Scarlett Hayes
Eu não sei por quanto tempo fiquei ajoelhada naquele chão frio, com o vazio crescendo dentro de mim como um buraco negro. Tudo doía, o corpo, a alma, a loba. Era como se eu tivesse sido dilacerada por dentro, e ainda assim, algo mais forte me impelia a levantar. A dor não era suficiente para me fazer desistir.
Ele podia me rejeitar mil vezes.Mas eu não podia deixá-lo.
Limpei as lágrimas com a manga da blusa rasgada, o gosto metálico da rejeição ainda preso na garganta. Meus passos ecoaram pelos corredores da mansão como um sussurro de desespero. Eu sabia onde ele estaria. O único lugar onde Dimitri permitia que seus monstros internos falassem sem máscara: o escritório.
Empurrei a porta com força.
Ele estava lá, de costas para mim, segurando um copo de uísque entre os dedos trêmulos. A luz baixa fazia sombras dançarem pelo cômodo, mas nada disso importava. Nada me impediria.
— Você não pode me rejeitar. — Minha voz saiu firme, apesar da dor. — Eu não aceito.
Ele se viro