Natalie passou o restante do turno como se fosse um fantasma no hospital. Ela atendeu pacientes, revisou prontuários e acompanhou as cirurgias agendadas, mas tudo parecia distante, como se estivesse observando a si mesma de fora.
O convite para ir à Colômbia não saía da sua cabeça.
Quando finalmente terminou seu expediente, pegou suas coisas no vestiário e saiu sem rumo definido. Dirigiu sem pensar, deixando o carro vagar pelas ruas da cidade até parar em frente a uma pequena e acolhedora cafeteria, onde costumava frequentar nos tempos de residência.
O sino na porta tilintou quando ela entrou.
O aroma de café fresco e pão assado a envolveu de imediato, trazendo-lhe um pouco de conforto. Pediu um cappuccino e se sentou no canto mais afastado, apoiando a testa nas mãos. A xícara quente entre seus dedos era a única âncora que tinha naquele momento.
Bogotá.
Outro país. Outra vida.
Deixaria para trás o hospital onde construiu sua reputação, os colegas que se tornaram amigos. E também deixa