Capítulo 35

Fiquei um tempo ali, imóvel, abraçada ao próprio corpo como se pudesse conter tudo que estava se partindo dentro de mim.

Depois de um tempo — talvez horas, talvez dias — ele voltou.

Abriu a porta devagar, como se estivesse entrando num templo.

E me olhou com aquele brilho perturbador nos olhos, misto de obsessão e ilusão.

Fiz o que não queria fazer.

Levantei os olhos, deixei minha voz mais baixa, mais contida.

— Jake…

Ele parou. Aquilo o pegou desprevenido.

Eu nunca o chamei assim. Nunca com suavidade.

Respirei fundo. O cheiro do lugar me enjoava. Mas precisei engolir.

— Se você realmente quer que esse bebê viva...

— Ele vai. — ele me cortou, firme.

— Então precisa cuidar de mim. Eu preciso de comida de verdade. Água limpa. Um lugar mais… — minha voz falhou — mais seguro.

Ele me observava com os olhos semicerrados. Desconfiado.

— Você acha que pode me manipular?

— Não. — menti. — Só tô tentando proteger o que você quer proteger. Você disse que isso é importante. Então me deixa chegar
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