O Noivado 1

Eu já estava perfeitamente vestida quando os convidados chegaram, mas não estava com a mínima vontade de recebe-los. Me analisei no espelho pensando que faltava algo e me lembrei do colar de diamante rosa que ganhei do meu pai junto com o anel em meu aniversário de 15 anos e fui até o cofre pegá-lo, era um modelo simples e modesto, se destacando apenas por ser diamante. Depois de colocar o colar, me senti mais confiante.

Escolhi um vestido preto e justo, com uma fenda na perna e um decote generoso. Coloquei uma sandália prateada e após fazer ondas no cabelo o coloquei sobre o ombro direito, não quis exagerar na maquiagem, ela apenas realçava meus olhos claros dando um ar natural e jovial. Suspirei fundo, sem me importar que no andar de baixo, meu pai tentava a todo custo deixar o ambiente agradável enquanto a família Marini esperava minha boa vontade de recebe-los.

Deixando a ansiedade de lado, me vesti de toda arrogância que o sobrenome e poder me permitiam e saí do quarto, comecei descer as escadas e vi uma das empregadas indo avisar à todos na sala de jantar, que a "noiva" estava vindo. Ao entrar na sala, todos estavam de pé e ficaram boquiabertos com a visão que tiveram de mim. O queixo de Umberto caiu com meu atrevimento de vir com aquele vestido e segurei a vontade de rir, meu pai também pareceu achar graça, acho que ele já esperava essa minha atitude. Os olhos de quem julguei ser Ettore brilharam em luxúria. Fernando e Bianca, os pais do noivo, se entreolharam. Sorri e quebrei o silêncio.

— Boa noite a todos, desculpem o meu atraso e bem vindos. — caminhei até o lugar vazio ao lado do meu pai.

— Você está linda. — meu pai disse num sussuro e sorri para ele.

Rapidamente observei os convidados, e eram exatamente como imaginei que fossem, uma família tradicional. Umberto estava em pé ao lado da mesa. Um silêncio desconfortável se seguiu. Fernando foi quem decidiu quebrar o silêncio.

— Estamos felizes pelo convite e claro, pelo noivado de vocês, tenho certeza que... Bem, vocês fizeram a escolha certa — assenti. Ninguém podia ter certeza se aquela era a escolha certa. Eles não me conheciam e nem eu os conhecia.

Meus olhos correram por toda a mesa e pararam no olhar frio na outra ponta da mesa. Sentado de forma imponente, estava um homem de cabelos pretos na altura dos ombros, olhos negros penetrantes e uma barba que o fazia parecer o mais velho. Ele me fitava sem nenhum pudor e desejei que pudesse cancelar aquele noivado. Não faltava beleza ao homem, de fato era muito bonito, mas estremeci ao imaginá-lo como marido.

— Bem, deixe-me apresentar a família Marini. — meu pai chamou minha atenção novamente. — Ao meu lado está meu amigo de longa data, Fernando. — Fernando era um homem bonito apesar da idade, o cabelo grisalho mesclado ao preto lhe dava um ar de experiência. — Bianca, sua esposa. — era uma mulher loira com belos olhos azuis e um sorriso acolhedor, senti que poderia me dar bem ao menos com ela. Apontou para o outro lado da mesa. — E por fim, Ettore. — encontrei novamente o olhar de meu noivo e ele esboçou um pequeno sorriso. Fechei os olhos desejando que aquele pesadelo acabasse logo. — Bem, agora que nos conhecemos acho que podem servir o jantar.

— São diamantes? — Bianca perguntou. — Se eu soubesse que seria uma ocasião tão formal teria me vestido melhor. — ela riu e sorri em resposta.

— Não se preocupe Sra. Marini, está perfeitamente vestida para a ocasião. — respondi.

— Não vê, mãe, que ela apenas deseja chamar atenção para o decote do vestido. — Ettore falou, revelando uma voz fria e cortante. Senti meu sangue ferver, mas forcei um sorriso para ele.

— Claro, o que mais uma Pellegrini teria que fazer para chamar atenção? — respondi e Ettore estreitou o olhar visivelmente contrafeito.

Um clima tenso se estendeu no ar, ninguém ousou falar algo e por sorte a comida chegou para quebrar o clima. Durante o jantar, meu pai e Fernando conversaram sobre negócios, apesar de obviamente meu pai estar afastado do trabalho. Vez ou outra alguém elogiou a comida e na sobremesa, Bianca decidiu quebrar o silêncio.

— Então, Amélie, estamos felizes por unir nossas famílias. Devo dizer que eu e Fernando sempre desejamos isso, mas como você viajou não pudemos apresentar vocês dois.

Limpei o canto da boca com o guardanapo e sorri para Bianca.

— É evidente que a união de nossas famílias é vantajoso para ambas às partes. — falei e ouvi uma risada ríspida vinda da outra ponta da mesa.

— Isso não é sobre negócios Amélie, estamos aqui para formar uma família e dar continuidade ao sobrenome Pellegrini, conforme o acordo entre eu e seu pai. — Ettore falou e senti um frio percorrer todo o meu corpo. Aquilo para eles não eram apenas negócios, não era um casamento por conveniência, era real. — Ele não lhe explicou?

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