Dimitri Blackthorn, o temido Alfa da Alcatéia do Norte e sul , é uma lenda entre os lobos,poderoso, impiedoso e inalcançável. Ao invadir a luxuosa mansão do Alfa do Leste em busca de expandir seu domínio, e salvar uma jovem, ele não esperava encontrar algo que faria seu mundo ruir: uma jovem que parece ser humana, prisioneira, forçada a ser um objeto de prazer para homens e lobos ricos. O cheiro dela o atinge como um raio, a ligação é inegável. Scarlett acreditava já ter enfrentado todas as dores possíveis, até que a loba feiticeira veio cobrar uma antiga dívida. Para salvar o filho, ela se entregou em sacrifício. Mas, em vez da morte, recebeu um destino ainda mais cruel: renascer em outro corpo, com um rosto que não era o seu. Agora, vivendo como Lunael, ela descobre que o Alfa Dimitri, o homem que amou intensamente e os filhos que trouxe ao mundo, já não a reconhecem. Para eles, Scarlett morreu no parto, e todos os anos felizes que viveram foram apagados como se jamais tivessem existido. Determinada a reconquistar o amor que lhe foi perdido, ela tenta se aproximar. Mas o coração dela enfrenta um novo dilema: o corpo em que renasceu pertence a Lunael, a Luna de outro Alfa, um homem capaz de tudo para mantê-la ao seu lado. Dividida entre o amor do seu passado e a devoção protetora de seu novo Alfa, Scarlett, agora como Lunael precisa escolher entre o seu antigo amor que ainda arde em sua memória e o seu novo amor que insiste em pulsar em suas veias. Entre segredos, memórias apagadas e um desejo que se recusa a morrer, ela descobrirá que nem mesmo a morte pode apagar um amor destinado à eternidade.
Leer másDimitri Blackthorn
O cheiro de luxúria e desespero pairava no ar, denso e sufocante. A antiga mansão onde o leilão acontecia estava iluminada por candelabros pesados, suas chamas tremulando como sombras vivas. O murmúrio abafado das vozes dos convidados se misturava ao som de correntes sendo arrastadas pelo chão de pedra. Aquele lugar era o ápice da crueldade, um antro onde mulheres eram vendidas como mercadorias ao maior lance. Minha presença ali era uma afronta à minha alma. Eu não compactuava com esse tipo de selvageria. Mas eu não estava ali para assistir. Eu estava ali para impedir. A Alcatéia do Leste, comandada por Gregory, era conhecida por sua brutalidade e ambição desmedida. Mas quando soube que eles tinham capturado uma jovem cuja melhor amiga era da minha alcatéia, para vendê-la, isso se tornou um insulto que eu não podia ignorar. Eu estava prestes a tomar o controle deles, e essa noite seria o início do fim para Gregory e também ficaria com toda alcatéia do leste, eu já tinha a do norte e sul sob o meu comando e hoje será o fim do alfa Gregory. Encostado em um canto escuro, observei cada detalhe, cada rosto. Todos ali exalavam poder e desejo por algo que não lhes pertencia. Meus punhos estavam cerrados, a raiva ardia em minha pele como brasas prestes a se incendiar, o alfa que habitava em mim estava completamente obcecado por acabar com tudo aquilo. E então, a próxima prisioneira foi trazida ao palco. Meus olhos capturaram a figura frágil, acorrentada, vestindo um simples vestido branco que realçava sua fragilidade. Seu rosto estava parcialmente coberto por um véu transparente, mas nada poderia esconder o brilho feroz em seus olhos. Medo e força se misturavam ali, uma dualidade que me atingiu como um golpe direto no peito. Foi quando aconteceu. Um estalo profundo, um chamado primal, como se meu próprio lobo tivesse despertado de um sono profundo. O mundo ao redor desapareceu, e tudo o que restou foi ela. "Minha." A palavra ecoou em minha mente com uma força avassaladora. Os murmúrios ao redor cresceram. Os lances começaram a ser gritados, um após o outro, cada homem ali disputando por algo que não podiam sequer compreender. Mas eu já não ouvia nada além das batidas aceleradas do meu coração. Sem pensar, avancei. Atravessar o círculo de seguranças foi fácil. Eles nunca estiveram preparados para conter um Alfa. O salão ficou em silêncio absoluto quando subi ao palco. O leiloeiro tentou intervir, mas um simples movimento de mão o fez voar contra a parede. — Ninguém vai tocar nela — minha voz soou baixa, mas carregada com uma ameaça letal. A jovem recuou um passo, os olhos arregalados de medo e confusão. Meu lobo rugiu por dentro, sentindo a dor dela como se fosse minha. — Eu não vou te machucar — sussurrei, quebrando as correntes que prendiam seus pulsos com minhas próprias mãos. Ela me encarou, e por um momento, algo em seu olhar mudou. Ela sentiu? Mas a noite estava longe de acabar.O som de passos pesados ecoou pelo salão, e então Gregory surgiu entre as sombras, um sorriso arrogante no rosto. — Vejo que o Alfa do norte e sul decidiu se juntar a nós esta noite. Mantive meu corpo firme entre ele e a jovem. — Nunca me unirei a vocês. Gregory riu, um som frio e ameaçador. — Acha que pode simplesmente entrar aqui e tomar o que é meu? Minha raiva explodiu. — Ela nunca foi sua, se pensa que poderá continuar trazendo humanas para cá e as vendendo como se fossem mercadorias em um leilão, saiba que hoje tudo isso acaba. —Acha que pode me derrotar? Só por ter conquistado a alcatéia do norte e sul, pensa que tem todo o poder? Eu também sou um alfa e não vou permitir que faça o que quer. A tensão no ar se intensificou. Gregory rosnou e avançou, e eu fiz o mesmo. Nosso confronto foi brutal. Golpes violentos ecoavam pela sala. Mas eu não lutava apenas por território ou honra. Lutava por algo mais profundo. Por ela. E ele não tinha tanto poder quanto o meu, ninguém tinha, e com isso, eu tinha total controle e poder das alcatéias que eu desejasse me tornar o alfa. E quando finalmente pressionei Gregory contra o chão, meu joelho em sua espinha, eu sabia que a guerra havia começado, o meu lobo fez um enorme estrago nele, o deixando fraco, sem vida. — Sua alcatéia agora me pertence — declarei, deixando meu poder se espalhar pelo salão. Gregory rosnou em derrota. Os outros alfas se curvaram diante de mim. Levantei-me e peguei a jovem pela mão. — Acabou — sussurrei para ela. Mas dentro de mim, eu sabia que aquilo era apenas o começo. Porque protegê-la significava muito mais do que vencer uma guerra. Significava enfrentar um destino que eu nunca quis aceitar. continua...Lunael Voss O fim de semana passou como um sopro entre mundo. Lucian e eu deixamos o quarto de hóspedes no amanhecer de segunda, quando o sol tímido se arrastava por entre as nuvens e o perfume do campo ainda guardava a lembrança da noite. Mas algo havia mudado. Desde o sonho, desde o instante em que Scarlett sussurrou dentro de mim, o colar não voltara a brilhar, já que eu não podia usá-lo o Lucian me proibiu. Em compensação, a cada batida do coração, uma lembrança dormida parecia despertar. Um rosto. Uma voz. Um nome. E foi justamente um nome que me encontrou naquela manhã. Estávamos nos preparando para partir. Lucian, no corredor, falava com um dos guardas, e eu caminhava até o jardim da frente, onde a brisa fria dançava entre as flores pálidas. Foi então que a vi. Uma mulher parada junto ao portão, envolta num casaco escuro, os cabelos negros em contraste com a pele clara. Ela segurava uma pequena mala e olhava para a casa com uma mistura de saudade e medo. Quando nossos
Lunael VossJá era tarde , o fogo da lareira se apagou , e o quarto estava mergulhado numa escuridão azulada. O som distante do vento misturava-se à respiração pesada de Lucian, adormecido ao meu lado.Mas o sono não veio para mim. A chama do colar ainda pulsava em meu peito, uma luz suave, quase viva. Quando fechei os olhos, o mundo se dissolveu num brilho prateado… e de repente, eu não estava mais ali.Havia névoa. Um campo coberto por flores mortas. O céu era do mesmo tom lilás dos olhos de Seraphina. E ao longe, uma silhueta caminhava em minha direção.A princípio, pensei ser apenas um reflexo, uma sombra moldada.Mas quando ela se aproximou, eu a reconheci.Era Scarlett.Meu próprio rosto e, ao mesmo tempo, outro.Os cabelos ruivos caíam em ondas, os olhos dourados ardiam como o pôr do sol. Ela estava descalça, e cada passo deixava um rastro de luz sobre o chão escuro.— Finalmente — disse ela, com uma voz que soava como um eco dentro de mim. — Você parou de fugir.Meu corpo tre
Lunael Voss A noite caiu sobre a mansão, o dia foi pesado, cheio de lembranças. Do lado de fora, o vento uivava entre as árvores antigas, e cada sombra parecia sussurrar um nome que eu não devia ouvir.Lucian e eu estávamos no quarto de hóspedes, dentro da mansão de Dimitri, as crianças já haviam dormido,parte de mim estava feliz por passar o dia com elas, outra parte estava triste, mas não me permiti tal sentimento, já que para o Dimitri eu estou morta e ele precisa seguir em frente e ficar com alguém que o ame e ele possa amar. As paredes eram de pedra fria, o fogo da lareira lançava uma luz trêmula sobre os lençóis, e o silêncio entre nós era mais denso do que qualquer palavra.Eu me sentei na beira da cama, o colar de prata ainda repousando sobre meu peito, refletindo a chama do fogo.Lucian ficou encostado à parede por um tempo, observando-me com aquele olhar dourado que parecia enxergar além da carne. O ar entre nós carregava eletricidade e desconfiança.— Você ainda está p
Lunael Voss — O que mais ele disse? — perguntei, tentando manter o tom leve, ainda que minha respiração se quebrasse por dentro. — Que ela era fogo e sombra. Que ela se foi porque amava demais e o amor demais às vezes queima. — Seraphina olhou para mim com tristeza madura. — Eu não lembro dela, eu era só uma bebê quando minha mãe faleceu, mas as vezes eu penso que tive momentos com ela, acho que também sonhei com minha mãe, eu lembro de coisas que não fiz com ela, então deve ter sido sonho. As palavras dela me perfuraram. Eu a observei em silêncio, e por um instante, o rosto dela pareceu brilhar com a lembrança viva de algo que estava adormecido em mim. A alma de Scarlett chorava dentro do corpo de Lunael, batendo nas grades da carne, implorando para sair. Mas então lembrei do toque de Lucian, das correntes invisíveis que me prendiam ao seu calor, e me forcei a respirar. — Às vezes, o amor nunca vai embora — falei, olhando para o jardim além da janela. — Ele só muda de for
Luanel VossLucian e eu fomos para a mansão do Dimitri, A mansão dele tinha um ar sombrio, mesmo banhada pela luz suave da manhã. O coração batia em meu peito com uma força quase dolorosa quando atravessei o corredor que me levaria até eles. E então eu os vi. Caelum estava encostado na janela, a luz filtrada do sol iluminando os traços que carregavam tanto de mim, digo de Scarlett e, ao mesmo tempo, do homem que um dia ela amara. Seus olhos refletiam uma tempestade que não sabia esconder. E, ao lado dele, Seraphina, com a beleza delicada e firme, herdada do sangue da alcatéia. Por um instante, minhas pernas cederam. O ar ficou pesado, como se eu tivesse sido arrancada do meu corpo e atirada de volta a uma vida que nunca vivi, mas cujas lembranças queimavam em mim. Era como se o meu coração soubesse que aqueles eram meus filhos, mesmo quando minha mente insistia em negar. — Caelum… — o nome escapou de meus lábios como uma oração, quase um lamento. Ele ergueu os olhos para mim
Lunael Voss O tempo não correu. Ele se dilatou. Um mês com Lucian foi como viver dentro de um sonho entrelaçado ao real. Cada manhã, quando o sol se insinuava pelas cortinas, seus lábios eram o primeiro toque que eu sentia, e o calor do seu corpo o primeiro abrigo. O pacto se tornara uma verdade viva em mim: só com ele eu podia caminhar sob a luz. Só com ele a escuridão recuava. E eu me entreguei. Corpo, alma, respiração. A lobq em mim respondia ao chamado dele. Era estranho, no silêncio da noite, às vezes, as memórias de Scarlett ainda tentavam invadir minha mente, como ecos de uma vida que não era minha. Mas quando Lucian me tomava nos braços, quando sua voz grave murmurava meu nome, eu era apenas Lunael. A esposa dele. A loba dele. Havia uma paz perigosa nisso. Um perigo doce que me enlaçava. Até o dia em que a mansão foi atravessada por passos firmes que eu reconheceria em qualquer mundo. Era Dimitri. A porta da sala se abriu e ali estava ele. Alto, a presença tão
Último capítulo