Mundo de ficçãoIniciar sessãoLorenzo Vasconcellos comanda o império da V-Tech Global, a mais poderosa empresa de tecnologia e inovação da América Latina, responsável por revoluções no mercado de inteligência artificial e sistemas de segurança de alto nível. Bilionário, implacável, e completamente avesso ao amor, ele tem um único objetivo: manter o trono que conquistou com sangue, suor e estratégias geniais. Mas o ultimato de seu pai muda tudo: ou ele se casa, ou perde o comando da empresa. Desesperado para manter seu legado, Lorenzo enxerga uma “solução rápida” na figura mais improvável: Helena, a jovem faxineira da empresa. Invisível para todos, subestimada, sempre vestida com uniformes simples e olhar baixo, ela esconde uma beleza estonteante, uma mente afiada e um passado cheio de dores silenciosas. O que começa como uma proposta fria e impessoal se transforma em um acordo inesperado — um casamento de fachada, com limites bem definidos... até que os sentimentos começam a transbordar.
Ler maisLorenzo Narrando… Mandei que Helena esperasse no carro, e segui rumo à uma tenda que armaram para a reunião. A polícia estava se movendo de um lado para o outro, paramédicos passando com macas, jornalistas à distância tentando captar qualquer mínimo sinal de instabilidade minha… e eu caminhando no meio daquilo tudo com uma postura que parecia maior do que o meu próprio corpo. Eu não estava pronto. Eu não estava bem. Eu não estava inteiro. Mas ninguém precisava saber disso. O que importava era o peso dos meus passos. O peso do meu nome. E o peso da responsabilidade que eu carregava — sozinho — desde o primeiro estalo no céu. A tenda era grande, montada às pressas, cheia de computadores, painéis, mapas projetados nas paredes improvisadas de lona branca. Um barulho constante de teclas ecoava ali dentro, junto com vozes baixas, profissionais, tensas. Quando eu entrei, várias pessoas se levantaram ao mesmo tempo. Eu ergui uma mão, num gesto curto. — Sentem-se. — minha voz saiu
Lorenzo Narrando… A voz do Gabriel vinha como um eco distante. Não era som. Era vibração. O mundo ao meu redor parecia mudo, abafado, como se alguém tivesse colocado algodão nos meus ouvidos. Eu ainda sentia Helena colada ao meu peito, o cheiro dela, o tremor do corpo dela… mas não conseguia processar nada. A única coisa que se repetia dentro da minha mente era o estalo seco do primeiro drone… …e depois o clarão. …e depois o barulho de metal rasgando o céu. Um, dois, três… O caos descendo como chuva. “Isso não está acontecendo.” Eu ouvi minha própria voz por dentro, fria, dura, incrédula. Mas estava. E quando o terceiro drone explodiu — aquele que iluminou o meu rosto — algo simplesmente me arrancou do controle. Meus olhos estavam presos no chão agora, mas a cena passava inteira, em loops, como se alguém tivesse gravado na minha córnea. A mão dela no meu rosto. A voz dela, baixa, desesperada, tentando me puxar de volta. O corpo dela contra o meu. E tudo
Gabriel Narrando… O chão tremia. E eu não tô falando das explosões — tô falando da sensação que atravessou meu corpo quando o primeiro drone caiu do céu, girando, cuspindo faíscas, e depois explodiu no meio do ar como se tivesse sido sabotado por dentro. Eu estava a alguns metros do palco, acompanhando o painel técnico pelo tablet, com a equipe de engenharia alinhada atrás de mim, todos monitorando os gráficos em tempo real. E, de repente, tudo que estava “estável”, “sob controle”, “milimetricamente programado”, virou fumaça. — ISSO NÃO FAZ SENTIDO! — gritei pro Ramires, o responsável pelos controles dos drones. — Os drones não explodem do nada, porrä! O que aconteceu?! Ele parecia tão perdido quanto eu. — Gabriel, não sei — ele respondeu, os olhos arregalados no tablet. — Não tem sobrecarga, não tem curto, não tem falha térmica… isso aqui tá parecendo… ativação externa. — Externa…? — eu travei. — Você tá dizendo hacker? — Eu não tô dizendo nada! — ele rebateu, nervos
Helena Narrando… A capital Sacramento surgiu ao longe como se tivesse sido desenhada à mão—tudo organizado, limpo, vivo. Mas talvez fosse só o efeito de eu estar vendo a cidade pela primeira vez. Cada avenida, cada prédio, cada bandeira tremulando no vento parecia maior do que eu imaginava. A verdade? Eu nunca tinha saído da Califórnia. Nunca tinha pisado em Sacramento. Nunca tinha visto um jatinho por dentro antes daquele dia. Tudo estava sendo uma sucessão de primeiras vezes, e meu coração parecia pequeno demais pra tanta novidade de uma vez só. Mas nada—absolutamente nada—me deixou tão atenta quanto ele. Lorenzo. Eu sentia o olhar dele sobre mim como se fosse uma mão quente, mesmo quando fingia ocupar a mente com outra coisa. Ele acha que eu não percebo. Acha que é discreto. Mas eu sinto. Sempre sinto. Quando dobramos a esquina final rumo ao centro político da Califórnia, meu estômago apertou. Os prédios governamentais, o movimento impecavelmente organizado, a segurança
Lorenzo Narrando... Sacramento se revela pela janela do jatinho como uma pintura viva — prédios históricos, ruas largas, bandeiras tremulando por todos os lados, famílias com roupas temáticas, turistas ocupando cada canto da cidade. O 4 de julho transformou a capital do estado da Califórnia em algo maior, pulsante, barulhento. E hoje… ela pulsa ao redor de mim. Embora eu não demonstre, sinto o peso do momento se acomodando nos meus ombros como um casaco feito sob medida. Nada que eu não esteja acostumado. Dias como este constroem carreiras. Dias como este… também destroem impérios. Mas não o meu. O jatinho pousou com precisão no terminal executivo. Gabriel desceu logo atrás de mim, cheio do sarcasmo habitual — e da excitação de alguém que agora tem uma namorada oficial. Vitória desceu com Helena, conversando baixinho, animadas, como se toda a tensão ao redor simplesmente não existisse. Quando o carro blindado — fornecido pelo gabinete do governador — nos deixou em frente ao pr
Helena Narrando… Eu achava que sabia o que era ter uma vida… normal. Acordar, trabalhar, pegar ônibus, voltar pra casa, cuidar da minha mãe, tentar pagar contas, e torcer pra que nada fugisse do controle. Era isso. A minha rotina. A minha realidade. Até o dia em que dentro da V-Tech, com o uniforme de faxineira no corpo e café nas mãos, esbarrei — literalmente — na pessoa mais improvável que o universo poderia colocar no meu caminho: Lorenzo Vasconcellos. Desde então… tudo tem sido uma sequência de coisas impossíveis, improváveis, intensas demais pro meu coração acompanhar. Mas nada — absolutamente nada — chegou perto do que senti hoje. Assim que Lorenzo me buscou na cobertura, meu estômago já estava estranho. Não de medo, nem de dúvida. Era nervosismo, mas daquele tipo bom, elétrico, que não dói. Ver ele entrar na sala, arrumado daquele jeito, terno preto impecável, gravata que parecia ter sido alinhada com régua, cabelo perfeitamente penteado… por Deus. Eu perdi o ar





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