Gabriela é uma escritora de romances conhecida no mundo literário, com vários livros publicados. Agora, ela enfrenta um problema que toda escritora passa: o bloqueio criativo. Com o prazo se aproximando para entregar seu livro à editora, ela precisa encontrar uma maneira de voltar a escrever. O que ela não imaginava era que seria justamente o novo vizinho a ajudá-la. Carlos Eduardo, arquiteto e surfista de tirar o fôlego, se mudou recentemente para o apartamento ao lado e está preparado para transformar seu imóvel em um lar mais aconchegante. Imediatamente, ele começa a reforma e, com isso, vai tornar a vida da escritora uma verdadeira loucura. Ela só queria paz para superar o bloqueio e terminar seu livro. Ele, com seu martelo, serra, gracinhas e um tanquinho de dar inveja, vai deixá-la a ponto de querer seu pescoço — e não só de raiva! À medida que as paredes se derrubam e as tensões aumentam, Gabriela descobre que às vezes é preciso abrir mão do controle para encontrar a inspiração que tanto busca. E Carlos Eduardo pode ser a chave não apenas para sua criatividade, mas também para um futuro inesperado. Qual será o grande final desses dois?
Ler maisGabriela Carvalho
Eu estava sentada à mesa, olhando para a tela em branco do meu computador. O prazo para entregar o livro estava se aproximando rapidamente, e eu ainda não tinha conseguido escrever uma única linha que me satisfizesse. A semanas que meu cérebro parecia ter sido atingido por um apagão, não sabia mais o que fazer, nem como continuar a história. Suspirei profundamente, sentindo o peso do calendário. Aquele ponto piscando na tela do meu computador parecia zombar de mim, refletindo a minha falta de criatividade. Eu havia tentado de tudo: mudar de ambiente, ouvir música, fazer exercícios, até visitar minha sobrinha que amo de paixão, mas nada parecia funcionar. Meu cérebro estava vazio, e eu comecei a duvidar de minhas habilidades como escritora pela primeira vez. A cobrança da Vanessa Molinari, minha chefe na editora, não ajudava em nada. Eu sabia que ela estava ansiosa para receber o manuscrito, e não podia culpá-la. Afinal, eu havia prometido entregar uma história incrível, mas agora parecia que eu não tinha nada. Me levantei da cadeira e comecei a andar pelo quarto, tentando encontrar alguma inspiração. Mas tudo o que eu encontrava eram dúvidas e medos. Eu me sentia como se estivesse perdida em um labirinto, sem saída à vista. De repente, meu telefone tocou. Era minha irmã, Luana. Atendi, esperando que ela pudesse me ajudar a encontrar uma solução para o meu problema. — Oi, mana. — eu digo, tentando soar mais animada do que realmente estou. — Oi, tudo bem? — diz ela, percebendo imediatamente que algo está errado. — Aconteceu alguma coisa? Como está indo o livro? — Estaria tudo bem se eu pudesse escrever! — Reclamo enfiando uma colher de sorvete na boca em seguida. — Estou tentando escrever a dias... Mas estou com um bloqueio criativo. Não sei se vou conseguir terminar a tempo. — suspiro, sabendo que ela estava ciente do meu prazo apertado. Luana ri. — Você sempre foi uma escritora talentosa. Acredite em si mesma. — Você vai conseguir! Não seja tão, melancolia, não duvido que está debaixo das cobertas com pode deixar sorvete de pistache. E touché ela acerta em cheio, eu sorrio pois conhece bem todas as minhas manias. — Obrigada, mana. Só preciso encontrar o meu ritmo novamente. De repente, me assusto com o grito que minha irmã da no telefone. — Já seiiiiiiii. Por que não vem passar uns dias no apê da mamãe? — ela tá viajando com as amigas. Você pode trabalhar lá é mais tranquilo, tem a praia e, quem sabe encontra alguma inspiração. Penso por um momento. Isso poderia ser exatamente o que eu precisava. — Isso soa como uma ótima ideia. Obrigada, “ Barbie” A chamo pelo apelido que lê dei ainda quando criança, por ser a única morena entre as três irmãs, já que puxei nossa mãe, enquanto Luana e Camila tem cabelos loiros como do papai. — De nada, “anã de jardim”. Ela retribui o apelido carinhoso só que não. Sempre pegaram no meu pé por eu não passar de um metro e meio — Estou aqui para ajudar, deixa eu ir que os gêmeos estão chorando. — E outra coisa, não me faça ir aí buscar você. Sorrio, sentindo uma pequena centelha de esperança. Talvez a mudança de cenário fosse exatamente o que eu precisava para encontrar minhas ideias novamente. Desliguei o telefone, sentindo-me um pouco mais motivada. Talvez assim, eu consiga terminar o livro e entregar dentro do prazo. E, com essa ideia da minha irmã, encontre a inspiração que preciso para fazer isso acontecer. Agora, enquanto fechava as malas, penso em como será bom sentir a areia entre os dedos dos pés e o sol no rosto novamente, a anergia cativante da cidade do Rio de Janeiro. Fazia tempo desde a última vez que eu havia visitado a praia de Copacabana, e poder de passar alguns dias tomando água de coco, ouvindo meu pagode, era incrivelmente atraente. Imaginei-me caminhando pela praia, sentindo o vento no cabelo e o som das ondas ao fundo, enquanto ideias começavam a fluir. Sim, talvez essa viagem fosse exatamente o que eu precisava para reacender minha criatividade e finalizar meu livro. Horas depois enquanto o avião pousava suavemente no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, eu senti uma mistura de alívio e excitação. A viagem havia sido longa, mas finalmente estava aqui, na cidade que me receberia com seus braços abertos e sua energia contagiante. Depois de passar pela alfândega e pegar minha mala, eu chamei um táxi e dei o endereço da casa da minha mãe. O motorista, um mineiro simpático com um sorriso largo, me disse que conhecia bem o bairro e que chegaríamos em cerca de 20 minutos. Enquanto o táxi avançava pelas ruas da cidade, eu não pude deixar de me maravilhar com a beleza do Rio. O sol brilhava sobre a cidade, iluminando os prédios e a praia. Eu podia ver o Pão de Açúcar ao longe, e senti meu coração bater mais rápido com a expectativa de explorar essa cidade incrível. — Estamos chegando, senhorita — disse o motorista, interrompendo meus pensamentos. Eu olhei para fora e vi o prédio onde minha mãe mora, ele é totalmente charmoso mesmo sendo um prédio antigo. Paguei o táxi peguei minha mala, sentindo-me ansiosa para reencontrar o lugar que um dia já foi meu lar e começar minha estadia, a nova fase. Com a mala ao lado, eu entrei no hall e sorri para o porteiro, que me conhecia bem. — Oi, Seu João! Como você está? — perguntei, sorrindo. — Oi, menina! Tudo bem, obrigado! Você veio passar uns dias com a sua mãe, né? Sua irmã me avisou hoje cedo. — respondeu ele, sorrindo de volta. — Isso! Vim mesmo. Posso pegar a chave do apartamento? — perguntei. — Claro, claro! Aqui está — disse ele, entregando-me a chave com um sorriso. — Obrigada, Seu João! — agradeci, pegando a minha mala novamente. Já com a chave no bolso, eu subo pelo elevador até o terceiro andar, atravesso corredor, assim que abro a porta respiro fundo e largo a mala ali mesmo. Tudo que eu preciso é de algumas horas de descanso, me jogo no sofá, sinto o conforto das almofadas, com o livro da vez começo a ler, mas logo nas primeira página fecho os olhos , deixando o cansaço da viagem se dissipar lentamente. O silêncio do apartamento é um bálsamo para minha mente exausta, e eu sinto meu corpo relaxar a cada respiração. Em poucos minutos, estou adormecida, sonhando com o sol do Rio e as páginas em branco do meu livro, sei que a inspiração irá bater à porta.Carlos Eduardo Salvatore Só poderia ter sido ela... Aquela meio metro de gente, tenho total certeza de que foi ela que fez a reclamação ao síndico do prédio. Quando a campainha tocou mais cedo, achei que fosse minha irmã Maria Clara ou meu melhor amigo Rafael. Eles têm livre acesso na portaria. Mas me surpreendi quando abri a porta e vi seu Rogério com uma cara de dor de barriga.— Boa tarde, seu Carlos Eduardo? — ele olha com interesse para dentro.— Boa tarde! Em que posso ajudá-lo, seu Rogério?— Bom... será que podemos ter uma palavrinha por um instante? — ele mexe nas mãos um pouco nervoso.— Claro! — eu concordo, sorrindo e sendo educado. — Mas infelizmente não vou convidá-lo para entrar, como o senhor mesmo pode ver, está um pouco bagunçado por causa da reforma.— Então... é justamente por causa dela que estou aqui — disse seu Rogério, com um tom de voz que misturava preocupação e um toque de formalidade.Eu franzi a testa, sentindo uma leve apreensão. O que poderia ter a
Gabriela Carvalho Como o prazo do meu livro está cada vez mais perto, começo o dia cedo: levanto, e já começo a organizar meus pensamentos para mergulhar no texto. Enquanto arrumava a cama, penso nos personagens e na trama do meu livro. Precisava definir alguns pontos importantes antes de continuar a escrever. Depois de arrumar tudo, fui para a cozinha preparar um café bem forte e começar o meu dia de trabalho. O silêncio da manhã era perfeito para me concentrar era tudo que eu precisava. Eu me sentei à mesa, abri meu notebook e comecei a digitar. As palavras começaram a fluir finalmente e eu me perdi no mundo da minha história. De repente alguns minutos depois, ouvi um barulho vindo do apartamento ao lado. Tentei me concentrar novamente, mas o barulho estava ficando cada vez mais alto. Parecia que ele estava martelando algo ou derrubando paredes. Eu suspirei e pensei: “Será que ele não pode fazer isso em outro horário?” O som estava começando a me distrair e eu estava pe
Carlos Eduardo Salvatore A porta se fechou atrás de mim com um clique suave, mas firme, e eu fiquei ali por um momento, sorrindo para o nada. “Docinho”, eu havia dito, sem saber exatamente por quê. Talvez fosse o jeito como ela me olhou, com uma mistura de surpresa e irritação. Ou talvez fosse apenas porque eu queria ver sua reação. Fiquei ali por um momento, apoiado na porta, sentindo o silêncio do corredor do lado de fora. Não sabia muito sobre ela, exceto que tinha um temperamento forte e uma reação interessante ao meu comentário. Ela nem me disse seu nome. E por que diabos eu estava tão curioso? Caminhei até a cozinha, lembrando-me do açúcar que havia emprestado dela. Decidi preparar um café para tentar clarear as ideias. Enquanto a água fervia, coloquei uma colherada de açúcar no bule, pensando em como ela havia reagido ao meu comentário. Havia algo na forma como ela me olhou, como se eu tivesse dito algo que não deveria. Com o café pronto, servi uma xícar
Gabriela Carvalho Eu estava profundamente adormecida quando as batidas na porta me arrancaram do sono. Levantando-me sonolenta e desengonçada, cambaleei até a porta, sem ideia de quem poderia ser ou do que queriam a essa hora. Quando abri a porta, dei de cara com um vizinho que eu nunca havia visto antes. Ele é bonito, com um corpo sarado e uma presença que parecia preencher todo o espaço. Acabara de tomar banho, e seus cabelos ainda estavam molhados, com algumas gotinhas de forma desalinhada sobre a testa. Vestia apenas uma calça de moletom, sem camisa, mostrando músculos definidos. Ele estava escorado à porta, segurando uma xícara com uma mão, e seu olhar encontrou o meu com um sorriso leve, mas confiante. Minha reação inicial foi de surpresa e um pouco de irritação por ter sido acordada, por que realmente odeio isso. Ajeitei meus óculos no rosto, tentando parecer mais alerta do que realmente estava, enquanto ele me olhava com um brilho nos olhos. A primeira coisa que ele
Carlos Eduardo Salvatore Saí do meu escritório de arquitetura, sentindo o peso do dia de trabalho se dissipar com o sol brilhante do Rio. O ar orla estava fresco e cheirava a sal, e eu não pude resistir à tentação de passar pela praia antes de ir para casa. Eu precisava sentir o contato com o mar, deixar que o som das ondas e o vento no meu cabelo limpasse a minha mente. Peguei minha prancha de surfe no carro e caminhei em direção à areia. A praia estava movimentada, com pessoas aproveitando o final de tarde, mas eu sabia exatamente onde encontrar as melhores ondas. Eu havia crescido surfando nessas águas, e conhecia cada curva e cada corrente. Me preparei, ajustando a prancha e o cabresto, e então mergulhei nas ondas. O contato com a água fria foi revigorante, e eu senti meu corpo relaxar enquanto começava a remar. As ondas passaram por mim, e eu esperei pelo momento certo para pegar a próxima. Quando a onda certa veio, eu me levantei na prancha e comecei a surfar. O vent
Gabriela Carvalho Eu estava sentada à mesa, olhando para a tela em branco do meu computador. O prazo para entregar o livro estava se aproximando rapidamente, e eu ainda não tinha conseguido escrever uma única linha que me satisfizesse. A semanas que meu cérebro parecia ter sido atingido por um apagão, não sabia mais o que fazer, nem como continuar a história. Suspirei profundamente, sentindo o peso do calendário. Aquele ponto piscando na tela do meu computador parecia zombar de mim, refletindo a minha falta de criatividade. Eu havia tentado de tudo: mudar de ambiente, ouvir música, fazer exercícios, até visitar minha sobrinha que amo de paixão, mas nada parecia funcionar. Meu cérebro estava vazio, e eu comecei a duvidar de minhas habilidades como escritora pela primeira vez. A cobrança da Vanessa Molinari, minha chefe na editora, não ajudava em nada. Eu sabia que ela estava ansiosa para receber o manuscrito, e não podia culpá-la. Afinal, eu havia prometido entregar uma
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