No colégio Alencar, a chegada do adolescente nordestino era algo que causava mais pânico do que uma prova surpresa de matemática. A fama de seu temperamento explosivo durante o baile de primavera ainda ecoava pelos corredores, fazendo com que os alunos o vissem como uma espécie de ícone de medo. Mas, a verdade é que o adolescente apenas queria ser deixado em paz e talvez encontrar um pouco de diversão entre seus colegas.
Contudo, ao passar pelo pátio, todos desviavam o olhar como se ele carregasse um bicho-papão escondido sob a mochila. Mas, como o destino adora pregar peças, o que ele encontrou foi Manuela, sua amiga de infância, sendo importunada por alguns valentões do sétimo ano.
— Está tudo bem por aqui? — perguntou ele, se colocando atrás dos alunos, que na ocasião um deles puxava os cabelos dela. Porém, ao reconhecerem a voz de Anderson, os valentões fugiram como se tivessem visto um fantasma. Manuela, aliviada, deu um abraço forte nele.
Enquanto isso, do outro lado do pátio, S