EXTRA - JAKE
Dois dias após sair da prisão – Cemitério Municipal.
A neblina da manhã ainda descansava sobre os túmulos quando desci do carro.
A atendente tentou ser gentil, do tipo que pergunta se quer café ou flor. Eu recusei os dois com um olhar só.
— Nome? — ela perguntou.
— Anna Cooper.
— Grau de parentesco?
— Esposa.
— Ela faleceu em...
— Eu sei quando ela morreu.
O sistema antigo dela não era tão rápido quanto minha memória.
Ela achou.
— Quadra 38, fileira C, número 12. É um jazigo simples.
Perfeito.
Porque o que restou dela nunca foi complexo.
Segui o caminho sozinho.
A grama estava úmida. O vento cortava, mas não entrava.
Dentro de mim não havia mais clima.
O túmulo era pequeno. Uma lápide simples, sem adornos.
Só o nome.
> Anna L. Cooper
1987 — 2015
“Aqui descansa a esperança de alguém.”
Sem meu nome.
Sem menção ao filho.
A cova ao lado era menor. Ainda mais discreta.
Só uma plaquinha metálica no chão, enferrujada, com o número de registro e uma palavra gravada:
> “Infa