Separação

Logo após deixar a diretoria abraçada ao filho, ambos se depararam com Samara e a filha o que surpreendeu a senhora Palmer em vê- lo completamente sujo e as mãos manchadas de sangue.

— Meu querido, o que foi que aconteceu com você? — Samara perguntou ao se aproximar de Anderson comovida com o estado físico dele, no entanto ele manteve o rosto sob o corpo da mãe.

— Precisamos ir. — a senhora Silveira respondeu ríspida.

— Nós podemos fazer alguma coisa por vocês?

— Sim, só tem uma coisa que você pode fazer. — Anderson mencionou fitando os olhos sobre a mãe de Samanta.

— Mantenha a sua filha o mais longe de mim... Vamos mãe. — exigiu Anderson ignorando as palavras da senhora Palmer.

Janice cedeu ao pedido do filho, afinal de contas, ela desconfiava das boas intenções de Samantha desde o primeiro instante em que a garota havia se aproximado do filho.

— Anderson! — Samara gritou umas três vezes o nome do adolescente, porém ele prosseguiu o caminho sem dar o mínimo de atenção a ela.

— Mãe, deixa ele...

A senhora Palmer encarou a filha com uma das sobrancelhas arqueadas, estava receosa em acreditar que a sua filha estivesse envolvida em algo grave contra o Anderson.

— Fala garota, o que fez para o Anderson?

— Foi os garotos do time que fizeram um trote com ele. — Samanta respondeu oscilando o olhar entre a mãe e o chão.

— E você fez alguma coisa para ajudá- lo, certo?

Samanta permaneceu em silêncio o que causou um certo desconforto na mãe.

— Vamos, garota. Estou esperando.

— Mãe, podemos conversar sobre isso mais tarde?

— Tudo bem, vamos.

Durante o trajeto a todo instante a adolescente era incentivada a contar o que havia acontecido no baile, porém como em todas as vezes ela se esquiviva das perguntas da mãe, a falta das respostas da filha a deixou bastante irritada.

Logo após que as duas seguiam em direção ao saguão do prédio, ambas se depararam com o senhor Palmer, em uma das mãos ele carregava uma pequena maleta preta, e na outra segurava o celular que pelo o linguajar formal, parecia se tratar dos negócios da família.

— Meu bem, você vai viajar de novo? — perguntou a esposa nitidamente confusa.

— É pai, o senhor não voltou de uma viagem? — perguntou a filha conforme envolvia os braços em torno do corpo do pai.

— Sim, uma das partes envolvidas está insatisfeita com o acordo. — respondeu oscilando o olhar entre o relógio de pulso e a esposa.

A senhora Palmer parecia desconfiada com a viagem repentina do esposo, porém preferiu guardar suas suspeitas para si para evitar um escândalo na frente da filha. E antes que Samanta pudesse abrir a boca na tentativa de convencer ao pai delegar a missão a outro advogado assossiado na renomada empresa de Advocacia Lemier.

— Mãe, por que o pai parece fazer de tudo para se manter longe da gente? — perguntou Samanta logo após Leonard Palmer depositou um beijo no topo da cabeça dela.

A seguir em direção da garagem. Ambas ouviam a mesma promessa, sempre que ele passava dias fora de casa.

— Mãe, posso dar uma volta no playground? — perguntou Samanta.

— Filha, sabe...

— Mãe, por favor. — insistiu a filha com o semblante abatido.

— Tudo bem, pode ir. — respondeu a mãe.

— Obrigada.

A adolescente caminhava em direção a uma área abandonada que ficava próxima ao playground. Havia rumores que a condomina Matilde, vista por alguns adolescentes e crianças a Bruxa do Prédio Lótus que utilizava a área para enterrar os gatos pretos, onde aparentemente eram os mesmos registrados como desaparecidos pelos seus donos.

Ao aproximar-se do laguinho que ficava próximo dali, a ruiva avistou o Anderson sentado em um tronco de árvore, seria a oportunidade perfeita para tentar uma reconciliação com o nordestino, se não fosse pela presença da melhor amiga dele, a Manuela Martins.

Os amigos lançavam pedrinhas sobre o laguinho enquanto conversavam discutiam qual time tinha a melhor campanha na Liga Champions.

Assistir o garoto a quem tinha começado a nutrir sentimentos confessar o quanto estava arrependido da aproximação com ela foi um baque demais. No entanto, na tentativa de recuar, a ruiva pisou em um graveto seco atraiu a atenção dos adolescentes para si.

— O que você pensa que você está fazendo aqui? — perguntou Manuela.

Manuela arqueou uma das sobrancelhas, com os braços cruzados, esperava ansiosa a resposta da ruiva que parecia intimidada com a postura da melhor amiga do adolescente que mais parecia um cão de guarda.

— Eu... Anderson... — sibilou a ruiva sem ter uma resposta a pergunta a garota que a encarava de cima a baixo.

Mas, por sua vez Anderson permaneceu calado.

— Eu te fiz uma pergunta. — mencionou Manuela após desferir um tapa no rosto da ruiva.

— Gatota, qual é o se... — antes que Samanta pudesse continuar, recebeu um outro tapa, ainda mais forte.

A ruiva abriu a boca para tentar se defender inúmeras vezes, porém ao recordar das cenas do trote, ela achou pouco os t***s em comparação ao que Anderson tinha passado.

— Se está descontando toda a sua raiva pelo que fiz, pode b**er mais, mas dessa vez ver se b**e com mais força.

Manuela deu um sorrisinho de lado, afinal de contas, era a oportunidade perfeita para descontar toda raiva e ressentimento que nutria pela ruiva.

No entanto, prestes a desferir outro tapa no rosto de Samanta, o adolescente mencionou para amiga que precisava falar a sós com Samanta.

— Andy, é sério isso? — perguntou Manuela.

— Por favor, Manu.

A amiga do nordestino passou pela ruiva soltando fogos pelas ventas, a atitude arisca da amiga tirou um riso tímido.

— Já disse o quanto gosto do seu sorriso? — perguntou Samanta a fim de quebrar o gelo entre eles.

— Certo, mas só pedir para a Manuela sair para te fazer uma única pergunta. — disse Anderson.

Em questão de segundos o sorriso tímido do adolescente se desfez dando lugar para um bico que ao modo de ver da ruiva o tornava bem atraente.

— Anderson. — silabou Samanta.

— Por que? — perguntou Anderson. — Por que você fez isso comigo? — reforçou o adolescente.

— Me perdoe, eu fui uma idiota. — respondeu Samanta.

— Se você é ou não, para mim não faz diferença alguma. — respondeu Anderson ao passar por ela.

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