Mundo de ficçãoIniciar sessão“Meu nome é Melissa Benetti, tenho 17 anos — e sou a moeda de troca da minha própria família. Depois que minha mãe morreu, meu pai nunca mais me olhou do mesmo jeito. A madrasta tomou o controle da casa, meus meio-irmãos me desprezam, e agora… meu destino foi selado. Para salvar os negócios da família, fui prometida a um homem que dizem ser cruel, implacável e sem coração. Um monstro de carne e osso. Mas talvez o verdadeiro inferno não seja ao lado dele — e sim dentro da casa que eu chamava de lar. Em meio a pactos sombrios, segredos e poder, minha única certeza é que nada em minha vida voltará a ser o mesmo.”
Ler maisCapítulo 1
— Você vai se casar com Dominic Salvatore. As palavras do meu pai cortaram o ar como uma lâmina. Por um instante, pensei que ele estivesse brincando. Depois, o silêncio confirmou o pesadelo. Dominic Salvatore. O nome que fazia homens engolirem seco e mulheres desviarem o olhar. Diziam que ele era implacável, o tipo de homem que não pedia — tomava. — Você… quer me vender? — minha voz saiu trêmula, mas cada sílaba carregava o gosto metálico da revolta. — É a única forma de salvar a empresa — respondeu ele, frio, como se estivesse discutindo negócios, não a minha vida. A luz cinzenta da manhã atravessava as frestas da janela, iluminando a poeira que dançava no ar. Era como se o próprio mundo zombasse de mim. Passei a vida tentando agradar aquele homem — meu pai, meu carrasco. Desde que minha mãe morreu, ele se tornou um vulto de reprovação, e eu, uma sombra dentro da própria casa. Sônia, a madrasta perfeita, tomou o lugar dela com sorrisos falsos e olhos de veneno. Vinícius e Amélia, os filhos dela, passavam por mim como se eu fosse invisível. E talvez eu fosse mesmo. — Eu não vou me casar — disse firme, erguendo o queixo. — Nem que o senhor me mate. Ele respirou fundo, os olhos cheios de desprezo. — Você nunca serviu para nada, Melissa. Ao menos agora pode ser útil. As palavras dele bateram no meu peito como pedras. Por anos, engoli o ódio em silêncio. Mas algo dentro de mim — algo que eu nem sabia que existia — começou a despertar. — Não sirvo para nada? — retruquei, sentindo a voz tremer. — Passei minha vida tentando ser alguém para você! Enquanto Sônia e os filhos dela tomavam tudo, eu só queria ser vista. Mas sabe o que descobri? Que não passo de um estorvo nessa casa. O estalo veio antes da dor. A mão dele acertou meu rosto com força, e por um segundo o mundo ficou branco. — Você vai se casar! — ele gritou, a voz ecoando pelo quarto. — Vai e ponto final! Ele saiu batendo a porta, deixando o ar pesado e o coração em pedaços. Fiquei ali, parada, o rosto ardendo, o corpo trêmulo. As lágrimas vieram silenciosas, quentes, amargas. Chorei até não restar força. Quando finalmente me sentei, com o gosto salgado da dor nos lábios, olhei para a janela aberta. O vento trazia o cheiro da chuva e algo mais — liberdade. E naquele instante, entendi algo que nunca mais esqueci: meus dias de submissa tinham acabado. Eu não seria mais manipulada, nem pelo meu pai, nem por ninguém. Se quisessem me dobrar, teriam que me quebrar primeiro. Eu não sabia como, nem quando, mas algo em mim tinha despertado. Pela primeira vez, a dor não me paralisava — me incendiava. Se o destino quisesse me ver de joelhos, teria que me arrancar o coração. Porque a Melissa de ontem morreu naquele quarto. E se Dominic Salvatore me esperava no altar, ele teria que me encontrar antes. ---✨ Epílogo Os anos passaram leves para Melissa e Dominic, como se cada dia na nova casa fosse um presente que a vida insistia em entregar de novo e de novo.Lili e Luke cresceram rápido demais — treze, depois catorze, quinze… sempre unidos, sempre brigando, sempre se amando do jeito deles. Quando o pequeno Arthur chegou, os dois se transformaram: viraram irmãos mais velhos de verdade. Ajudavam Melissa nos banhos, nas mamadeiras, nos choros da madrugada. Dominic assistia aquilo com o peito cheio, sabendo que a família que um dia ele achou que perderia… agora transbordava.Ana e Bruno continuaram vivendo aquele amor sereno que sempre os guiou. Criaram a pequena Isa com carinho, paciência e muitos risos. A menina era sapeca, curiosa, dona de um brilho nos olhos que lembrava a mãe. Com o tempo, mudaram-se para uma casa maior, um lar cheio de calma e felicidade — daquelas felicidades silenciosas, construídas no cotidiano.Jade e Gustavo… ah, Jade e Gustavo eram um capítulo à parte. Um casa
A tarde ainda dourava o céu quando a família Salvatore entrou pela porta da nova casa. Melissa observava tudo com o coração acelerado: o jardim florido, a sala iluminada, os risos dos gêmeos ecoando pelas paredes ainda vazias. Dominic estava radiante, quase menino, enquanto guiava todos pelos quartos, orgulhoso, como se mostrasse ao mundo seu maior sonho realizado.— Vou pedir para trazerem nossas coisas ainda hoje — disse ele, abraçando Melissa pela cintura, respirando fundo como quem sente o futuro finalmente chegar.Mas Melissa sorriu daquele jeito que ele conhecia tão bem, o sorriso que sempre escondia algo a mais.— Não precisa. Eu quero buscar pessoalmente — respondeu. — Também preparei uma surpresa para vocês três… e quero entregar no apartamento.Lili e Luke trocaram olhares, já quase pulando de curiosidade.— Então vamos logo, pai! — disse Luke, empurrando Dominic pela porta.— Anda, anda! — completou Lili, rindo.Dominic ergueu as mãos, rendido.— Meu Deus… o que vocês estão
Capítulo 181Três Anos Depois...O jardim da mansão Salvatore estava todo decorado com tons de azul e dourado. Balões por todos os lados, mesas cheias de doces e um grande painel escrito:“Henrique – 1 aninho”.O pequeno Henrique, gordinho e sorridente, estava no colo de Jade, que equilibrava a barriga já arredondada da pequena Lua. O bebê de um ano ria de tudo — especialmente quando Gustavo fazia caretas exageradas.Jade acariciou a própria barriga e sorriu.— Essa aqui já começou a chutar, viu? A Lua é apressadinha igual ao pai.— Ei, eu sou calmo! — Gustavo reclamou rindo. — Quem é apressada é você.Melissa assistia à cena com ternura. Henrique era seu afilhado — dela e de Dominic — e ela o amava como se fosse um sobrinho de sangue. Dominic estava perto, segurando o garotinho enquanto Henrique puxava seus cabelos.— Esse menino tem força, viu! — Dominic riu.Bruno chegou com Ana, carregando a pequena Isa, de apenas seis meses, de olhos enormes e fascinada com tudo ao redor.Ana sor
Capítulo 180A igreja estava iluminada pelo pôr do sol. Raios dourados atravessavam os vitrais coloridos e se espalhavam pelo chão, criando um tapete de luz que parecia ter sido feito especialmente para aquele momento.A música suave começou.E então Jade entrou.Todos se levantaram, silenciosos, como se a respiração coletiva tivesse sido suspensa. O vestido dela cintilava com o brilho sutil das pedrarias, e o véu longo se arrastava atrás dela como um rastro de estrelas. Cada passo era leve, cheio de emoção, cheio de promessa.Ao fundo do altar, Gustavo a esperava.Ele não tentou esconder a lágrima que caiu quando a viu.Para ele, Jade não estava apenas linda — ela era o começo de uma nova vida.Melissa observava tudo ao lado de Dominic. Sentiu os olhos se encherem de emoção. Dominic segurou sua mão e apertou de leve.— Eles nasceram um para o outro — murmurou Melissa.— Como a gente — respondeu Dominic, beijando os dedos dela com carinho.Bruno, sentado mais à frente, também assistia
Capítulo 179A semana passou tão rápido que, quando Melissa percebeu, já era domingo. Ela acordou com uma leve euforia no peito — aquela sensação boa de estar viva, bem, inteira outra vez. Nenhuma dor. Nenhuma sombra. Só um novo começo.Ergueu-se devagar para não acordar Dominic, que ainda dormia profundamente, o rosto relaxado como há muito ela não via.Tomou um banho demorado, aproveitando a água quente descendo pelas costas. Vestiu um vestido azul-bebê que realçava sua pele, colocou alguns rolinhos nos cabelos para trazer de volta seus cachos e finalizou com uma maquiagem leve, apenas o suficiente para iluminar o rosto.Sentia-se ela mesma de novo.Na cozinha, preparava o café da manhã quando ouviu, como sempre, o barulho familiar dos gêmeos disputando o banheiro.— Ei, crianças, parem com isso! — disse ela, aproximando-se e beijando a cabeça de Lili.— Garoto irritante! — resmungou Lili assim que Luke saiu do banheiro.— Você que reclama demais! — rebateu Luke, antes de levar um t
Capítulo 178O elevador subiu lentamente até o andar do apartamento, e durante todo o trajeto Melissa apoiou a cabeça no ombro de Dominic. O cheiro familiar dele — uma mistura suave de café e madeira — trouxe uma sensação inesperada de segurança. Era como se, ao cruzar a porta do hospital, todo o caos dos últimos dias tivesse começado a se dissipar… mas não totalmente.Quando a porta do elevador se abriu, Dominic passou o braço pelas costas dela.— Devagar. Se cansar, você me fala — disse ele, com aquela voz firme que tentava esconder o medo que ainda carregava.Melissa sorriu de leve.Assim que entraram no apartamento, Melissa respirou fundo. Tudo estava arrumado demais — claramente obra das meninas. Havia flores frescas sobre a mesa e um bilhete com a letra delicada de Ana: “Se precisar, estamos a uma ligação.”Melissa sentiu um aperto no peito, um misto de gratidão e vulnerabilidade.Dominic tirou o casaco dela e deixou sobre a poltrona.— Senta. Vou preparar algo leve pra você com





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