Fiquei um tempo ali, imóvel, abraçada ao próprio corpo como se pudesse conter tudo que estava se partindo dentro de mim.
Depois de um tempo — talvez horas, talvez dias — ele voltou.
Abriu a porta devagar, como se estivesse entrando num templo.
E me olhou com aquele brilho perturbador nos olhos, misto de obsessão e ilusão.
Fiz o que não queria fazer.
Levantei os olhos, deixei minha voz mais baixa, mais contida.
— Jake…
Ele parou. Aquilo o pegou desprevenido.
Eu nunca o chamei assim. Nunca com suavidade.
Respirei fundo. O cheiro do lugar me enjoava. Mas precisei engolir.
— Se você realmente quer que esse bebê viva...
— Ele vai. — ele me cortou, firme.
— Então precisa cuidar de mim. Eu preciso de comida de verdade. Água limpa. Um lugar mais… — minha voz falhou — mais seguro.
Ele me observava com os olhos semicerrados. Desconfiado.
— Você acha que pode me manipular?
— Não. — menti. — Só tô tentando proteger o que você quer proteger. Você disse que isso é importante. Então me deixa chegar