CHRISTOPHER
  O portão do galpão rangeu quando forçamos a entrada.
  O som ecoou como um aviso — ou talvez um lamento.
  Erick entrou na frente, arma em punho.
  Meus olhos varreram o espaço. Cada canto, cada mancha de umidade na parede, cada feixe de luz atravessando o teto corroído.
  O cheiro era de mofo e ferrugem. Mas havia algo a mais. Algo ácido.
  Sangue.
  Foi quando ouvimos.
  Um grito.
  Mas não dele.
  Dela.
  — Carol.
  Meu corpo reagiu antes da minha mente. Saí correndo na direção do som, atravessando a escuridão, as madeiras soltas, os cacos de vidro no chão.
  Ela estava ali.
  CAROL
  Minhas mãos tremiam.
  O cano enferrujado escorregava na palma suada.
  — VOCÊ NÃO VAI LEVAR ELE DE MIM! — gritei, a voz rasgando minha garganta.
  Jake cambaleou após o golpe que dei na lateral da cabeça.
  Sangue escorria da testa. Ele riu.
  Riu.
  — Você não entende, Carol… ele é meu filho também.
  Meus olhos queimavam. A dor na costela latejava. Meu corpo gritava pra parar.
  Com u