Capítulo 38

CAROL

A luz branca do hospital me cortava os olhos.

Abri as pálpebras devagar, como se o mundo fosse pesado demais pra encarar.

O teto parecia distante. Estéril.

Nada como o galpão… mas ainda assim sufocante.

Tentei respirar fundo.

Um erro.

A dor na costela latejou como um choque elétrico.

— Calma. Calma, Carol. — A voz dele veio antes do toque.

A voz que meu corpo reconhecia antes da minha mente.

Virei o rosto.

Christopher estava sentado ao meu lado, com as mãos entrelaçadas — e eu reconheci o gesto.

Ele fazia isso quando estava tentando impedir que algo dentro dele explodisse.

Os olhos dele me fitaram. Vermelhos. Cansados. Assustados — algo que ele jamais admitiria.

— Você… — minha voz saiu rouca, falhando. — Você ficou?

Ele soltou um riso baixo, incrédulo.

Como se fosse impossível a pergunta existir.

— Eu não saí nem por um segundo, anjo.

Meu peito apertou.

Não de dor física — dessa, eu já esperava.

Mas de outra coisa.

Algo quente… perigoso.

Eu senti as lágrimas queimarem de novo.

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