansão Carter é denso. Estou na sala de estar, de pé, encarando minha mãe, Elizabeth, que segura um copo de cristal com a calma de quem está acostumada a manipular o mundo ao seu redor. Meu peito aperta, uma mistura de raiva e decepção. Olivia está na minha cabeça, o braço enfaixado, os olhos verdes brilhando com dor e desconfiança na suíte do Hotel Brown. Ela não merece o que minha família fez. Eu não mereço o que ela me faz sentir.
— Você mentiu para mim, mãe — digo, minha voz firme, mas tremendo nas bordas. — Ajudou Christine a apagar o passado de Olivia, roubou a herança dela. Como pôde? Acha que isso me faz querer o cargo de CEO?
Elizabeth toma um gole lento do uísque, o líquido âmbar capturando a luz do fogo. Seus olhos, frios como o mármore do chão, me analisam com desdém. Ela ajeita o colar de pérolas, um gesto calculado, e inclina a cabeça.
— Aquele bastardo, Nicholas, é uma ameaça — ela retruca, a voz afiada como uma lâmina. — Ele quer roubar o lugar que é seu por di