Mundo ficciónIniciar sesiónTodos os colegas estavam surpresos ao verem passar entre eles a garota mais popular e o garoto nordestino, a quem todos o chamavam de "Esfarrapado". E por mais que a postura das outras crianças o deixasse ainda mais nervoso, ainda assim Anderson a convidou para dançar que confirmou com a cabeça. Então, próximo ao canto da quadra eles ficaram de frente para o outro. Ele olhou para os outros os casais antes de aproximar mais de Samantha.
— Por que está tão nervoso? — ela perguntou antes de sentir as mãos suadas de Anderson sob o quadril. — Desculpa, tem coisas que ainda não consigo me habituar. — Por exemplo? — Gravatas, sabe é uma das coisas que até hoje não compreendo qual seria a real utilidade de uma gravata. Samantha riu naturalmente com o comentário de Anderson, todavia desde que iniciou uma amizade com ele, era o único garoto que a fazia rir sem precisar forçar o riso como faz com a maioria dos outros garotos. Conforme a batida da música ficava mais lenta, mais próximos eles ficavam um do outro ao ponto dela apoiar a cabeça sob o ombro dele. — Samantha. — ele pronunciou quase que sussurrando ao ouvido dela. — Oi. — ela deu um passo para trás com os olhos voltados a ele. — Esqueci de dizer o quanto está bela... Não que não seja bonita... — ele sentiu suas bochechas queimar de tanto nervosismo o que fez ela rir mais uma vez. — Desculpas, estou agindo como um tolo. — Não, sabia que você fica bem fofo quando está nervoso? — É? Isso me torna ainda mais estranho? — ele perguntou ao desviar o olhar sobre Samantha. — Depende. — ela respondeu bem próxima ao ouvido dele. — Do quê? — Não do quê, e sim, de quem. Anderson, a quem deseja impressionar? — Samantha perguntou a fim de descobrir o que ele sentia por ela, pois, apesar da proximidade deles nas últimas semanas, ainda assim Anderson resistia em admitir que gostava dela. — Esse é o meu primeiro baile, então o meu nervosismo em te impressionar é justificável. — ele respondeu seriamente em seguida sorriu definindo as covinhas no rosto. — Posso te confessar uma coisa? Eles se distanciaram um pouco ao tocar um ritmo mais contagiante. — É claro. — Você tem o sorriso mais lindo de todos os garotos... E eu tenho sorte em ter você comigo como acompanhante... — Poxa... — ele comenta após girar o corpo de Samantha e a parar de frente para ele. — O que foi, não queria ser o meu acompanhante? — Claro que queria e ainda quero, mas... — Mas... — Mas quero ser ber mais que o seu acompanhante. — ele comentou já confortável com ela. — E o que seria esse mais? — Amigos? — Amigos? — ela repetiu ao presumir que ele iria sugerir namorados ou até mesmo qualquer coisa além da amizade. — Sim. Vou buscar uma bebida para nós, ok? — Esta bem. Samantha respondeu um pouco desanimada em descobrir que não provocava o mesmo efeito que causava em todos os garotos do colégio Valdevez. Desde os dez anos todos os meninos fariam qualquer coisa para ter a mesma chance que Anderson, e durante várias semanas ele nem tentou sequer abraçá-la. Na mente de Samantha Palmer a distância em que Anderson colocava entre eles era pior que os julgamentos dos alunos excluídos do ciclo social de Samantha, e enquanto ela cumprimentava algumas amigas, Anderson tentava se livrar dos garotos do time de futebol. Phillip, o capitão do time se colocou ao lado dele ao passo em que os outros o cercavam por trás. — Olha só, o garanhão do baile. — O que você quer, Phillip? — Anderson perguntou logo após preencher os copos com ponche de maça. — Calma aí. Só quero te dar um toque em como chegar em uma garota como a Samantha Palmer. - E por que deveria ouvir o garoto que perdeu ela para mim? Os amigos de Phillip olharam entre si entre risos e comentários. — Eu sei admitir quando perco uma briga, então, quero avisar que a Samantha só curte garotos que sabem chegar, você está compreendendo, certo? — Não me leve a mal, mas não estou interessado em suas... — Sabia que o lerdo do Jeremias não é mais virgem? — Phillip perguntou depois que ele passou por entre os amigos dele. — Continue falando. — Anderson olhou por cima do ombro para Phillip a frente dos amigos. — Se eu fosse você a levava para a Cabana da Pegação... — Não sou esse tipo de garoto. — em questão de segundos todos riram dele. — Por acaso contei alguma piada? —antes que o mais briguento do time partisse para cima de Anderson, o capitão o interrompeu. — Eu sei que você não é, e é por isso que a Samantha está caidinha na sua... Ela fala o tempo todo de você para a minha irmã. —Verdade? — Se não quer acreditar vai perder uma oportunidade em tanto de ficar com a garota mais gata da escola. Você é quem sabe. — Ok, eu quero ficar com ela, mas como eu chego até lá? — Anderson perguntou num sotaque nordestino, todavia sempre falava assim ao ficar tenso. Ele tinha sonhado com esse momento desde que a viu pela primeira vez em que tinha se mudado para o Rio Grande do Sul. O garoto nordestino escutava atentamente às instruções que Phillip dava para chegar à cabana abandonada. Apesar das desconfianças, Anderson por alguns instantes acreditou que pudesse ser aceito pelos garotos do time, porém o que viria pela frente, ele jamais podia imaginar. ⚠ E isso é algo que virá no próximo capítulo. Espero que tenha gostado, e desde já peço perdão se encontrar algum erro gramatical! 😉






