Fotografias

Ao chegar em frente ao apartamento da família Palmer ele foi recebido pela a empregada da família que o encarou de cima a baixo como os olhos semicerrados o que fez o garoto encolher-se cada vez mais dentro do smoking azul-turquesa, no entanto, ele já estava acostumado com o olhar indiferente dela devido as constantes visitas por conta dos trabalhos escolares, porém, Anderson se sentiu aliviado ao ver um rosto conhecido por trás da empregada enfezada.

— Entre, guri. O que posso dizer, você está elegante. — ela mencionava conforme caminhava até à porta e se posicionar ao lado da empregada.

— Matilde, traga um suco para o nosso perfeito cavalheiro. — a empregada lançou lhe olhar atravessado e prosseguiu para a cozinha.

— Será que um dia ela vai gostar mim? — o garoto perguntou com tanta inocência que era de cortar o coração ao passo em que era conduzido até à sala de estar, um ambiente amplo e repleto de plantas ornamentais bem repartidas aos quatros cantos do cômodo.

— Posso afirmar que jamais ela soltaria os cachorros...

— Até porque o Melvin é dócil demais para querer atacar quem quer que seja. — a conversa entre eles estavam bem agradável até o senhor Palmer adentrar a sala.

— Olá meu bem...— de imediato ele interrompeu a fala ao notar a presença de Anderson, todavia ele se esforçava bastante para esconder o repúdio contra a esposa do velho e amigo, pois além do racismo, ele também era extremamente xenófobo, desprezava tanto a cultura como as contribuições dos nordestinos para o país. E desde que Antonio regressou a cidade natal com a família, ele apens aceitou a reaproximação por conta do lançamento da sua candidatura para prefeito, pois segundo o partido não seria inteligente perder o apoio do maior produtor de vinho de toda a região.

A filha apareceu antes que despejasse seu enorme preconceito e discriminação em cima do coitado do garoto, então ele olhou entre o garoto e a filha deslumbrante num vestido rose com detalhes de diamante que ia até os pés.

Por essa razão, ele pôs o melhor sorriso e estendeu a mão para cumprimentar o garoto, a qual repudiava sutilmente.

— Olá, então é a você que devo confiar a mão da minha joia mais rara? — perguntou o pai da adolescente após finalizar o cumprimento.

Timidamente, Anderson estava prestes a responder, porém a voz firme e suave de Samanta ecoou pela sala.

— Espero que esteja falando sobre mim. — disse Samanta atraindo os olhares de todos sobre si.

— Sem sobra de dúvidas, não há nenhuma beleza que se iguala a sua, minha querida. — respondeu George com os olhos fixos em Samanta.

A adolescente usava um vestido azul turquesa metalizado, um cinto prateado estava a sua cintura combinando com a presilha que prendia os cachos no lado esquerdo da cabeça.

— Obrigada, papai. — foi a única coisa que respondeu antes de lançar o olhar para Anderson e perceber o quanto ele ficava lindo em qualquer tipo de look.

Desde o momento em que a adolescente avistou Anderson agachado no jardim do condomínio onde morava ajudando um filhote de passarinho que havia caído do ninho, ela tinha se encatado por ele, mas no dia seguinte ao ver os colegas de classe o insultando pelo simples fato do adolescente gaguejar sempre que estava nervoso, ela decidiu não ser a única ali a agir diferente em relação a Anderson. No entanto, desde que iniciou um trabalho de Filosofia com o nordestino, parar com as implicâncias e as brincadeiras de mau gosto no ambiente escolar e obecer ao pedido do pai se tornou algo natural para a pequena ruiva.

Antes que George se dirigisse ao andar de cima do apartamento, ele ditou seriamente algumas regras para o adolescente que a essa altura estava receoso em não corresponder as expectativas dos pais de Samanta. No entanto, logo se sentiu mais aliviado com as palavras de conforto que a mãe da ruiva dissera. Logo após a senhora Palmer conduziu o casalzinho até a lareira e com uma máquina fotográfica em mãos, ela pediu que os adolescentes fizessem uma pose bem linda em frente a lareira, pois queria guardar de lembrança o primeiro Baile de Primavera da filha. Por diversas vezes a mãe sinalizou com as mãos para que ambos ficassem mais próximos um do outro.

— Querido, pode colocar a mão sobre a cintura dela. E filha mostra mais o seu belo sorriso. — a mãe pediu quase implorando pela cooperação das crianças.

— Mãe, o meu rosto já está adormecido de tantas fotos. — Samanta replicou aumentando ainda mais o nervosismo de Anderson.

— Pronto? — Anderson perguntou com os dentes semicerrados.

— Pronto. — retrucou a mãe.

Logo que a senhora Palmer estacionou o Sedan vermelho numa vaga em frente ao portão do colégio, a mãe os acompanhou até à entrada principal. Enquanto eles caminhavam pelo o caminho de pedras com uma corrente de flores silvestres nas lateiras, Anderson deixava escapar o quanto estava surpreendido com a tamanha quantidade de flores reunidas num só lugar. A admiração era tanta que comoveu a senhora Palmer.

— Posso tirar outra foto de vocês? —Samara perguntou, apesar do casal revirar os olhos de cansaço. — Por favor, vocês vão ficar tão lindos.

Os dois olhares entre si sem resposta alguma. Mas, o olhar implorativo da mãe os convenceram.

— Okey, só mais uma. — a garota replicou apreensiva em ser alvo dos olhares de julgamento dos colegas por acompanhar o garoto mais zombado e humilhado do colégio Valdevez. E novamente a mãe teve dificuldades em bater a foto do casal devido a curta distância entre eles.

—Os dois brigaram ou algo do tipo? —as crianças negaram com a cabeça. — Então, haja como um casal de amigos.

— Senhora Palmer para ser sincero, não me sinto muito a vontade em tirar fotos. _ele afirmou pousando a mão atrás da cabeça.

—Oh! Meu querido, porquê não disse isso antes?

— Está tudo bem, não queria fazer desfeita com a senhora. — ele respondeu olhando entre o chão e os alunos a sua volta.

— Mãe, pelo amor de Deus tenha dó. Não acha que já tirou fotos para o ano inteiro? — a garota indagou com uma das sobrancelhas arqueadas, ela parecia se incomodar com o entusiasmo da mãe que Anderson ficou ainda mais tenso por ser o acompanhante da garota mais cobiçada por todos os garotos. Mal ele sabia que a garota dos cabelos de fogo era capaz de tudo para fazer parte do grupo secreto das garotas populares.

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