A luz fraca da manhã me atingiu em cheio, mesmo com as cortinas fechadas. Um estrondo na porta me fez pular na cama, o coração disparado. Meu celular vibrava insistentemente, um som estridente que se juntava à pancadaria que parecia querer arrombar a madeira.
— Onde eu estou? — pensei, a cabeça ainda embaçada pelo sono. Olhei em volta, confusa. Não era o apartamento da minha mãe. As fotos na parede, as lembranças espalhadas pela cômoda... era a minha bagunça, minhas anotações coladas no quadro juntamente a estante de livros, é o meu quarto.
Meu Deus. O que estava acontecendo? O pânico subiu pela minha garganta. As batidas na porta ficaram mais fortes, mais insistentes. Peguei o celular, o tremor nas mãos me fazendo quase derrubar o aparelho. Era uma mensagem da minha amiga e editora Vanessa, perguntando se eu estava bem. Eu estava? Não tinha a mínima ideia.
— Quem está aí? — gritei, a voz mais rouca do que eu esperava.
Ainda meio perdida e sonolenta, me le