Escolhi um restaurante que não costumo frequentar.
Pequeno, com vista pra praça e mesas externas.
Lugar onde ninguém do escritório pisaria.
Pedi salmão com legumes e um suco que eu não ia beber.
Só queria estar em silêncio, longe de tudo.
Mas o universo tem um senso de humor doentio.
— Eu juro que não estou te seguindo — disse a voz que eu reconheci imediatamente.
Levantei os olhos devagar.
Jake.
Casaco de couro surrado, cabelo levemente bagunçado pelo vento.
Um sorriso leve no canto dos lábios, o olhar que nunca entrega tudo.
— Engraçado — murmurei, cruzando os braços. — Todo stalker começa a frase com isso.
Ele riu. Puxou a cadeira em frente à minha com a naturalidade de quem tinha sido convidado.
Não foi.
— Restaurante ótimo. Vista melhor ainda. E agora, uma companhia interessante. Estou no lucro.
— Você é sempre assim? Chega do nada, se convida, e espera que a gente ache carisma?
— Depende. Às vezes funciona.
— E quando não funciona?
— Eu observ