Mundo de ficçãoIniciar sessãoDeveria ser um sonho estar nos braços do homem que amava, mas meu pai mandou escolher entre amor e fortuna, e eu fiz a pior escolha da minha vida. Eu escolhi amor, mas ele seria pai de uma criança, e o bebê não era meu, então eu perdi tudo, me mudei e desapareci da vida dele por cinco anos. Mas o destino era um desgraçado irônico pronto para acabar comigo, por que eu precisava de dinheiro, e trabalharia como babá para pagar as dívidas, só não esperava que seria para cuidar da filha que ele teve com outra mulher. A quão azarada se precisa ser para ser contratada justamente pelo homem por quem foi magoada? E pior? Ele não apenas estava mais lindo aos trinta anos, também havia se tornado bilionário.
Ler maisJulie Davenport
— Eu te amo. Te amo muito. — Ao ponto de ser completamente obcecada por você há anos... mas deixaria essa informação bem guardada no fundo do meu coração.
Deitado sobre a minha cama, Dean levou uma mão para baixo do travesseiro, encarando a mim ou a ansiedade pelo que concordei em fazer essa manhã. Três meses de namoro... esse foi o tempo que esperei até que meu pai fosse viajar para Las vegas para colocá-lo dentro da minha casa. Mais precisamente, no meu quarto. Mas agora, eu estava em pânico ao pensar no que estava a um passo de fazer.
Será que vai doer?
E se ele não gostar de como eu for à cama?
— Ama quanto, exatamente? — Dean questionou, me encarando como se eu fosse seu mundo inteiro.
Mesmo que ele não tenha retribuído, ainda, eu sabia que ele também me amava, ou não estaria na casa de uma garota que acabou de completar dezoito anos, quando ele podia ter a mulher que quisesse nos auge dos seus vinte e seis.
Sorri, insegura, raspando uma unha na outra, até que por fim desviei o olhar ao agarrar uma alça do vestido. Meu namorado acompanhando cada movimento em uma precisão cirúrgica, como se não fosse capaz de perder qualquer detalhe. E ao contrário do que esperava, ou havia fantasiado, Dean se levantou, ajudando a arrastar a roupa para o chão.
— Olhe para mim, Jujuba. — O dedo preso ao meu queixo não me deu outra opção a não ser a de encara-lo fixamente. Eu, em seus olhos, e ele, preso a minha boca pequena. — Preciso saber que é isso o que realmente quer, e que não está fazendo apenas por que acha que é o que precisa fazer.
Tarde demais, porque eu só estava usando a calcinha de vovó, então me aproximei, deixando que os hormônios da minha idade assumissem o controle, por que, sinceramente, eu não fazia a menor ideia do que fazer.
— Isso é tudo o que eu mais quero na vida. — Afirmei, deslizando os dedos pelo interior da camisa, a medida em que abria botão por botão.
Meu coração estava por um fio de parar, e eu me sentia desesperada, mas, ao mesmo tempo, completamente plena pela primeira vez desde que minha mãe morreu. Então, seguindo meus instintos, eu o beijei no peito e desci um pouco mais. Podia sentir a respiração mentolada e quente na minha nuca, como se o homem estivesse a um fio de perder o controle. E era isso o que eu queria. Era o que eu precisava que acontecesse.
Meu corpo inteiro pareceu entrar em combustão quando as mãos dele deslizaram pela minha nuca e me prenderam em um beijo intenso, apaixonado. Por um segundo, senti que minhas pernas falharam, e teria caído se não estivesse presa em seus braços, ou na muralha de homem que ele era.
E então, como se o paraíso evaporasse em baixo dos meus pés, escutamos palmas. Não daquelas em que te felicitam, mas as estridentes, as que te congelam na alma.
Paralisada, esperei pelo desastre, desejando por tudo o que é mais sagrado que estivesse errada na minha desconfiança.
— Que lindo! — A voz áspera, rouca como espinhos enfiados no meu ouvido, terminaram de arrancar minha sanidade já prejudicada. — Parece bem divertido, filha...
Dean não se afastou, ao contrário. O agarre tornou-se mais forte. Mais intenso, como se me esconder do caos acontecendo no meu quarto fosse sua prioridade. Ou talvez ele não desejasse que meu pai me visse seminua.
— Dean... — Sussurrei contra o peito musculoso.
— Vai ficar tudo bem. — Ao contrário de mim, meu namorado parecia bem calmo.
— Não, não vai ficar bem, Julia. Sabe porquê? — Senti quando meu pai segurou meu braço com força e me arrancou dos braços do homem que eu amava. Em um piscar de olhos, me senti disputada, quase partida ao meio. — Olhe para mim, porra! Não vai ficar tudo bem porque você não vai ficar com esse bastardo de merda, porra! Eu vou te mandar para bem longe!
— Papai...
Ambos me soltaram ao mesmo tempo. Olhar para os dois era como assistir a um acidente de carro sem poder fazer nada para impedir. Desesperada, abracei meu corpo, cobrindo os seios, tentando entender como ele chegou tão rápido. Como soube...
— O senhor não... não...
Olhando-me como se eu fosse uma desconhecida, papai distorceu um sorriso sádico. — Pensou que eu estivesse viajando? Era isso o que você queria, não era? Mas eu sabia que pegaria você no pulo, Julia. Já esperava por essa merda de traição. Eu esperava que fosse uma filha da mãe desgraçada a ponto de colocar um qualquer no seu quarto, mas não, porra. Nunca pensei que minha filha se rebaixaria a esse nível... — O olhar que direcionou ao Dean fez com que meu namorado contraísse a mandíbula, e notei, o punho que se fechou ao lado do corpo.
Ele estava se controlando, mas não por tempo o bastante.
— Ao que parece, Julia, não foi só na aparência que você puxou a sua mãe... — Destilou, venenoso, e os homens pareciam guardar um segredo que eu desconhecia.
E eu o encarei, assustada, tentando entender o que ele queria dizer com aquilo. Não tive tempo sequer para escutar meus pensamentos, por que o soco assustador me fez pular para trás, gritando, desesperada ao ver que Dean estava sobre meu pai, o socando com uma violência que nunca tinha visto antes. Levando as mãos aos ouvidos, tentei impedir que os sons chegassem ao meu cérebro, mas o estrago dentro de mim já estava feito. — Pare! Por favor... por favor, só parem com isso...!
Dean me olhou, ofegante, dando-se conta, pela primeira vez, no estrago que havia causado a meu pai, mas principalmente a mim, e foi isso que o levou a ir ao meu encontro e cobrir meu corpo com sua camisa enorme.
Meu pai riu. — Igualzinha, porra... iguais... — E de uma hora para outra, lá estava ele, aos prantos, sacudindo a cabeça em uma oscilação bizarra de humores, e ardiloso, me encarou, percebendo que estava assustada. — Sou ele ou eu. Se você sair por aquela porta com ele, Julia Davenport, estarei morto para você. Esqueça que tem um pai, porra!
Dean DavenportMinha mente oscilava entre a conversa com Harlow e o que Julia disse. Não conseguia acreditar na infeliz, embora fosse exatamente isso que a porra da minha cabeça tentasse me convencer segundo por segundo contato em um relógio.Droga, não bastava o desejo, agora teria que lidar com isso.Ela estava jogando, claro. Usando todas as cartas depois de ter sido pega, e merda, eu a deixaria jogar ainda que ela não soubesse que essa merda seria dupla. Porque, no instante em que Julia me usasse, eu o faria com ela.Precisava de qualquer recurso para esquecer a infeliz.Precisava que ela acreditasse que caí no seu jogo como um idiota.E quando a hora chegasse, eu a deixaria ir. Porque, droga, eu sabia que ela acabaria por implorar para ficar, dizendo-me o quanto havia se apaixonado pela criança que rejeitou no passado, sem uma única chance para que eu me explicasse, para que pedisse perdão.Porra, ela não sabia o quanto eu havia sofrido com ela. Julia era a minha luz na escuridã
Julia DavenportDean estava paralisado, apenas olhando para mim como se, de uma hora para outra, pudesse fazer com que Harlow desaparecesse daquela sala. Mas a mulher ainda estava ali, encarando entre mim, tensa e Dean. O silêncio que se seguiu foi a coisa mais constrangedora que já aconteceu comigo.Especialmente depois que contei a verdade.A maldita realidade do que estava preso dentro de mim a tanto tempo. Porque, por mais doloroso que fosse a nossa história, eu ainda o amava. E se já estava sofrendo, então que fosse ao lado dele, matando a maldita saudade, e deixando que me tocasse, não como uma qualquer que ele foderia contra a parede, mas a mulher dele.Só que Dean já tinha uma mulher, não tinha? Então, o que isso faz de mim?— E então? Estou esperando a resposta. — Quando Dean não disse nada, ela me encarou, os olhos sensuais em chamas, quase me desafiando a contar tudo o que fizemos. — E quanto a você?Mas os olhos dela passeando pelo corpo podiam facilmente delatar o que
Julia DavenportColoquei a mão na boca, meus olhos arregalados pelo susto. Droga, eu não queria ter reagido como fiz, mas fiquei com medo. Ter alguém me tocando como Dean fez, me lembrou do bar, e daquela maldita noite que eu evitava pensar a todo custo.Era uma grande ironia porque eu não queria que realmente parássemos, só que ele fosse com mais calma. Nunca fiz isso antes, e ele parecia prestes a me foder contra a parede.— Sinto muito... — Murmurei, num fio de voz.Continuei o encarando, enquanto ele olhava para o lado, quase a me evitar, respirando fundo, pesado, os punhos cerrados. De onde estava, podia ver perfeitamente a mandíbula tesa, e a maneira como as veias saltaram. Ele estava com raiva de mim.Também o odiava naquele momento. Porque Dean me fez sentir como me sentia quando tinha a porcaria dos meus dezoito anos, mesmo depois de tanto tempo que se passou. E o pior foi perceber que permiti que me beijasse sabendo que passou a noite com sua namorada perfeita.Que droga eu
Dean SinclairO nó se instalou na minha garganta desde a noite em que Julia deixou a minha casa, e foi aquele momento em que soube que deixa-la partir seria um problema. Porra, se eu fosse ser sincero, teria resolvido a questão com a agência, a babá... a verdade difícil de admitir, no entanto, era que independente dos erros que Julia cometeu, ainda a queria por perto.Ela estaria aqui até que eu pudesse me convencer de que a havia superado. Porque cinco anos infernais não foram o bastante, cacete. Talvez meses enxergando quem ela era fosse finalmente quebrar o feitiço que Julia jogou em mim.Agora, por exemplo, olhava para a mulher e não conseguia entender como podia tentar usar minha filha tão descaradamente. Ainda assim, o ódio não conseguia superar tudo o que sentia ao olhar para a maldita boca a me atormentar, ou os olhos cristalinos da infeliz. Não, porra, o cabelo rosa não era para ter se tornado meu maior fetiche.— E então, não vai dizer nada?Na defensiva, Julia abraçou o pró
Julia DavenportO clima não parecia o mesmo quando entrei na casa, e ainda assim, exibi o meu melhor sorriso. Talvez encher a cara durante o sábado e o domingo não tivessem sido as minhas escolhas mais inteligentes, só que, droga, elas serviram bastante para extravasar a raiva, e agora eu pude ver tudo em perspectiva.Passeei o olhar pelo ambiente, procurando por Dean, e que se fodesse se ele achasse que estou interessada nele, por que, droga, estava, mas precisava a cima de tudo, das malditas explicações que recusei cinco anos atrás.— JUJUBA! — Lily gritou, ao me ver entrar na casa segurando nada mais que uma mochila pequena, rosa e bastante decadente.— Oi, pequenininha! — Abri os braços e esperei ser atingida pelo mini furacão, que me agarrou e não quis mais me soltar. Não houve outra escolha senão a de segura-la no colo.Mas droga, a menina era tão grande quanto o pai, então minha coluna me deu um baita “vai se foder, sua vadia. Quer me matar?”, que eu tentei com todas as forças
Dean Sinclair.— Algum motivo para ainda estar acordado a essa hora em pleno sábado?— Acho que vou ligar para a babá. — Deixei escapar, surpreendendo a mim mesmo.Me olhando com confusão estampada no rosto, minha namorada caminhou até mim. — São duas da manhã e a Lily está dormindo. Por que você precisa da babá? — Harlow sentou no braço do sofá, e onde eu normalmente a abraçaria pela cintura, deixei que apenas a minha falta de resposta preenchesse o espaço vazio que deixei.Estava bastante ciente de onde ela estava, ou o horário, mas não consegui dormir, porra. Minha cabeça não parou um único segundo de ser preenchida com imagens da infeliz deitada sobre a cama de outro homem que não fosse eu. Como se ela em algum momento tivesse me pertencido, quando a verdade estampada na minha cara é que, rica ou pobre, Julia estava vivendo a vida que queria. Regada de sexo, tatuagens e homens de merda...Apertei o telefone com força suficiente para que meus dedos ficassem brancos. Não por ódio de










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