Gabriel Narrando…
O chão tremia.
E eu não tô falando das explosões — tô falando da sensação que atravessou meu corpo quando o primeiro drone caiu do céu, girando, cuspindo faíscas, e depois explodiu no meio do ar como se tivesse sido sabotado por dentro. Eu estava a alguns metros do palco, acompanhando o painel técnico pelo tablet, com a equipe de engenharia alinhada atrás de mim, todos monitorando os gráficos em tempo real.
E, de repente, tudo que estava “estável”, “sob controle”, “milimetricamente programado”, virou fumaça.
— ISSO NÃO FAZ SENTIDO! — gritei pro Ramires, o responsável pelos controles dos drones. — Os drones não explodem do nada, porrä! O que aconteceu?!
Ele parecia tão perdido quanto eu.
— Gabriel, não sei — ele respondeu, os olhos arregalados no tablet. — Não tem sobrecarga, não tem curto, não tem falha térmica… isso aqui tá parecendo… ativação externa.
— Externa…? — eu travei. — Você tá dizendo hacker?
— Eu não tô dizendo nada! — ele rebateu, nervos