*Ettore Miguel*
Na sexta-feira, passei num restaurante famoso e comprei uma paella e uma garrafa de vinho. Amélie merecia um agrado depois de vencer a primeira semana de trabalho. Deu para ver em seus olhos o quanto ela gostou da surpresa. Dividiu a comida em dois pratos e sentamos no sofá vigiados pelo olhar atento do Vigarista. No início, falamos sobre nossa semana e tecemos comentários sobre o noticiário.
Recolhi os pratos e os lavei, mas a garrafa de vinho ficou lá. Vigarista pulou no meu colo, a novela começou e troquei para um filme qualquer. A garrafa de vinho esvaziava rapidamente e de repente, vi Amélie respirar fundo e se virar para mim.
— Qual a sua história, Ettore? Sei muito pouco sobre você.
Eu preferia que continuasse sem saber. A Amélie que eu estava conhecendo, não merecia um homem como eu. Ainda não tinha certeza sobre ela, mas podia ver o quanto apesar de forte, ela ainda era inocente.
— Não há nada de interessante para saber.
— Ninguém é tão desinte