Natalie Dawson é uma cirurgiã dedicada que acredita firmemente na ética de sua profissão, jurando salvar todas as vidas, independentemente de quem sejam. Mas quando um homem gravemente ferido, sem identidade, é trazido ao hospital onde ela trabalha, ela se vê forçada a operar alguém em estado crítico sem saber quem realmente é. Ele é Alejandro Rojas, mais conhecido no submundo do crime como "El Lobo", um homem implacável e perigoso que carrega o peso de um passado sombrio e violento. Enquanto Natalie luta para salvar sua vida, ela começa a perceber que está lidando com algo mais do que apenas uma vítima de um confronto — Alejandro é um homem com segredos, e a conexão entre eles é inevitável. Ele sabe que a médica foi a única razão de sua sobrevivência, e isso cria uma dívida que o leva a procurar por ela. À medida que as linhas entre dever e desejo começam a se borrar, Natalie se vê dividida entre seu compromisso com a moralidade e a atração que sente por ele. Alejandro, por outro lado, não é um homem fácil de ler, mas sabe que, de alguma forma, sua sobrevivência está ligada a ela. Juntos, terão que enfrentar não apenas os fantasmas do passado de Alejandro, mas também os riscos de uma conexão que pode ser fatal para ambos.
Leer másNatalie Dawson completou 30 anos há poucas semanas, mas a data passou em branco. Em sua vida de cirurgiã, onde cada dia é um mar de urgências e decisões rápidas, um aniversário não parecia ter importância. Ela nasceu e cresceu em Nova York, mas suas raízes eram diferentes. Filha de dois médicos, ela carregava um legado pesado, porém desejava sempre construir algo por si mesma. A pressão dos pais para que ela seguisse seus passos sempre foi constante, mas Natalie nunca se sentiu completamente à vontade em seu papel de "herdeira" da profissão. Sua verdadeira paixão estava no desejo de salvar vidas, no prazer de operar, de consertar o que parecia quebrado.
Apesar de ter se distanciado de sua família, ela mantinha uma rotina de trabalho rígida e sem grandes distrações. Seu apartamento simples no centro de Manhattan era um refúgio do caos diário, onde o silêncio se misturava à luz da cidade que nunca dorme. Seus relacionamentos eram poucos e passageiros. Natalie não tinha tempo para algo mais. Ela acreditava que a solidão era necessária para ser a melhor no que fazia. Mas nada a preparava para o que aconteceria naquela noite. O homem desconhecido que foi trazido até a sala de cirurgia estava em um estado crítico. Não sabia quem ele era, mas algo nele, algo em sua aura, despertou um instinto profundo em Natalie. Ele não era apenas mais um ferido, um paciente comum. Não, havia algo no modo como ele estava inconsciente, o sangue que se espalhava por seu corpo, que falava de uma vida difícil, talvez até implacável. O que ela não sabia era que aquele homem, Alejandro Rojas, era colombiano, um nome que reverberava nos círculos mais sombrios da cidade. Conhecido como "El Lobo", ele carregava um peso no olhar, mesmo inconsciente, algo que indicava seu envolvimento com o submundo do crime. E, quando seus caminhos se cruzassem, Natalie entenderia que salvar uma vida pode trazer consigo consequências imprevisíveis. — O som das sirenes cortava o ar, enquanto os paramédicos atravessavam os corredores do hospital com urgência. O homem sobre a maca estava inconsciente, uma mistura de sangue e suor marcando seu rosto e seu corpo. Seus olhos estavam fechados, mas a tensão que emanava de sua postura parecia estar bem viva, como se ele soubesse que sua vida pendia por um fio. — Cirurgia de emergência! — gritou um dos paramédicos, correndo para a sala de trauma. — Foi um tiroteio. Está em estado crítico. Natalie Dawson, uma cirurgiã experiente e focada, olhou rapidamente para o corpo na maca. Ela já havia operado centenas de vítimas de situações semelhantes, mas havia algo em seu instinto que a alertava de que este caso era diferente. Não era apenas a gravidade das feridas — havia uma aura de perigo no ar, algo que ela não conseguia identificar. Ela se aproximou, examinando o paciente. Ferimentos de bala, sinais de luta. Mas o que mais chamava sua atenção era a maneira como o homem estava ali, imóvel, com uma força silenciosa que parecia transparecer mesmo em seu estado debilitado. Não havia documentos, nada que pudesse indicar quem ele era. — Vamos precisar de uma transfusão rápida — disse ela, sem desviar o olhar. — Preparem a sala para a cirurgia. Enquanto os médicos e enfermeiros se apressavam em torno dela, Natalie sentiu o peso da responsabilidade. Ela nunca questionava sua missão de salvar vidas, mas algo em relação a este homem lhe dizia que, ao salvá-lo, ela estaria começando algo que não poderia mais controlar. A mesa de operação estava pronta. Natalie respirou fundo, ajustando as luvas. Mas antes de iniciar a cirurgia, ela não pôde deixar de se perguntar: quem era esse homem? E o que ele estaria fazendo em uma situação como essa? O ambiente na sala de cirurgia era gélido e calculado. A respiração de Natalie era controlada, focada. Ela nunca hesitava, mas algo naquele momento fazia seus olhos se desviarem para o paciente de tempos em tempos. Ela podia sentir que não estava lidando com um homem comum. A operação se arrastava por horas, enquanto ela trabalhava meticulosamente para estabilizar os ferimentos de bala e garantir que não houvesse complicações. O som da serra cortando, o sangue que se acumulava na mesa — todos os elementos normais em uma cirurgia de trauma. Mas algo na tensão do ambiente, na gravidade da situação, a deixava inquieta. Ela observava seu paciente com mais cuidado agora, tentando encontrar pistas que explicassem a aura de perigo que o cercava. Os músculos de seu corpo estavam tensos, mas não era apenas o dano físico que parecia marcar sua presença. Era algo mais profundo, algo que se escondia atrás dos ferimentos. Algo que ela sentia, mas não conseguia tocar. — Vamos precisar de mais sutura aqui, mais calma, pessoal — ela ordenou, tentando manter sua mente focada na tarefa. Mas seu olhar não podia deixar de se prender às cicatrizes visíveis, marcas de uma vida de violência. Ele não parecia um homem qualquer. Havia algo de diferente em sua postura, mesmo inconsciente, como se fosse alguém acostumado a estar sempre em controle. Natalie sabia que seu trabalho não se limitava apenas a curar feridas externas. Seu instinto de médica ia além, procurando entender o que poderia estar por trás de um paciente tão reservado, tão fechado. Mas, enquanto as horas passavam e ela finalmente fechava a última incisão, uma sensação de desconforto permaneceu. Ela tinha salvado uma vida, mas uma parte dela questionava se havia feito a escolha certa. A operação foi um sucesso, e finalmente, a sala de cirurgia começou a se acalmar. Ela tirou as luvas e se afastou um pouco, observando os enfermeiros terminando os procedimentos finais. — Está fora de risco... por enquanto — ela murmurou, mais para si mesma do que para os outros. Mas, ao olhar para o rosto do paciente, uma sensação estranha a invadiu. Ela não sabia como, mas algo lhe dizia que ele não ficaria quieto por muito tempo. Natalie estava no vestiário, tirando as luvas e respirando fundo após uma cirurgia longa e extenuante. A operação foi um sucesso, mas ela sentia uma tensão inusitada, como se algo estivesse se aproximando de uma forma que ela não podia controlar. Seu pensamento vagou por um momento, focando novamente no paciente. Ela sabia que ele estava fora de perigo imediato, mas algo em sua condição e nas cicatrizes que cobriam seu corpo lhe dizia que o pior ainda estava por vir. Ela deixou o vestiário e caminhou de volta à sala de recuperação. A luz suave da madrugada iluminava o corredor vazio do hospital, e o som do monitor cardíaco era o único que quebrava o silêncio. A sala estava silenciosa, exceto pelo suave bip do monitor cardíaco. A luz da madrugada iluminava o ambiente, lançando sombras longas sobre os lençóis brancos. A sensação de vazio, de estar em um espaço entre a vida e a morte, pairava no ar. Natalie observava o homem deitado na cama com uma mistura de curiosidade e uma estranha sensação de inquietação. Ele parecia ter sido forjado nas adversidades da vida, e, embora ainda estivesse sob efeito dos sedativos, havia algo nele que exalava uma presença forte, quase ameaçadora. Ela já havia visto muitos casos como aquele. Vítimas de tiros, acidentes, corpos quebrados e feridos. Mas algo em Alejandro Rojas, o homem desconhecido trazido para a emergência, era diferente. Ele não era apenas mais um paciente. Sua aparência, o tipo de ferimentos que sofreu e, principalmente, a aura ao seu redor, faziam com que Natalie sentisse uma desconfortante percepção de que ela estava lidando com mais do que um simples caso clínico. O que ele estava fazendo em Nova York? Quem ele era? E, acima de tudo, por que o simples fato de ser o responsável pela sua recuperação parecia tão... perigoso? Ela foi até o balcão, pegou os arquivos e verificou novamente as informações. Havia muito pouco no prontuário. Alejandro Rojas, colombiano, era o nome, mas não havia nenhum histórico que explicasse quem ele era ou o que estava fazendo no hospital naquela noite. A única coisa que Natalie sabia com certeza era que ele estava em estado grave. Os tiros o atingiram de forma estratégica, como se o objetivo fosse mais do que simples violência. Um ataque calculado. Ela olhou para o homem inconsciente na cama e sentiu a necessidade de estudar mais sobre ele. Quem era El Lobo, o apelido pelo qual ele era conhecido, segundo os médicos que o trouxeram de emergência? Natalie não sabia, mas sabia que ele tinha uma história que não seria fácil de entender. O monitor cardíaco fez um som baixo e contínuo, mas, de repente, ele alterou seu ritmo. Alejandro se mexeu na cama, um movimento fraco, mas suficiente para chamar a atenção de Natalie. Ela largou o arquivo e correu até ele, sua mão imediatamente indo para o botão de chamada para os enfermeiros. "Respiração irregular", pensou ela, sentindo um leve aperto no peito. Isso não estava certo. Alejandro estava começando a acordar mais rápido do que o esperado, e ela sabia que precisaria agir rapidamente. Ele murmurou algo ininteligível e virou a cabeça para o lado, seus olhos ainda fechados. Natalie se inclinou, tentando ver sinais de despertar, e então ele finalmente abriu os olhos. O olhar de Alejandro foi tão penetrante que ela quase vacilou. Havia uma fúria silenciosa ali, uma intensidade que não era comum em pacientes recém-recuperados da anestesia. Ele a encarou com um silêncio pesado, a respiração ainda ofegante. Seus olhos eram castanhos, mas não eram comuns. Havia algo selvagem neles, algo... predatório. — Onde estou? — a voz dele era rouca e grave, mas havia uma certa calmaria nela, como se ele estivesse mais consciente do que seu corpo parecia indicar. Natalie deu um passo para trás, sua postura profissional surgindo automaticamente, mas uma tensão crescente começou a tomar conta de seu corpo. — Você está em um hospital, — disse ela, tentando manter a calma. — Foi baleado. Operamos você. Está fora de perigo, mas precisa descansar. Ele a observou em silêncio, sua expressão impassível. No entanto, havia algo ali, uma inquietação. Ela podia sentir que ele não estava satisfeito com a explicação. Como se ele não fosse o tipo de homem que se rendia facilmente ao destino. — Me deixe ir. — Ele disse de forma quase desinteressada, sua voz agora mais baixa, mas carregada de autoridade. Natalie franziu a testa, sentindo uma pontada de frustração. Isso era típico de homens como ele. Achavam que podiam controlar qualquer situação, que suas vontades eram mais importantes do que a realidade. — Não posso deixá-lo ir. — Ela tentou ser firme. — Você está gravemente ferido. Precisa de mais cuidados. A resposta de Alejandro foi rápida e direta, como se ele já soubesse que suas palavras não seriam suficientes para mantê-lo onde ele não queria estar. — Isso não importa. Não estou aqui para ser tratado como um paciente. — Ele tentou se levantar, mas seu corpo fraquejou e ele teve que se apoiar no travesseiro. A dor era visível, mas ele lutava contra ela com determinação. Natalie ficou em silêncio por um momento, estudando-o com mais atenção. O homem na sua frente não era alguém que ela encontraria todos os dias. Ele não era apenas um criminoso ou um paciente qualquer. Não, ele era mais do que isso. Ele era perigoso, com uma calma que vinha do fato de saber que a vida de outros estava sempre em suas mãos. Ela tomou uma decisão impulsiva, algo que não fazia normalmente. Aproximou-se e ajustou os cobertores em torno dele, mais para manter um certo controle sobre a situação do que por necessidade médica. Quando seus olhos se encontraram novamente, havia uma troca silenciosa entre eles. Algo que parecia quase... fatalista. — Quem é você? — ela perguntou, sua voz suave, mas firme. — O que você faz? De onde vem? Ele a observou por um momento, sem responder, e então a expressão de Alejandro mudou. Ele sabia que ela estava tentando descobrir mais, mas ele não era do tipo que se entregava facilmente. Em vez disso, ele deixou a resposta no ar, como um enigma. — Eu sou apenas um homem que tem um trabalho. Um trabalho que não pode ser interrompido por ninguém. — A resposta foi enigmática, mas a forma como ele a disse fez Natalie perceber que ele não estava mentindo. Ele falava com a verdade, mas uma verdade que ela não estava pronta para aceitar. Ele se recostou no travesseiro, fechando os olhos novamente, e dessa vez, parecia que ele estava se rendendo ao cansaço. Mas, para Natalie, a sensação de inquietação não desapareceu. Algo estava errado, e ela sentia que estava se aprofundando em algo que não tinha como escapar. O homem na cama, que agora ela sabia ser Alejandro Rojas, não era só um criminoso qualquer. Ele tinha uma história, uma vida que se entrelaçava com o submundo de Nova York de maneiras que ela ainda não conseguia compreender. E, no fundo, ela sabia que não seria fácil se desvincular disso.O silêncio no carro era cortante. Natalie encarava a estrada pela janela, as mãos cruzadas no colo, tentando controlar a respiração e o turbilhão de pensamentos. Alejandro dirigia com os olhos firmes na pista, mas ela sentia a tensão em cada músculo dele. Cada segundo ao lado dele era um lembrete da escolha que tinha feito — e do quanto tudo havia fugido do controle. — Preciso passar em casa antes — ela disse, sem olhar pra ele. — Pegar algumas roupas, documentos... coisas básicas. Alejandro assentiu, sem desviar o olhar da estrada. — Já pedi pra um dos meus homens ir até lá antes. Verificar se estava tudo seguro. — Você pensou em tudo, né? — ela murmurou, quase com sarcasmo. — Eu penso quando alguém ameaça o que é meu. Ela virou o rosto devagar, os olhos encontrando os dele com fúria contida. — Eu não sou sua, Alejandro. Ele respirou fundo. Um músculo pulsou no maxilar dele. — Não precisa me dizer isso. Mas você vai estar sob a minha proteção. E isso, por enquan
O volante rangia sob seus dedos. Alejandro estacionou o carro a alguns quarteirões do hospital. Não podia aparecer ali do nada. Mas agora não era mais sobre ela e ele. Era sobre segurança. Sobre controle. Sobre marcar território. Desligou o motor e observou o prédio ao longe. As luzes do estacionamento estavam acesas, movimentação típica de fim de plantão. Enfermeiros, médicos, funcionários saindo em grupos pequenos, alguns de carro, outros a pé. Mas ele não queria ver ninguém. Queria ver ela. Natalie. A imagem da foto ainda latejava em sua mente. Ela de jaleco, pasta em mãos, distraída, sozinha. Exposta. E ele odiava isso. Pegou o celular. Nenhuma mensagem dela. Nenhuma ligação. Desde que ela foi embora naquela manhã — depois da noite que os incendiou de novo, Natalie não deu sinal. Ele também não. Por orgulho. Por cautela. Por saber que sua presença era um risco que ela talvez não quisesse correr. Mas agora… ele não estava mais pedindo permissão. Discou um
O som da porta se fechando ainda ecoava pela casa quando Alejandro acendeu um cigarro e se encostou na janela do quarto. Estava nu, suado, com marcas das unhas de Natalie cravadas nos ombros — como se o corpo dela ainda insistisse em ficar, mesmo quando a presença já tinha ido embora. Ela fugiu de novo. Não como antes, com medo, negando o que sentia. Dessa vez foi diferente. Ela fugiu porque queria manter o controle. Fingir que ainda mandava em si mesma. Mas ele conhecia aquele tipo de mentira. Ele mesmo já viveu com esse veneno na boca: fingir que não quer algo que te consome por dentro. Ela queria ele. Porra, ela precisava dele. Ele sentia isso nos gemidos, nos olhos que o imploravam sem uma palavra. Na maneira como ela se desmanchava inteira quando ele apertava sua cintura e a fazia gritar seu nome. Mas agora... agora ela estava longe. Se escondendo atrás de jalecos e corredores de hospital, tentando colocar distância onde não existia mais espaço. Alejandro tragou fundo e
Duas semanas. Quatorze dias inteiros sem ver Alejandro. Sem ouvir sua voz, sem sentir o olhar dele queimando sua pele. Desde a alta de Isadora, ele simplesmente desapareceu. Como se tivesse sumido da cidade. Natalie achava que aquilo era o certo. Que precisava mesmo de distância. Mas cada silêncio deixado por ele ecoava com mais força. Cada manhã em que ela entrava no hospital e não o via pelos corredores parecia mais vazia. Mais errada. Ela tentava se convencer de que era melhor assim. E era. Em teoria. Só que, por mais que repetisse isso, o nome dele não saía da cabeça. E toda noite, quando encostava a cabeça no travesseiro, era a memória do toque dele — firme, urgente, cheio de algo que não se podia fingir — que a fazia perder o sono. Naquela tarde chuvosa de sexta-feira, Natalie encerrava seu plantão quando uma das enfermeiras lhe entregou um envelope. — Isso chegou pra você, doutora — disse, antes de se afastar. O papel era simples, mas a caligrafia, inconfundível.
Natalie ficou ali, imóvel no corredor, como se os passos de Alejandro ecoassem dentro dela. Ele se afastava fisicamente, mas deixava um rastro de caos impossível de apagar. Ela respirou fundo, tentando reunir o mínimo de força para voltar ao trabalho. Precisava voltar a ser a médica. Precisava lembrar quem era. Não a mulher que perdeu o controle nos braços de um homem perigoso. Mas a profissional. A que salvava vidas. A que não se envolvia com pacientes. Com familiares. Com… ninguém. Mas nenhuma dessas convicções parecia forte o bastante para apagar o que ele fazia com ela. Assim que entrou em sua sala, trancou a porta e apoiou as costas contra a madeira, sentindo as pernas cederem. O ar lhe faltava. E não era pelo cansaço. Era por ele. Pelo olhar dele, pelas palavras. Pelas verdades cruas que ele jogava sem medo, sem filtros. Como se soubesse exatamente onde doía. E o pior… ele sabia. Ela tocou os próprios lábios com os dedos, como se pudesse apagar o gosto que ainda pare
O sol invadia o quarto pelas frestas das cortinas, aquecendo o lençol ainda amassado sob seu corpo nu. Natalie acordou devagar, os músculos doloridos, a pele ainda sensível ao toque como se a noite anterior estivesse impressa nela — em cada parte, em cada suspiro. Por um momento, ela acreditou que Alejandro ainda estivesse ali. Que ouviria sua respiração calma, seu tom rouco sussurrando algo tentador. Mas não. O outro lado da cama estava vazio. Frio. O travesseiro ao lado carregava apenas um bilhete. Suas mãos hesitaram antes de tocá-lo. Sabia que aquilo carregaria mais do que palavras — carregaria peso. E quando seus olhos dançaram pelas linhas escritas, o ar saiu de seus pulmões como um soco. "Eu deveria me arrepender por ter tocado você como toquei... mas não consigo. Porque foi real. Cada segundo em que você se entregou a mim, cada gemido abafado, cada vez que seus olhos me imploraram por mais... tudo isso está marcado em mim agora. Você pode fingir que foi um erro, N
Último capítulo