Lorenzo Narrando — Dia Seguinte A manhã começa cinza. Levanto, tomo banho, visto outro terno. Preto, de novo. Nunca erro na escolha. No espelho, vejo o homem que todos temem: implacável, frio, impossível de derrubar. A campainha toca de novo, insistente. Eu saio do meu quarto, passo pelo corredor e desço as escadas, caminho até a porta com passos rápidos e abro. DROGA! — Heitor. — digo, surpreso com a sua presença. Meu pai. O homem que me deu o sobrenome, mas nunca me deu paz. Está parado na minha porta, paletó azul-marinho, bengala em uma mão, olhar severo, envelhecido. — Lorenzo. — ele responde, entrando sem pedir permissão. — Já não bastava você me evitar nas reuniões do conselho, agora também pretende me evitar aqui na sua cobertura? — Pai, eu preciso trabalhar, não estou com tempo para conversas. — replico, fechando a porta com força. — O que você quer? Ele anda até a sala, como se fosse dono do lugar. E, de certa forma, ele é. O império que eu administro foi construído
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